Chama cada vez mais intensa

O FC Porto garantiu o primeiro lugar do Grupo G da UEFA Champions League, ao receber e bater o Arsenal FC, por 2-0, em partida referente à sexta e última jornada. A precisar de um triunfo para ultrapassar os londrinos, os "dragões" viram Bruno Alves marcar o seu primeiro golo na competição na recta final da primeira parte, antes do inevitável Lisandro fechar as contas e ditar um embate com um dos segundos classificados dos restantes agrupamentos.

Aposta na juventude
Ao contrário de Jesualdo Ferreira, que fez alinhar o seu habitual "onze" titular, o treinador do Arsenal, Arsène Wenger, optou por rodar mais uma vez o seu plantel, com a juventude a ser a palavra de ordem. E a verdade é que a inexperiência de grande parte dos jogadores do Arsenal não se fez notar no dealbar da gélida noite do Dragão, com o equilíbrio a imperar durante a primeira parte e as oportunidades de golo dignas desse nome a escassearem. Bruno Alves foi o autor do primeiro remate com algum perigo para uma das balizas, aos oito minutos, mas o seu livre directo foi defendido com segurança pelo guarda-redes Manuel Almunia.

Ameaças
O Arsenal trocava bem a bola no meio-campo, mas o cenário mudava de figura no assalto final à baliza portista, com o derradeiro passe a falhar invariavelmente. Curiosamente, acabou por ser o jogador mais jovem em campo a quebrar essa tendência aos 25 minutos, com Aaron Ramsey, de 17 anos, a protagonizar uma boa iniciativa individual e a concluir o lance com um disparo cruzado de pé esquerdo que obrigou Helton a uma exigente intervenção para canto. A resposta do FC Porto surgiu três minutos volvidos e só não resultou em golo porque Lisandro viu Almunia suster com muita dificuldade o seu potente remate de pé direito.

Bruno Alves marca
A partida parecia destinada a ir sem golos para o intervalo, mas um lance de bola parada aos 39 minutos permitiu que a equipa da casa se adiantasse no marcador. Raul Meireles cobrou um canto no lado direito e cruzou na perfeição para o cabeceamento certeiro de Bruno Alves, que se antecipou ao seu marcador directo, Abou Diaby, revelando todo o seu poder aéreo. Os visitantes, que já tinham começado a perder fulgor no centro do terreno ainda antes do tento "azul-e-branco", não foram capazes de reagir de imediato ao golpe, acusando um pouco a falta de um elemento que fizesse chegar a bola em perfeitas condições a Nicklas Bendtner e companhia.

Lisandro não perdoa
O rumo dos acontecimentos não se alterou no arranque da etapa complementar, mas o ligeiro adiantamento no terreno por parte do Arsenal proporcionou ao FC Porto um contra-ataque letal aos 54 minutos. Hulk iniciou o lance ainda no seu meio-campo, entregando a bola no meio a Fernando. O médio brasileiro galgou alguns metros e serviu com mestria na direita o embalado Lisandro, que encheu o pé direito e bateu Almunia com um excelente disparo ao canto superior direito. Estava feito o 2-0 e desferida uma estocada potencialmente decisiva no adversário.

Supremacia
O segundo tento dos anfitriões inibiu ainda mais o Arsenal e libertou o agora mais desenvolto futebol dos campeões portugueses, com Cristián Rodríguez a aparecer por duas vezes em situação privilegiada para facturar, mas o internacional uruguaio errou o alvo. Ainda mais perto do 3-0 ficou Lucho aos 74 minutos, quando uma assistência de Lisandro colocou o médio argentino na cara do golo, valendo ao Arsenal o facto de a bola ter saído a rasar o poste. Completamente manietado e tendo de recorrer a suplentes como Jack Wilshere, de 16 anos, o conjunto inglês apenas esboçou uma reacção nos últimos minutos do encontro, demasiado tarde para impedir a abordagem ao sorteio dos oitavos-de-final, agendado para dia 19, com a certeza que vai defrontar um dos vencedores dos outros grupos.