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Gianluigi Buffon: homenagem a uma carreira brilhante

O antigo guarda-redes da Juventus e do Paris, Gianluigi Buffon, vai receber o Prémio Presidente da UEFA em 2024, ocasião para relembramos um dos maiores nomes de sempre da UEFA Champions League.

Veja cinco grandes defesas de Buffon

Certa vez, Gianluigi Buffon brincou com o facto de poder jogar até aos 65 anos, mas acabou por encerrar a carreira aos 45. Numa altura em que foi confirmado como o novo vencedor do Prémio Presidente da UEFA em 2024, celebramos um dos maiores nomes de sempre da UEFA Champions League.

Mais jogos na Champions League

O que talvez não saiba

• Buffon provém de uma família de desportistas, onde se incluem pai (atletismo, lançamento do peso), mãe (atletismo, lançadora do disco) e as duas irmãs (voleibol).

• Buffon teve de superar um terrível medo de vespas. "Instantes antes de um jogo, o treinador de guarda-redes disse-me que o Buffon não ia poder jogar – não sei ia conseguir atirar para o chão, porque havia por ali muitas vespas," Fabio Capello explicou. "'OK, não há problema,' disse, e pedi ao suplente para se preparar para jogar. Dez segundos depois, Buffon disse-me que a sua fobia tinha passado, porque queria mesmo muito jogar."

Buffon em números

Selecção de Itália: 176 jogos
Competições de clubes da UEFA: 167 jogos
Competições nacionais: 808 jogos

• Buffon apoia o Borussia Mönchengladbach na Alemanha. "Quando era miúdo não sabia pronunciar o nome. Agora já consigo melhor, mas acho que ainda não acerto totalmente." Quando a Juventus defrontou a equipa da Bundesliga na UEFA Champions League, em 2015/16, Buffon ofereceu um par de luvas suas aos adeptos do clube, mas não recebeu nada em troca. Mais tarde, o Gladbach acabou por lhe enviar um cachecol.

• Buffon começou por jogar como médio, tornando-se depois guarda-redes porque o seu herói de infância era o antigo guardião camaronês Thomas N'Kono. O seu primeiro filho, Louis Thomas, recebeu o nome em homenagem a esse seu ídolo.

• Para além de ter dois filhos com a sua antiga esposa, a modelo checa Alena Šeredová, Buffon tem outro filho, Leopoldo Mattia, fruto da relação com a apresentadora de TV, Ilaria D'Amico. Tanto D'Amico como o antigo treinador de Buffon na Juve, Massimiliano Allegri, fizeram troça de um bigode ao estilo de Tom Selleck que, em tempos, o guardião chegou a usar.

Buffon e o bigode à Tom Selleck
Buffon e o bigode à Tom Selleck©Getty Images

Curiosidades

Parma
• Estreou-se com apenas 17 anos, a 19 de Novembro de 1995, e conseguiu manter a sua baliza inviolada num empate frente ao AC Milan, efectuando defesas notáveis a remates de Roberto Baggio e George Weah. 

• No espaço de apenas uma semana, em 1999, conquistou os seus dois primeiros títulos: primeiro a Taça de Itália e depois a Taça UEFA.

• Regressou ao Parma – que tinha acabado de ser despromovido à Serie B – no Verão de 2021, 20 anos depois de terminar a sua primeira passagem pelo clube, tendo somado 500 jogos sem sofrer golos durante a sua carreira.

Juventus
• No Verão de 2001 tornou-se no guarda-redes mais caro da história, contratado pela Juventus por 50 milhões de euros. Conquistou o Scudetto logo no primeiro ano em Turim.

• Em 2002/03 ajudou a Juventus a chegar à final da UEFA Champions League; depois de um 0-0 com o Milan em Manchester ao fim de 120 minutos, a turma de Turim viu-se batida nos penalties, embora Buffon tenha defendido duas grandes penalidades num jogo em que tinha já feito uma defesa extraordinária, por instinto, para negar um golo a Filippo Inzaghi.

• A Vecchia Signora foi despromovida à Serie B no Verão de 2006, mas Buffon manteve-se no clube, ajudando-o a regressar rapidamente à elite italiana. Em Novembro desse ano, a Juventus comprou espaço publicitário nos três principais jornais desportivos italianos para agradecer a fidelidade do guarda-redes.

• Ganhou três títulos seguidos sob o comando de Antonio Conte e depois mais quatro com Allegri.

Gianluigi Buffon: Uma lenda italiana

• Em Março de 2016, com 38 anos, quebrou um recorde de 22 anos ao completar 974 minutos sem sofrer golos na Serie A.

• Buffon viria a perder outra final da UEFA Champions League, em 2015, derrotado por 3-1 pelo Barcelona em Berlim, apesar de uma estrondosa defesa a remate de Dani Alves na primeira parte.

• Em Março de 2016, com 38 anos, quebrou um recorde da Serie A que vigorava já há 22 anos ao estar 974 minutos seguidos sem sofrer golos.

Ao ter perdido também pela Juventus a final de 2017 da UEFA Champions League, frente ao Real Madrid, Buffon partilha com o antigo colega Paolo Montero o infeliz recorde de jogadores que mais finais da Taça dos Campeões/UEFA Champions League disputaram sem nunca terem erguido o troféu: três.

• Conquistou o título de campeão de Itália na sua última temporada como jogador da Juventus antes de sair para o Paris, em 2018, tornando-se no primeiro jogador a vencer nove Scudettos. Na primeira passagem pelo clube fez 640 jogos e ficou apenas a sete do recordista Paolo Maldini.

Juventus
• Regressou a Turim em 2019, declinando a camisola nº1 e a braçadeira de capitão, optando por envergar o nº77, por sinal o mesmo número que tinha usado durante a sua última época no Parma.

• Estabeleceu novos recordes de jogos disputados por um jogador italiano ao nível de clubes (ultrapassando os 902 de Paolo Maldini) e partidas no campeonato transalpino pela Juventus (Alessandro Del Piero, 478). Também igualou o recorde de Maldini no que diz respeito às presenças em encontros da Serie A (647).

Gianluigi Buffon em campo na véspera de festejar 43 anos
Gianluigi Buffon em campo na véspera de festejar 43 anosGetty Images

• Manteve pela 52ª vez inviolável a sua baliza na UEFA Champions League no terreno do Barcelona,ficando apenas atrás de Iker Casillas (57).

• Os 167 jogos de Buffon nas competições de clubes da UEFA terminaram com 87 vitórias, 42 empates e 38 derrotas; não sofreu golos em 68 encontros.

Paris Saint-Germain
• Terminou uma ligação de 17 anos à Juve quando se mudou para o Paris Saint-Germain num contrato válido por uma época. Venceu a Ligue 1 na sua única campanha em França.

• Foi usado num sistema de rotação com Alphonse Areola mas, após ter cumprido um castigo, foi sempre titular na UEFA Champions League. Tornou-se apenas no terceiro guardião a atingir os 50 jogos na competição sem sofrer golos.

Itália
• A 29 de Outubro de 1997, estreou-se com 19 anos como suplente utilizado na primeira mão do play-off de acesso ao Campeonato do Mundo da FIFA de 1998, ajudando a somar um empate precioso.

• Sofreu apena dois golos na caminhada da Itália rumo à glória na fase final do Mundial 2006, na Alemanha.

• Realizou mais um grande torneio no UEFA EURO 2012, capitaneando a Itália até à final, onde foi derrotado pela Espanha, por 4-0, em Kiev. Buffon e a Itália conseguiram a desforra dos espanhóis nos oitavos-de-final do UEFA EURO 2016 antes de serem eliminados nos penáltis, pela Alemanha, nos quartos-de-final.

• Durante a campanha no Mundial 2014, no Brasil, Buffon tornou-se no terceiro jogador da história a participar em cinco fases finais do Campeonato do Mundo, depois do mexicano Antonio Carbajal e do alemão Lothar Matthäus.

• Em 2013, ultrapassou Fabio Cannavaro como jogador italiano com mais internacionalizações (137). Depois, ao atingir as 168 partidas, passou Casillas como o jogador europeu com mais jogos. Depois disso, o recorde foi ultrapassado por Sergio Ramos (180) e Cristiano Ronaldo (200).

Disputou o seu jogo 1000 como futebolista profissional frente à Albânia, em Março de 2017, a contar para a Qualificação Europeia, e depois anunciou a retirada da selecção em Novembro do mesmo ano, com 175 internacionalizações; voltou atrás na decisão e fez ainda mais um jogo, terminando com 176.

O que dizem dele

Resumo: Destaques da carreira de Buffon

"Fico estupefacto quando penso que ele nunca ganhou uma Bola de Ouro. Sem dúvida que o merecia, por tudo o que já fez. Para mim, é o melhor guarda-redes da história do futebol. É um ícone, uma verdadeira lenda."
Leonardo Bonucci, ex-coelga de Buffon na Juventus e na selecção de Itália

"O facto de Gigi Buffon ter começado muito novo ajudou-me bastante e serviu de modelo. Curiosamente, ambos continuamos ao mais alto nível. Sempre que há a possibilidade, conversamos um pouco, fruto de uma amizade forjada ao longo de muitos anos."
Iker Casillas, antigo guarda-redes de Real Madrid, Porto e Espanha

"Estamos a falar do nº1 mundial. Ele tem sido o melhor ao longo de toda a carreira. Costumo dizer que, quando um qualquer guarda-redes comete um erro, ninguém diz nada, mas quando Buffon comete um erro, é notícia."
Marcello Lippi, antigo treinador da Juventus e da Itália

Discurso directo

"É engraçado quando escrevem o nosso obituário e depois mostramos que estavam errados. Podem ir ao meu funeral, mas não vão encontrar lá ninguém. É para isto que vivo: para fazer os outros engolirem as suas palavras."

"Não perdi muitas vezes na minha vida, mas as derrotas ensinaram-me mais do que as vitórias. Sempre que perco, procuro focar-me nas qualidades dos meus adversários e nos erros que cometi. Não procurar desculpas é a atitude correcta."

"O mais importante para um guarda-redes é a segurança que transmite aos colegas. Há que transmitir essa segurança, independentemente de, na realidade, nos sentirmos ou não seguros. Há que fazer os outros acreditarem que temos o controlo da situação e que podem confiar em nós. Um guarda-redes nervoso torna uma equipa nervosa."

"Percebe-se o quanto um guarda-redes é bom olhando para a forma como reage a um erro, com mais ou menos remorsos e indecisões. Quanto mais erros se comete, mais a confiança fica abalada. Mas comigo é o contrário: entusiasma-me estar no meio da tempestade."

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