A notável ascensão de Kingsley Coman no Bayern

Quando Kingsley Coman ingressou no Bayern, por empréstimo, a 30 de Agosto, a imprensa alemã não mostrou grande entusiasmo. Escreveu-se que o jovem tinha potencial, isso era certo, mas que tinha falhado a afirmação no Paris Saint-Germain e na Juventus, pelo que provavelmente a história seria a mesma em Munique. Contudo, seis meses chegaram para mostrar que estavam errados.

A felicidade das circunstâncias (como tantas vezes acontece) teve um papel determinante. Talvez Josep Guardiola olhasse para o jovem atacante como um "joker" no seu baralho, mas as prolongadas ausências de Mario Götze, Arjen Robben e Franck Ribéry obrigaram-no a jogá-lo desde logo. E Coman não desperdiçou a oportunidade. Estreou-se na quarta jornada da Bundesliga e pareceu ambientar-se de imediato à equipa.

Poucos duvidam já que o Bayern irá exercer a opção de compra para ficar em definitivo com o jogador antes de terminar o empréstimo, em 2017.

©UEFA.com

Successor de Ribéry
Coman falou da sua vontade de ser "um grande jogador, como Ribéry" e, para muitos, o atacante de 19 anos é mesmo um digno sucessor do compatriota – prova da sua ascensão meteórica. Coman é, ao mesmo tempo, tecnicamente dotado e ágil, tendo todas as ferramentas necessárias para imitar os movimentos que sempre foram a imagem de marca de Ribéry: fintas em velocidade e cruzamentos mortíferos para as zonas de perigo.

Talvez precise de melhorar um pouco no capítulo da finalização e é algo reservado fora de campo, bem diferente do brincalhão Ribéry, sempre pronto a pregar umas partidas aos colegas. Mas é com a bola nos pés que Coman mostra o que vale. O seleccionador da Alemanha, Joachim Löw, já revelou ser seu fã. "É muito complicado pará-lo, dada a sua velocidade. Ele consegue passar pelos adversários pelos dois lados, e isso é um talento especial."

Com Coman a entrar recentemente nas contas da selecção principal de França, Löw poderá acabar por ter encontrar forma de lidar com ele no próximo Verão, no UEFA EURO 2016.

Coman somou as suas duas primeiras internacionalizações pela selecção principal de França em Novembro©Getty Images

O que se segue?
Mas primeiro há que pensar no que vem antes. Coman soma já mais minutos esta temporada do que em toda a anterior. Conseguir dar continuidade ao excelente momento de forma que atravessa, após a paragem de Inverno, não será fácil e Ribéry, dono natural do lugar, está aos poucos a regressar em pleno. É importante que isso não dite o apagamento de Coman e que a sua velocidade continue a ser uma verdadeira arma para Guardiola usar frente a defesas mais fechadas.

Há também, claro, a entusiasmante possibilidade de ver Coman e Ribéry combinarem forças em campo numa frente de ataque que seria devastadora e Guardiola poderá sentir-se tentado a experimentá-lo, tal como o seleccionador de França, Didier Deschamps.

Coman viveu seis meses de sonho – e pode ser ainda maior nos seis meses que se seguem.