Wenger aponta alto

Arsène Wenger está convicto que a sua equipa pode "ser uma das maiores potências do futebol europeu por muitos anos", mas, apesar da confiança demonstrada, o francês está desesperado por um resultado moralizador frente ao FC Dynamo Kyiv, pois o Arsenal FC está a passar uma fase complicada.

Sob pressão
Pela quarta vez esta época, o líder do Grupo G chega a um jogo europeu depois de uma derrota na Premier League. Os londrinos sabem que um triunfo garantirá automaticamente a passagem aos oitavos-de-final da UEFA Champions League, mas também têm noção que terão de jogar bem melhor do que nos dois últimos encontros da Premiership, em que perderam ante o Aston Villa FC e o Manchester City FC. A derrota de sábado em Manchester, por 3-0, foi a mais pesada dos últimos 20 meses e aumentou a pressão sobre os jogadores de Wenger, que foram fortemente criticados na semana passada por William Gallas, um incidente que levou o francês a perder a braçadeira de capitão.

Regresso de Gallas 
"A forma ideal de lidar com esta situação será jogar bem contra o Dínamo e mostrar que estamos unidos, demonstrando ao mesmo tempo que temos força e talento para superar as dificuldades", explicou Wenger, que depois de deixar Gallas de fora dos convocados para o jogo de sábado confirmou que o defesa estará de regresso à equipa no encontro contra os ucranianos. O treinador espera que o seu compatriota, que fez o golo que valeu um ponto em Kiev em Setembro, possa "recomeçar", tanto mais que agora já não tem a responsabilidade de ser o capitão de equipa, pois foi obrigado a ceder a braçadeira a Cesc Fàbregas. "Aprecio o William como jogador e como homem. Agora pode surgir ainda mais forte como jogador, pois deixou-se afectar pelos problemas da equipa".

"Futuro fantástico"
"Apesar de nesta altura estarmos frustrados, nem tudo é mau", acrescentou Wenger. "Esta equipa tem um futuro fantástico". Independentemente do resultado do encontro de terça-feira, os próximos tempos prometem não ser fáceis, pois o departamento médico passou a ter nove jogadores a seu cargo, depois de Abou Diaby (estômago) e Samir Nasri (joelho) terem sentido problemas físicos na véspera do jogo. O treinador do Dínamo, Yuri Semin, não considera que a sua equipa possa beneficiar dos problemas do Arsenal, tanto mais que os ucranianos perderam sete dos oito encontros que disputaram em Inglaterra. "Será bom para o Dínamo se a equipa estiver ao seu melhor nível e se os jogadores fizerem tudo aquilo que são capazes. "Os problemas do Arsenal só lhes dizem respeito a eles, não são importantes para nós. Estou mais preocupado por termos perdido o último jogo, frente ao FC Porto".

Contas de Semin 
O triunfo dos portistas no último minuto do jogo de Kiev deixou os líderes do campeonato ucraniano na terceira posição do grupo, a três pontos do Arsenal. Caso o FC Porto vencça em casa do Fenerbahçe SK, o Dínamo será obrigado a triunfar para poder continuar a pensar num dos dois primeiros lugares, com Semin a explicar que pretende somar quatro pontos nas duas últimas rondas. Enquanto o Arsenal era goleado em Manchester, o Dínamo teve uma semana para descansar. Semin não poderá contar com o defesa Taras Mikhalik, devendo manter a aposta em Artem Milevskiy como único avançado, uma táctica que rendeu quatro pontos em seis possíveis nos encontros disputados fora de casa. Os ucranianos também ainda não sofreram golos nas suas deslocações na UEFA Champions League, mais uma má notícia para o Arsenal, que ficou em branco frente ao Fenerbahçe na quarta jornada e não conseguiu marcar qualquer golo nos dois últimos jogos que disputou fora de casa.