Antevisão da final: Real Madrid - Atlético
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Sumário do artigo
Diego Simeone afirmou que o trabalho intenso e a capacidade de se reinventar têm sido decisivos para o Atlético, enquanto Zinédine Zidane quer que o Real Madrid “deixe tudo em campo".
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Corpo do artigo
- Real Madrid e Atlético defrontam-se na segunda final da Champions League em três anos
- Reedição da final de 2014, quando o Real Madrid bateu o Atlético após prolongamento
- Real Madrid também se impôs, por 1-0 nos dois jogos, nos quartos-de-final da época passada
- Diego Simeone: "Agora só fico satisfeito com a vitória"
- Zinédine Zidane diz que o mais importante é o Real Madrid "correr, corer, correr e correr"
Equipas prováveis
Real Madrid: Navas; Carvajal, Pepe, Ramos, Marcelo; Casemiro, Kroos, Modrić; Bale, Benzema, Ronaldo.
Ausentes: Varane (coxa)
Em dúvida: ninguém
Atlético: Oblak; Juanfran, Godín, Savić, Filipe Luís; Koke, Gabi, Fernández, Ñíguez; Griezmann, Torres.
Ausentes: ninguém
Em dúvida: ninguém
- Finais anteriores da Taça dos Campeões em San Siro
- Cristiano Ronaldo contra o Atlético: Vai marcar?
- "Onze" combinado de Real Madrid e Atlético no Fantasy
Zinédine Zidane, treinador do Real Madrid
O Ronaldo tem sentido algumas dores, mas está bem. Vai estar a 100 por cento. Tem um pequeno toque, mas são coisas que desaparecem quanto se tem de jogar uma final da Champions League.
Vai ser um jogo difícil, certamente, extremamente difícil, mas já sabíamos e estamos preparados para isso. Tivemos duas semanas para o preparar e os jogadores só querem que a bola comece a rolar.
Vejo os jogadores da mesma forma que em Lisboa. Só falta um jogo. Estamos todos muito felizes por estar nesta final. Estamos preparados e isso é o mais importante: estamos preparados para jogar. Trabalhámos muito para alcançar este objectivo. Estou satisfeito com o trabalho que realizámos. Sofremos muito, mas não é possível chegar a um final sem sofrimento. Sabemos o que precisamos fazer e aquilo que vamos ter de voltar a fazer, sem dúvida. É perfeitamente normal sentir dificuldades numa final. Quem quer ganhar tem de sofrer.
Perder não será um fracasso. O fracasso está na atitude, se não dermos o máximo. É apenas um jogo de futebol, nunca se sabe o que vai acontecer, mas posso garantir que estamos bem preparados. Perdemos alguns jogadores desde 2014, mas a filosofia deste clube é sempre a mesma. Temos uma grande história: união, esforço, companheirismo e, quando chega a hora de jogar, qualidade e deixar tudo em campo. Queremos repetir tudo isto.
Quando o jogo começar vou estar mais ansioso [do que quando era jogador], mas isso é normal, faz parte do trabalho de um treinador. Gosto, gosto deste tipo de pressão. Vivi-a como jogador, mas como treinador é completamente diferente. O Carlo Ancelotti disse-me isto muitas vezes. Disse-mo antes da final em Lisboa: "Espero que um dia sintas isto como treinador principal". Aqui estamos, por isso recordei-me do Carlo.
Acima de tudo temos de defender bem, especialmente quando não tivermos a bola. Depois, as nossas armas têm de funcionar bem no ataque. O que temos de fazer é correr: correr, correr, correr.
Zidane está no seu Melhor "Onze" de Sempre do EURO?
Diego Simeone, treinador do Atlético
O jogo vai ser muito tenso, muito mesmo, especialmente no início. O Casemiro permite que recuperem melhor sempre que perdem a bola. Quem ganhar as primeiras batalhas no meio-campo estará em vantagem. O Real Madrid, com a sua qualidade técnica, pode tentar sair mais a jogar.
O clube, os jogadores, o grupo que criámos, tem vindo permanentemente a reinventar-se. Este é o aspecto mais valioso neste clube. Toda a gente trabalha com a ideia de melhorar, estar sempre a evoluir, a vida é assim. Se trabalharmos, trabalharmos, trabalharmos, acabamos por conseguir o que pretendemos.
Jogar uma final é absolutamente fantástico, mas vencer é ainda melhor. Essa experiência leva-nos a querer continuar a viver estes momentos. Não é fácil. Temos de nos reerguer, estarmos sempre a reinventar-nos, mudar de jogadores, mas sem alterar o compromisso, os valores e o trabalho. Se continuarmos a trabalhar, insistirmos, conseguiremos coisas boas.
Não vamos fazer grandes mudanças para este jogo, nenhuma equipa o irá fazer. O Real Madrid não mudou muito [desde 2014], nós sofremos mais alterações, mas mantemos a mesma estrutura. O Casemiro torna o Real Madrid muito mais perigoso no contra-ataque, foi dessa forma que jogaram nos dois jogos das meias-finais com o Manchester City. Muitas pessoas pensam que isso é mau, mas eu não. Podem surgir várias situações durante um jogo, mas tenho a certeza que, se tiver espaço, o Real Madrid é muito perigoso.
Gosto de ter 113 anos de história sobre os meus ombros, gosto disso, adoro a pressão. Agora só fico satisfeito com a vitória.
Resultados recentes
Deportivo La Coruña 0-2 Real Madrid (Ronaldo 7 25)
As ténues esperanças dos “merengues” de desalojarem o Barcelona da liderança na última jornada terminaram quando Luis Suárez conduziu os catalães a um triunfo fácil em Granada. O Real Madrid fez o que pôde e o golo madrugador de Cristiano Ronaldo permitiu à equipa de Zidane estar durante 15 minutos na liderança provisória do campeonato. Ronaldo bisou pouco depois – foi o 35º golo do português na Liga -, mas o Real Madrid estava condenado a terminar no segundo lugar por um ponto.
Atlético Madrid 2-0 Celta Vigo (Torres 51, Griezmann 54)
O Atlético já tinha garantido o terceiro lugar na Liga espanhola e terminou a campanha no campeonato com um triunfo tranquilo. Fernando Torres inaugurou o marcador do Estádio Vicente Calderón após uma primeira parte de grande combatividade, mas sem golos. Antoine Griezmann aproveitou depois para ultrapassar Radamel Falcao como o melhor marcador da equipa na era de Diego Simeone –foi o 44º golo do francês. Jan Oblak voltou a não sofrer golos, o 18º jogo na Liga em que o guarda-redes manteve a baliza inviolada, igualando o recorde espanhol que pertencia a Francisco Liaño.
Guia de forma (todas as competições, mais recente em primeiro)
Real Madrid: VVVVEV
Atlético Madrid: VDDVVV
- "Falar é fácil": Simeone sobre o teste final do Atlético
- Exclusivo: Zinédine Zidane fala do Real Madrid e da final
Opinião do repórter: Andrew Haslam (@UEFAcomAndrewH)
Esta é a quarta final da Taça dos Clubes Campeões Europeus em Milão, a primeira em 15 anos, mas nenhum das anteriores teve este sabor regional. O dramático triunfo do Real Madrid sobre o Atlético em Lisboa, há dois anos, foi a primeira final europeia entre clubes da mesma cidade e não faltará motivação ao Atlético, que busca o primeiro triunfo na prova, enquanto o Real Madrid tem um grande palmarés. A equipa de Diego Simeone não perde com o rival nas competições nacionais desde a frustrante derrota na final de 2014 (V5 E3) e, se conseguir transpor essa forma para os palcos europeus, pode tornar-se no 23º clube a erguer o troféu.
Opinião do repórter: Joseph Walker (@UEFAcomJoeW)
Simeone e o Atlético querem a desforra da desilusão sofrida há dois anos frente ao grande rival da capital espanhola. O Atlético está confiante, só perdeu um dos últimos dez embates com o Real, e eliminou Barcelona e Bayern na caminhada até à final. O Real Madrid, por seu lado, sente que tem vantagem psicológica depois do que aconteceu em Lisboa e pelo facto da única vitória nos últimos dez “derbies” ter acontecido na última edição da UEFA Champions League..
Sabia que?
Este é o duelo entre os dois clubes na Taça dos Clubes Campeões Europeus e o Real Madrid venceu os últimos três: nas meias-finais de 1958/59, na final de 2014 e nos quartas-de-final na época passada. Saiba mais na nossa retrospectiva do jogo.