United procura quebrar maldição alemã

O Manchester United FC vai partir para a sua eliminatória das meias-finais da UEFA Champions League, frente ao FC Schalke 04, com o favoritismo do seu lado, mas Sir Alex Ferguson sabe bem que a sua equipa não apresenta o melhor dos registos frente a oponentes germânicos em embates a eliminar.

Desde a derrota diante do Borussia Dortmund (que acabaria por conquistar o troféu), nas meias-finais da edição de 1996/97, o United tem encontrado dificuldades em eliminatórias a duas mãos frente a equipas da Bundesliga na principal competição europeia de clubes. Perdeu com o FC Bayern München nos quartos-de-final em 2001 e, no ano seguinte, foi afastado pelo Bayer 04 Leverkusen nas meias-finais, devido à regra dos golos fora. Foram, também, estes a ditar a eliminação da turma de Manchester na última época, nos quartos-de-final, diante do Bayern.

Será algo a ter em conta para os jogos desta terça-feira e de 4 de Maio. E, para além de terem de lidar com esta espécie de maldição alemã, os "red devils" terão igualmente de saber contrariar a constante ameaça que reside em Raúl González. O antigo avançado do Real Madrid CF marcou quatro golos nos últimos três jogos que disputou na UEFA Champions League frente a formações inglesas.

O United, contudo, surge motivado depois de afastar o Chelsea FC com 3-1 no conjunto das duas mãos e continua na luta por repetir o feito de 1999, no qual terminou a temporada com três troféus conquistados. Feito que, claro, terminou com o mais memorável dos encontros frente a uma equipa alemã: o emocionante triunfo por 2-1 sobre o Bayern na final da UEFA Champions League.

Do lado do Schalke, o registo em meias-finais europeias deixa, também, um pouco a desejar, com apenas um êxito em três tentativas, quando afastou o CD Tenerife na caminhada rumo à conquista da Taça UEFA de 1997.

Registo do United frente a equipas alemãs em eliminatórias a duas mãos na UEFA Champions League:

1996/97 meias-finais: Dortmund 1-0 United; United 0-1 Dortmund (United derrotado por 2-0 no conjunto das duas mãos)
Em desvantagem fruto de um golo de René Tretschok no primeiro jogo, a formação comandada por Alex Ferguson entrou para a partida da segunda mão confiante de que seria capaz de dar a volta aos acontecimentos, em Old Trafford. Porém, um remate certeiro de Lars Ricken logo aos oito minutos abalou os planos da formação inglesa em chegar à sua primeira final desde 1968. O Dortmund acabou por erguer o troféu graças a um triunfo por 3-1 sobre a Juventus, na final disputada em Munique.

2000/01 quartos-de-final: United 0-1 Bayern; Bayern 2-1 United (United derrotado por 3-1 no conjunto das duas mãos)
Se um golo do suplente Paulo Sergio a quatro minutos do final do primeiro jogo, em Old Trafford, havia já deixado o United em má posição, a situação piorou quando Giovanne Elber marcou logo aos cinco minutos da segunda mão. Mehmet Scholl ampliou, depois, a vantagem bávara, de nada valendo aos homens de Manchester o golo de Ryan Giggs, no início do segundo tempo.

2001/02 meias-finais: United 2-2 Leverkusen; L everkusen 1-1 United (United eliminado devido aos golos fora)
Uma equipa do Leverkusen onde pontificava Dimitar Berbatov foi o adversário que se seguiu, vindo da Bundesliga, a bater o United, que não pôde contar com David Beckham, lesionado num pé na eliminatória anterior, frente ao RC Deportivo La Coruña. Após empatar 2-2 em Old Trafford, Roy Keane ainda colocou o United em vantagem na segunda mão, mas Oliver Neuville acabou por garantir o apuramento aos pupilos de Klaus Toppmöller.

2009/10 quartos-de-final: Bayern 2-1 United; United 3-2 Bayern (United eliminado devido aos golos fora)
Tudo começou bem para o United no jogo da segunda mão, em Old Trafford, ao garantir uma vantagem de três golos que dava a volta à derrota sofrida no primeiro jogo, em Munique. As ambições dos anfitriões em atingirem a sua terceira final consecutiva, porém, começaram a cair por terra nos primeiros seis minutos do segundo tempo, período em que Ivica Olić marcou para os Bávaros e Rafael foi expulso no United. E essas ambições caíram em definitivo por terra com um espectacular golo de Arjen Robben, sem hipóteses de defesa para Edwin van der Sar, a 14 minutos do apito final.