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Como Jan Oblak cresceu para brilhar no Atlético

Na final da UEFA Champions League e visto por muitos como o melhor guardião da Liga espanhola, Jan Oblak, titular do Atlético, nem sempre teve a vida fácil. O UEFA.com explica o caminho do esloveno rumo ao topo.

Jan Oblak defende a grande penalidade de Thomas Müller nas meias-finais
Jan Oblak defende a grande penalidade de Thomas Müller nas meias-finais ©AFP/Getty Images

Jan Oblak tem um registo notável nesta edição da UEFA Champions League, com oito jogos em 12 sem sofrer golos, na caminhada do Atlético rumo à final. O UEFA.com mostra o caminho do esloveno até ao topo.

As origens
Filho de Matjaž Oblak, também ele guarda-redes, e irmão mais novo de Teja – jogadora da selecção eslovena de basquetebol –, Jan Oblak trocou o Ločan, clube local, pelo Olimpija, emblema da capital, aos dez anos. Estreou-se na equipa principal com 16 anos, em Julho de 2009, numa altura em que percorria diariamente, de bicicleta, os 25 quilómetros que ligam a sua cidade-natal até ao centro de estágios do clube, em Mengeš. Convocado pelo treinador Tomaž Kavčič para a selecção Sub-21 com apenas 17 anos, Oblak (tradução literal: nuvem) rapidamente ficou no radar dos grandes clubes europeus.

Jani Pate, antigo treinador no Olimpija
"Ele tem tudo o que um guarda-redes moderno precisa. Para além disso, sempre me surpreendeu a sua maturidade. Mesmo sendo tão novo quando subiu à equipa principal do Olimpija, ele estava sempre pronto para receber conselhos e seguir todas as instruções."

Andrej Kračman, treinador de guarda-redes do Olimpija 
"Após a sua saída para Portugal, falámos várias vezes por telefone. O Jan passou alguns meses muito complicados, pois era apenas suplente. Felizmente, assim que o Benfica o emprestou, ele teve oportunidade de mostrar a sua qualidade noutras equipas portuguesas. Pouco depois foi chamado à selecção principal. Na verdade, Jan é destemido, ele coloca a cabeça onde vários guarda-redes não o fariam. É verdadeiramente um apaixonado pelo trabalho; nunca questionava nada durante os treinos."

Jan Oblak no Benfica
Jan Oblak no Benfica©Sportsfile

A passagem por Portugal
Uma transferência para o Benfica, estimada em 1,7 milhões de euros, em Junho de 2010, fez de Oblak a maior venda na história do Olimpija. No entanto, não foi imediatamente para a equipa principal, passando por empréstimos a Beira-Mar (2010/11, dois jogos), Olhanense (2010/11, sem jogos), União de Leiria (2011/12, 17 jogos) e Rio Ave (2012/13, 31 jogos).

Aproveitou a sua oportunidade no Benfica em 2013/14, depois de o titular Artur Moraes se ter lesionado, sofrendo apenas seis golos em 24 jogos – incluindo uma série de 12 partidas na qual concedeu apenas um. Rumou ao Atlético no Verão de 2014, após conquistar três títulos nacionais.

Nuno Espírito Santo, antigo treinador no Rio Ave
"Oblak é um guarda-redes que aprecio, por causa da qualidade técnica que possui, mas também devido ao seu carácter. É um guarda-redes que encara a competição de forma muito tranquila, sem stress ou nervosismo, independentemente do adversário."

João Tomás, antigo colega no Rio Ave
"Apesar de ser muito alto, é bastante ágil e tem boas mãos. Costumávamos dizer que tem 'mãos macias' porque agarra a bola com muita facilidade. Resumindo, é um rapaz que nasceu para ser guarda-redes."

Carlos Pires, antigo treinador de guarda-redes do Beira-Mar
"É um daqueles guarda-redes que gosta de trabalhar; que vai para os treinos para trabalhar arduamente, aprender ainda mais e evoluir. Foi muito fácil trabalhar com ele. Oblak lê bem o jogo – é bom a sair da baliza, forte tecnicamente e muito frio e concentrado."

Jan Oblak no Atlético
Jan Oblak no Atlético©AFP/Getty Images

Sucesso no Atlético
Estima-se que o Atlético tenha pago 16 milhões de euros por Oblak – recorde em Espanha por um guarda-redes – mas a ambientação não foi fácil; lesionou-se na pré-temporada e circularam rumores de que seria vendido sem ter disputado um único jogo, com Diego Simeone a optar inicialmente por Miguel Moyà.

Oblak teve uma estreia para esquecer, na derrota por 3-2 com o Olympiacos, em jogo da UEFA Champions League, mas teve a oportunidade de se redimir após Moyà se lesionar, na parte final da competição – cimentando o estatuto de titular graças a uma exibição notável frente ao Real Madrid, nos oitavos-de-final. Já fluente em espanhol, criou uma óptima relação com Diego Godín e José María Giménez na defesa e está a caminho de estabelecer um recorde na Liga espanhola, para o menor número de golos sofridos numa época. Em 69 jogos pelo Atlético, não sofreu golos em 41.

Diego Simeone, treinador do Atlético
"Sempre o elogiei pelo seu empenho e trabalho árduo, especialmente pela forma como conquistou o lugar na equipa. Chegou ao clube, começou por não ser titular e lesionou-se. Moyá esteve muito bem, por isso ele esperou pela sua vez e trabalhou de forma incansável – normalmente, quando isso acontece, a recompensa acaba por surgir. Ganhou a titularidade e estamos encantados com ele. Tem um futuro brilhante pela frente."

Enrique Cerezo, presidente do Atlético
"Penso que, se não é o melhor guarda-redes do Mundo, é o segundo melhor. Tem provado isso ao longo da época."

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