Bougherra destaca solidez escocesa

O defesa Madjid Bougherra destacou o esforço colectivo que valeu ao Rangers FC um empate a zero em casa do Manchester United FC, em jogo do Grupo C da UEFA Champions League, na noite de terça-feira.

O campeão escocês sofreu 13 golos na fase de grupos da época passada, não passando incólume em qualquer partida, mas as tácticas apaziguadoras do treinador Walter Smith conseguiram frustrar o seu velho amigo Alex Ferguson, com este duelo britânico a saldar-se num nulo. Smith optou por colocar Bougherra num trio de defesas-centrais, juntamente com David Weir e Saša Papac, e todos eles tiveram cortes ou intercepções decisivos, num jogo que pode ser definido pela imagem recorrente de jogadores de azul sempre no caminho da bola.

O internacional argelino Bougherra disse ao UEFA.com: "A chave é a equipa – é preciso atacar e defender juntos. Atacar foi muito difícil, porque se o fizéssemos todos juntos, o United teria espaço, e os seus jogadores sobem muito rapidamente. Mudámos de táctica e jogámos com três centrais, e penso que foi uma boa experiência, porque não sofremos golos e permanecemos fortes na retaguarda".

O capitão do Rangers, Weir, de 40 anos, disse que essa disciplina férrea foi a chave do sucesso da equipa. "Como é óbvio, pela forma como nos dispusemos, o objectivo era alcançar um ponto, e conseguimos esse objectivo", explicou. "Jogámos com três defesas-centrais e dois laterais, por isso tivemos cobertura a toda a largura do campo. Depois, bastou manter a disciplina e continuar a trabalhar forte".

O médio do United, Darren Fletcher, reconheceu a "decepção" que se fazia sentir na equipa da casa, mas admitiu que a exibição defensiva do Rangers merece crédito. "De cada vez que disputávamos a bola, eles colocavam dois jogadores na marcação, especialmente nas zonas laterais", disse o capitão da Escócia, que ficou frustrado pela intervenção de Bougherra, a dez minutos do fim, quando aparecia em boa posição para finalizar um passe do suplente Ryan Giggs.

Fletcher foi o único jogador a permanecer no "onze" do United (os portugueses Nani e Bebé não foram sequer convocados) em relação à equipa que empatou a três golos em casa do Everton, no fim-de-semana, e faltou à renovada equipa a chama e coesão para quebrar a resistência do Rangers. E acrescentou: "Quando atacávamos pelo meio, eles tinham uma barreira formada por três centrais, e a marcação nos flancos era a dobrar. Tornaram a nossa tarefa sempre difícil, e quando parecia que a única esperança era um cruzamento para a área, uma bola perdida ou um remate à entrada da área, nada correu bem. O seu plano de jogo era colocar todos os jogadores atrás da linha da bola, deixando o Kenny Miller isolado na frente de ataque, de modo a conseguirem um empate, que acabaram por alcançar".

Com a missão cumprida em Manchester, os jogadores do Rangers deram voz à sua determinação em continuar o bom trabalho no grupo. Segue-se o desafio com o Bursapor, em Ibrox, na segunda jornada, onde vão tentar compensar as três derrotas consecutivas em casa na época passada. O avançado Miller disse: "O ano passado até começámos relativamente bem, com um empate a um golo com o Estugarda, fora, por isso espero que esta época as nossas prestações em casa sejam muito melhores. Desde logo começando frente ao Bursaspor, que vamos tentar vencer, sendo mais perigosos, algo que não conseguimos ser esta noite".