Eto'o sob o signo do número três
terça-feira, 25 de maio de 2010
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Acabado de conquistar a segunda "tripla" de troféus consecutiva com o triunfo na UEFA Champions League, Samuel Eto'o, do Inter, insiste: "É preciso ter a equipa perfeita para ganhar tudo".
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Se a vitória final na UEFA Champions League fez do FC Internazionale Milano de José Mourinho a primeira equipa italiana a conquistar Serie A, Taça de Itália e competição europeia na mesma época, "triplas" não são uma novidade para Samuel Eto'o. De facto, ao ritmo que acumula medalhas, o apartamento de 1000m² que comprou em Milão no mês passado talvez fique demasiado pequeno para a sua vitrina de troféus.
Depois de ter alcançado o mesmo feito na edição anterior da UEFA Champions League, ao serviço do FC Barcelona, o avançado do Inter está habilitado a dizer: "É preciso ter a equipa perfeita para ganhar tudo". Ainda assim, o seu contributo para estas conquistas europeias, mesmo sem o brilho de um golo marcado na final de sábado, no Santiago Bernabéu, foi significativa.
O treinador José Mourinho já tinha elogiado o internacional camaronês antes do fim-de-semana, dizendo: "Eto'o dá um grande exemplo. Trata-se de um jogador com uma reputação acima da média, e é um avançado, mas quando a equipa atravessa um momento difícil e é preciso um esforço extra, ele é o primeiro a fazê-lo".
O jogador de 29 anos mostrou esse espírito de sacrifício na vitória do Inter, por 2-0, especialmente no início da segunda parte, quando o FC Bayern München estava apostado em empatar a partida, em resposta ao golo inaugural de Diego Milito. Ainda assim, foi modesto quando reflectiu sobre a sua mais recente conquista. "Não sou um perito em vencer competições", disse. "É preciso ter os colegas de equipa certos, o treinador certo. Tenho tido sorte em representar grandes clubes, que me têm permitido vencer estes troféus".
A final em si esteve à altura das expectativas de Eto'o. "Estávamos confiantes", disse. "Sabíamos que era preciso marcar para vencer e tivemos a felicidade de chegar ao golo à passagem da meia-hora. Assim que chegámos ao intervalo a ganhar por 1-0, sabíamos que o confronto ia ser mais aberto na etapa complementar. Eles regressaram mais fortes – e podiam ter empatado –, mas temos o Júlio César, um grande guarda-redes. Depois, quando fizemos o 2-0, tudo se tornou mais difícil para eles".
O "bis" de Milito no Bernabéu elevou para 30 golos a sua conta pessoal esta época, incluindo tentos na final da Taça de Itália e a vitória decisiva para os "nerazzurri" conquistarem o "scudetto", em casa do AC Siena, na última jornada do campeonato italiano. "Marcou por duas vezes na final, fez uma óptima exibição", afirmou o número 9. "Parabéns ao Diego e a todos os meus companheiros".
Eto'o pode não ter conseguido repetir a façanha de Alfredo di Stéfano, que marcou em três finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, depois de ter facturado nas edições de 2006 e 2009, com a camisola do Barcelona, ainda assim a "tripla" é uma compensação substancial. "O mais importante para mim não era marcar golos, mas sim que a minha equipa vencesse", disse. "Tínhamos que ganhar e assim fizemos – por isso estamos satisfeitos".