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Liverpool "sem segredos" para Hiddink

O treinador do Chelsea, Guus Hiddink, garante que "não haverá segredos" quando a sua equipa enfrentar o Liverpool nos quartos-de-final, pela quinta vez em outras tantas edições da Champions League.

A passagem de Guus Hiddink pelo Chelsea tem sido muito bem sucedida, até ao momento
A passagem de Guus Hiddink pelo Chelsea tem sido muito bem sucedida, até ao momento ©Getty Images

O treinador do Chelsea FC, Guus Hiddink, garante que "não haverá segredos" quando a sua equipa enfrentar o Liverpool FC nos quartos-de-final, pela quinta vez em outras tantas edições da UEFA Champions League. Defrontar o Liverpool na Europa tem sido como que um ritual de passagem para os treinadores do Chelsea nos últimos anos e, depois de José Mourinho e Avram Grant, chega agora a vez de Hiddink medir forças com Rafael Benítez na Europa.

"Muito equilíbrio"
"Não há segredos no futebol moderno", lembrou Hiddink ao uefa.com. "Os treinadores conhecem os jogadores, os jogadores conhecem-se uns aos outros e os treinadores sabem como eles jogam, pelo que está tudo em aberto e vai ser muito equilibrado. [Benítez] já provou ser um técnico muito inteligente. Estou ansioso por travar esta batalha, mas, no fundo, podemos preparar o que quisermos que tudo vai acabar por depender daqueles pequenos detalhes na execução por parte dos jogadores". Estes pequenos detalhes sorriram ao Chelsea na temporada passada, quando um golo de John Arne Riise na própria baliza nos derradeiros minutos do encontro em Anfield desequilibrou a balança da eliminatória a favor da turma de Londres. Depois de ter sido derrotado por duas vezes pelo Liverpool nas meias-finais, sempre pela mais ínfima das desvantagens, em 2005 e 2007, a sorte sorriu por fim ao Chelsea, que a aproveitou e seguiu até à primeira final da UEFA Champions League da sua história.

Novo ímpeto
Tal como na temporada passada antes da saída de Mourinho, o Chelsea iniciou a sua campanha na prova de forma algo irregular, antes de acertar o passo com a chegada de Hiddink para o lugar de Luiz Felipe Scolari, facto que deu um novo ímpeto à equipa no momento certo. Desde que o holandês foi apresentado como treinador do clube, a título interino, em Janeiro - mantendo, em simultâneo, o cargo de seleccionador russo - o Chelsea avançou até aos quartos-de-final da UEFA Champions League, às meias-finais da Taça de Inglaterra e colocou-se a apenas quatro pontos do líder da Premiership, o Manchester United FC. "Disse, desde o meu primeiro dia no clube, que tínhamos de apresentar resultados", recordou Hiddink. "Os jogadores reagiram bem. Pediram-me para manter o Chelsea num lugar de acesso à Champions League para que o clube não falhe a competição no próximo ano. Foi isso que foi pedido, nada mais. Mas agora estamos aqui e queremos lutar por outros objectivos".

Fé em Drogba
Sob o comando de Hiddink, o Chelsea parece jogar com outra confiança, com destaque para o reaparecer do ponta-de-lança Didier Drogba, que marcou frente à Juventus, nos oitavos-de-final, o golo que selou o apuramento dos londrinos para a ronda seguinte. "Trabalhei com ele com especial atenção desde o primeiro dia e ele mostrou-se sempre muito empenhado em aplicar-se a 100 por cento. E foi recompensado por tal, com os golos a começarem a surgir, por sinal sempre golos decisivos". Hiddink tornou-se famoso por conseguir trazer ao de cima o melhor de cada jogador, algo que diz sempre ter admirado no malogrado lendário treinador austríaco Ernst Happel, que aponta como a sua maior influência. "Não trabalhei com ele regularmente, mas estive com ele em algumas ocasiões. Foi um dos meus treinadores favoritos, porque conseguia explorar ao máximo o potencial dos jogadores, quer estivesse a trabalhar na Holanda, na Bélgica ou na Alemanha".

"Amante do futebol"
O mesmo se aplica ao muito viajado Hiddink. Drogba, fora de forma e das boas graças de Scolari, é o exemplo mais evidente, embora o técnico holandês não se veja a si mesmo como um mestre na arte de motivar os atletas. "Tento apenas procurar a motivação que há dentro de cada jogador, independentemente de serem profissionais de renome, com grandes salários. Isso é fundamental para mim. Seja como for o jogador na sua profissão, ele tem de ser, primeiro que tudo, um amante do futebol".

"Vontade"
Dividindo as suas energias entre o Chelsea e a selecção da Rússia não parece afectar a saúde do treinador de 62 anos que, depois de já ter treinado e jogado em quatro continentes, está agora na sua primeira passagem pelo berço do futebol. "Quer se trabalhe com coreanos ou com australianos, é igual", explicou. "A única diferença é que se usa as suas diferentes culturas para atingir os objectivos. A atracção do futebol inglês encontra-se na vontade. Os jogadores gostam de jogar em velocidade, de lutar e querem chegar o mais rápido possível à área contrária".

"Enorme feito"
Hiddink adaptou-se bem aos ares de Inglaterra. As equipas inglesas atravessam um período de domínio na UEFA Champions League e, depois de no último ano se ter assistido a uma final 100 por cento inglesa, não será de estranhar que tal cenário se repita esta temporada. Hiddink já se sagrou campeão europeu no comando do PSV Eindhoven, quando bateu o Benfica na final em 1988, e poder-se-á juntar a Happel e Ottmar Hitzfeld como os únicos treinadores a conquistarem o título europeu no comando de dois clubes diferentes, caso chegue à vitória com o Chelsea. "Para um clube como o PSV é um feito enorme ter conquistado esse título", afirmou. "Sendo um treinador jovem como era, foi algo que só parecia possível em sonhos. Ao fim de muitos anos nesta profissão, perto do fim da minha carreira, seria muito agradável voltar a disputar a final".