Ferguson pronto para Chelsea determinado

Alex Ferguson destacou a capacidade do Manchester United FC em manter-se na luta por três troféus, apesar da onda de lesões, apostando agora num Wayne Rooney mais "fresco" para brilhar, quando Old Trafford receber a visita de um Chelsea FC determinado em dar a volta à derrota por 1-0 que sofreu em Londres na partida da primeira mão dos quartos-de-final da UEFA Champions League. O treinador dos "blues", Carlo Ancelotti, fez questão de salientar que "ainda nada está decidido".

Alex Ferguson, treinador do United
O momento é tudo. É o ímpeto do momento que nos faz seguir o nosso caminho. Todos os jogos, a partir deste momento, serão como uma final para nós e os jogadores têm de saber jogar com isso. A esse respeito, encontro algumas semelhanças com 1999, mas as circunstâncias são totalmente diferentes, pois nesse ano não tivemos de lidar com tantas lesões. Lidámos muito bem com elas esta temporada, em especial com as que sofremos no sector defensivo. Poder voltar a contar com jogadores como Anderson, Rio [Ferdinand], e [Antonio] Valencia constitui uma grande diferença nesta fase da época. Eles estão frescos e sabem como jogar neste clube, por isso serão uma espécie de reforços, mas sem necessitarem do período de adaptação que, por norma, os novos precisam.

Na primeira mão, Rooney adaptou-se muito bem ao papel que lhe pedi para ele desempenhar. Teve de combinar tarefas defensivas com a presença constante no ataque e esteve bastante bem, realizando uma excelente exibição. Ele é capaz de causar problemas ao adversário como nenhum outro jogador. Equilíbrio, poder, velocidade e grande inteligência táctica - aquele rapaz tem tudo.

Esta competição é uma obsessão para o nosso adversário; é evidente que foi a pensar nesta prova que contrataram Fernando Torres. O dono do Chelsea deixou isso bem claro há algum tempo. Mas é uma competição muito difícil de conquistar, pois nela estão todas as grandes equipas europeias. Basta olhar para o poder de Barcelona e Real Madrid. Parece que se irão defrontar nas meias-finais, o que será fantástico.

Carlo Ancelotti, treinador do Chelsea
Temos boas recordações da vitória por 2-1 que alcançámos em Old Trafford na Liga inglesa na temporada passada, mas isso já faz parte da história. Já foram jogados 90 minutos desta eliminatória, o Manchester United esteve melhor e venceu por 1-0, mas ainda nada está perdido e podemos dar a volta aos acontecimentos. Poderíamos ter feito mais no primeiro jogo, mas ainda assim não creio que o resultado tenha sido o mais justo.

Temos, agora, tudo para fazer um grande jogo. Não tenho receio nem estou preocupado. Estou, apenas, feliz por ter oportunidade de disputar jogos como este e poder usar as minhas capacidades para retirar o melhor dos meus jogadores. Não vamos pressionar o United mais do que o normal desde o apito inicial, pois sabemos que precisamos de tempo para assentar o nosso jogo e chegar ao golo. Precisamos de equilíbrio, pois o United é muito perigoso no contra-ataque.

Rooney é o jogador mais perigoso do United. Teremos de estar muito atentos às suas movimentações. Levou a melhor sobre nós no último embate, mas não vamos alterar a nossa forma de jogar apenas para lidar com Rooney.

A Champions League não é uma obsessão, é um sonho. Estamos a disputar os quartos-de-final e temos hipóteses de, dentro de três jogos, estar na final, tal como o United. A memória da derrota de 2008 frente ao United, na final de Moscovo, poderá constituir uma excelente motivação para todos. No futebol a hipótese de desforra acaba sempre por surgir, mais cedo ou mais tarde, e se tudo correr bem, desta feita seremos nós a levar boas recordações do encontro.

Notícias das equipas
• Manchester United
Os problemas do United com lesões estão a aligeirar, com Anderson (joelho) e John O'Shea (coxa) de volta à equipa no triunfo de sábado, por 2-0, sobre o Fulham FC. Wes Brown (gémeos) também regressou aos convocados nesse encontro, mas ficou no banco. As únicas reais preocupações são Darren Fletcher (vírus), que permanece em dúvida após ter falhado o treino de segunda-feira, e Rafael, que se lesionou no joelho na partida da primeira mão, em Stamford Bridge, e cuja recuperação será avaliada mais perto da hora de início do jogo.

• Chelsea 
Depois do regresso dos lesionados de longa data, Yossi Benayoun (tendão de Aquiles) e Alex (joelho), na vitória de sábado, por 1-0, sobre o Wigan Athletic FC, Ancelotti tem, pela primeira vez esta temporada, todo o plantel à sua disposição.

Resultados do fim-de-semana
Sábado: Manchester United 2-0 Fulham FC
(Berbatov 12, Valencia 32)
Apesar de um início de encontro prometedor por parte do Fulham, Dimitar Berbatov, com o seu 22º golo da temporada, e Antonio Valencia, à passagem da meia-hora de jogo, garantiram ao United uma vitória que permitiu manter a vantagem de sete pontos no topo da tabela. O United deu, assim, seguimento à sua excelente série de resultados em Old Trafford, onde apenas perdeu dois pontos esta temporada, vencendo 15 dos 16 jogos que aí disputou.

Sábado: Chelsea 1-0 Wigan Athletic FC
(Malouda 67)
Um remate certeiro de Florent Malouda, a meio do segundo tempo, ditou a diferença entre as duas equipas, embora Fernando Torres tenha desperdiçado várias ocasiões para dilatar a vantagem dos londrinos e estrear-se a marcar pelo clube. Franco Di Santo e Thomas Cleverley estiveram perto de marcar perto do fim, mas não conseguiram bater Petr Čech e o Chelsea acabou por segurar o triunfo.

Sabia que?
• O primeiro encontro entre as duas equipas aconteceu na II Divisão, no antigo estádio do United, em Bank Street, no dia de Natal de 1905, e terminou sem golos. O United venceu por 4-2 o primeiro duelo entre as duas equipas em Old Trafford, a 26 de Dezembro de 1912, 24 horas depois de um triunfo por 4-1 em Stamford Bridge.

Veja a retrospectiva do jogo para mais informações.