O que correu mal para o Real Madrid?
quinta-feira, 14 de maio de 2015
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Joe Walker analisa como a época do Real Madrid descarrilou e questiona-se se os "merengues" não pagaram o preço de uma série de 22 vitórias seguidas no Outono?
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Uma semana é muito tempo em futebol. Na terça-feira, o Real Madrid CF partiu para a primeira mão, frente à Juventus, com expectativas elevadas de tornar-se na primeira equipa a revalidar o título da UEFA Champions League e ainda na perseguição ao FC Barcelona na Liga. Esses sonhos desfizeram-se na quarta-feira.
A derrota por 2-1 em Turim precipitou a queda, confirmada com o empate caseiro, enquanto o 2-2 frente ao Valencia CF, no fim-de-semana, minou as ambições internas.
Assim, o Real Madrid foi eliminado pela quarta vez nas meias-finais nas últimas cinco épocas. Muitos se questionarão como é que uma equipa recheada de talento internacional de topo, que ganhou 22 jogos consecutivos no Outono, possa terminar a temporada apenas com o Mundial de Clubes.
É uma questão complexa, e essa forma brilhante na primeira metade da época, que lhe permitiu liderar a Liga com quatro pontos de vantagem, pode ter saído cara a longo prazo. Carlo Ancelotti manteve-se fiel ao lema "em equipa que ganha não se mexe", mas o facto de não ter rodado o plantel talvez tenha causado estragos, com cansaço e lesões.
A sorte também tem influência, e foi uma infelicidade não contar com elementos importantes como Luka Modrić, James Rodríguez, Sergio Ramos e Pepe durante largos períodos. No final de uma quebra prolongada, que durou os três primeiros meses do ano, o Real Madrid já tinha sido ultrapassado pelo Barcelona na Liga e eliminado da Taça de Espanha pelo Club Atlético de Madrid.
A ausência de Modrić, em particular, devido a um problema numa coxa, em Novembro, revelou-se fatal. O internacional croata liga o ataque e a defesa de forma perfeita, gerindo o ritmo no meio-campo e iniciando rápidos contra-ataques que tantas vezes se revelam devastadores. O jogador de 29 anos regressou em Março, ajudando a uma mudança no momento de forma da equipa – mas há quatro semanas lesionou-se num joelho e antecipou o fim da época.
Toni Kroos parece sentir o efeito de 34 jogos de campeonato como titular, após a sua intensa presença na formação da Alemanha no Campeonato do Mundo, no Verão passado. Bale não teve a mesma influência fulgurante da época passada. Lesões e cansaço levaram a que Ramos fosse utilizado no meio-campo, e talvez por tudo isso não seja tão surpreendente o facto de o Real Madrid ter claudicado na parte final da época.