Melhores equipas de sempre: Real Madrid 1998-2002
segunda-feira, 1 de junho de 2015
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"Éramos como os 'The Beatles'", disse Luís Figo ao recordar a segunda era dourada do Real Madrid, quando foi campeão europeu três vezes em cinco anos.
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O UEFA.com recorda a era dos "Galácticos" do Real Madrid CF, no qual pontificavam nomes como Zinédine Zidane, Ronaldo, Raúl González, Roberto Carlos, Luís Figo e David Beckham.
Idade de ouro
Após 32 anos sem vencer a Taça dos Campeões Europeus, o Real Madrid desfrutou de uma era dourada entre finais dos anos 90 e o início deste século, nomeadamente com a conquista da UEFA Champions League em 1998, 2000 e 2002. Os últimos anos deste período inspiraram o rótulo de "galácticos", em homenagem à verdadeira constelação de estrelas do clube.
Pouco depois da chegada de Florentino Pérez à presidência, Figo deixou o FC Barcelona em 2000 para reforçar um plantel que já tinha o talento de Raúl, Roberto Carlos, Fernando Hierro e Míchel Salgado. Depois chegaram Zidane, Ronaldo e Beckham para formar uma equipa que chamou a atenção do Mundo e uma sensação de expectativa onde quer que ela jogasse.
Momento-chave
O ponto alto dos "Galácticos" verificou-se em Hampden Park, Glasgow, quando Zidane ajudou a equipa a conquistar o nono título europeu do Real. O francês havia chegado no Verão anterior na qualidade de jogador mais caro de sempre.
O Real Madrid colocou-se na frente durante a final de 2002 da UEFA Champions League frente ao Bayer 04 Leverkusen através de Raúl, mas o emblema alemão empatou. Perto do intervalo, Zidane colocou de novo o Real na frente, através de um remate espantoso.
"Acompanhei a subida de Roberto Carlos pelo flanco. Depois vi que o cruzamento era bom – não tirei os olhos da bola e rematei com um vólei, sem pensar. Foi intuição", disse Zidane.
Filosofia diferente
Após assumir a presidência, Pérez declarara que era sua intenção levar para a capital espanhola os melhores jogadores do planeta. O clube desenvolveu uma estratégia descrita como "Zidanes e Pavones", referindo-se ao dispendioso francês e ao produto das escolas do Real, Francisco Pavón, uma combinação dos maiores talentos mundiais com os atletas formados na academia "merengue".
Entre 2000 e 2003 o Real venceu duas vezes a UEFA Champions League, conquistou duas Ligas (2001 e 2003), uma SuperTaça Europeia da UEFA (2002), duas SuperTaças espanholas (2001 e 2003) e a Taça Intercontinental (2002), através de um futebol que se destacava pelo espectáculo, imprevisibilidade e, por vezes, algum desequilíbrio.
Treinador
A natureza tranquila de Del Bosque e a sua capacidade para lidar com o balneário foram fundamentais para o sucesso desta equipa do Real Madrid. Após substituir John Toshack, Del Bosque reservou um pequeno lugar para si próprio nos corações dos adeptos "merengues" através dos resultados e do seu bom trato.
Embora Del Bosque tenha levado o Real a duas vitórias na UEFA Champions League em três temporadas, o clube decidiu não renovar com o técnico que acabara de arrecadar a La Liga de 2002/03. E com a sua saída a era dos "galácticos" entrou em declínio.
Estrelas
Zidane: O eixo desta equipa do Real Madrid e autor do golo que definiu uma geração, o gaulês conseguia fazer magia a qualquer momento de um jogo. "Zidane é uma combinação entre equilíbrio, astúcia argentina e técnica brasileira. Temos de o estimar", afirmou o antigo treinador dos "merengues", Jorge Valdano.
Raúl: Símbolo do clube antes, durante e depois da era dos "galácticos", a capacidade do avançado em embalar a equipa com os seus golos tornou-o num herói local no meio de tantas estrelas chegadas de outras paragens. "Raúl é o Real, e o Real é Raúl. É um exemplo para a nossa academia", afirmou o antigo atacante do clube, Emilio Butragueño.
Ronaldo: O brasileiro tornou-se no complemento perfeito para Zidane, Figo e Raúl, uma garantia de golos. Velocidade, força e capacidade finalizadora tornaram-no num dos mais temidos goleadores a nível mundial. Zidane disse: "Foi o futebolista com quem joguei que mais me impressionou."
O que dizem…
Figo: "Éramos como os 'The Beatles'. Como miúdos a jogar futebol."
Xavi Hernández, do FC Barcelona: "Era irritante vê-los jogar da forma como o faziam, pois tinham uma ideia e um conceito. Zidane, Roberto Carlos... eram incríveis. Dominavam todos os aspectos do futebol. Tínhamos apenas de aceitar que eram melhores."