O que poderá dar Filipe Augusto ao Benfica?
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Sumário do artigo
Contratado pelo Benfica ao Rio Ave até ao Verão de 2022, o que poderá o médio brasileiro Filipe Augusto, de 23 anos, dar ao meio-campo da equipa de Rui Vitória?
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
O SL Benfica esteve relativamente discreto no mercado de Inverno de transferências, mas não totalmente parado. Ao Estádio da Luz chegaram três jogadores, talvez nomes pouco sonantes, em comparação com a saída de Gonçalo Guedes para o Paris Saint-Germain. Foram eles o lateral-esquerdo Marcelo Hermes, o lateral-direito Pedro Pereira e o médio Filipe Augusto.
Este último estreou-se nos últimos minutos das vitórias do Benfica em casa por 3-0 ante o Nacional e o Arouca, ao entrar para o lugar de Pizzi. Ora, é precisamente essa a missão de Filipe Augusto, de 23 anos, contratado em Janeiro ao Rio Ave até ao Verão de 2022. O jogador, que já representou o Braga e o Valência, de Espanha, chega às “águias” com uma tarefa aparentemente clara: ser alternativa a Pizzi. Mas será que o brasileiro tem características semelhantes ao internacional português? O que poderá dar de diferente à formação de Rui Vitória?
Desde a saída de Renato Sanches para o Bayern que o Benfica tem tentado encontrar um substituto à altura para ocupar a habitualmente denominada posição “8” do meio-campo. André Horta começou a época no lugar, mas Pizzi depressa assumiu o posto, e com grande qualidade. Esta temporada leva 21 jogos na Liga portuguesa e oito golos marcados, sendo o segundo melhor marcador dos “encarnados” no campeonato – soma ainda cinco assistências. E participou nas seis partidas da equipa na fase de grupos da UEFA Champions League. Os números de Filipe Augusto são distintos e por aqui se começam a definir as diferenças.
O brasileiro é um médio com mais pendor para a contenção. Nas épocas que jogou em Portugal e em Espanha apenas marcou quatro golos, dois na Taça de Portugal pelo Braga, em 2015/16, e outros dois na Liga em oito partidas esta temporada pelo Rio Ave. A conclusão é simples: Filipe Augusto tem características muito distintas de Pizzi. Faz um bom trabalho de compensação ao “trinco” da equipa, preenche bem os espaços e dá início aos momentos de construção ofensiva, mas não tem a mesma propensão atacante do português. Trata-se de um jogador um pouco menos versátil neste aspecto, compensando esse facto com um posicionamento que oferece consistência defensiva às equipas que representa.
Pizzi é, até ao momento, indiscutível no meio-campo benfiquista, talvez o seu jogador mais influente, a defender, a atacar, a definir os ritmos colectivos e a realizar passes de ruptura. Parece difícil que Filipe Augusto roube o lugar ao transmontano, mas será provavelmente um jogador bastante utilizado por Rui Vitória. O português já dá mostras de fadiga, pelo que o treinador benfiquista deverá promover alguma rotação na posição, que o brasileiro deverá aproveitar.