Quem aposta em Tacchinardi?

Em 11 anos na Juventus, Alessio Tacchinardi venceu o “scudetto” por seis vezes e a UEFA Champions League em 1996. Contudo, o médio de 30 anos assistiu da linha lateral ao triunfo da "vecchia signora" na final de Roma, frente ao AFC Ajax, no desempate por grandes penalidades.

Final no horizonte
Após Tacchinardi ter perdido outras três finais da prova (1997, 1998 e 2003) antes de se transferir da Juventus para o Villarreal CF, poucos seriam os que apostariam que o médio voltaria a estar em condições de poder ganhar outra competição europeia. No entanto, agora, apenas o Arsenal FC - que eliminou precisamente a Juventus nos quartos-de-final -, pode obstar a que a formação espanhola marque presença na final de 17 de Maio, no Stade de France, em Paris.

“Muitos amigos”
Sinceramente, estou muito feliz, porque não gostaria de jogar frente à Juventus. Tenho muitos amigos lá. Adoro o treinador, o clube e os adeptos. Preferia mesmo defrontar o Arsenal, mesmo sabendo que nesta fase da época estejam provavelmente mais fortes e em melhor forma que a Juventus. É um daqueles assuntos do coração: preferia defrontar o Arsenal do que uma equipa que representei durante toda a minha carreira”.

A ameaça de Henry
A equipa inglesa, que venceu a Juventus por 2-0 no total das duas mãos, não tem grandes segredos para Tacchinardi, que os discutiu com os seus antigos companheiros da Juve. “Telefonei-lhes após ambas as mãos, porque estavam mesmo em baixo. Disseram-me que o Arsenal está a jogar mesmo bem e que Thierry Henry estava ‘endiabrado’. Eles jogam um futebol difícil de definir. Defendem bem e jogam com apenas um ponta-de-lança, mas têm muitos médios prontos para atacar. Será uma meia-final difícil, mas é normal nesta fase da prova”, disse Tacchinardi ao uefa.com.

Golo marcado fora desejado
O que precisa, então, de fazer o Villarreal para derrotar os “gunners”? “Resistência mental e física é o que mais importa numa eliminatória equilibrada como esta. É claro que o nosso campo, o El Madrigal, é também muito importante, mas temos de tentar marcar fora de casa, como fizemos por intermédio de Diego Forlán no terreno do [FC] Internazionale [Milano]. Se marcarmos em Highbury, podemos aproveitar os nossos trunfos em casa”.

“Mais bonito”
Não demorou muito a Tacchinardi, desde que ingressou no Villarreal, tornar-se adepto do futebol espanhol. “Agora que jogo aqui, posso dizer que o futebol da Primera División é mais atractivo do que o praticado na Serie A. O aspecto táctico é mais importante em Itália, enquanto aqui todas as equipas tentam praticar um futebol mais espectacular. Em Itália, o jogo é mais defensivo e aqui eles falam sempre do ‘catenaccio’”.

Continuar em Espanha
O antigo jogador das camadas jovens da Atalanta BC pondera mesmo terminar a carreira em Espanha. “O meu representante disse que tenho propostas de Itália, mas quero ter uma experiência menos ‘stressante’ após a passagem pela Juventus. Em Itália há demasiada polémica, demasiado stress. Se ganharmos, tudo corre bem, mas, caso percamos… Vejam o que aconteceu aos jogadores do Inter depois de terem perdido connosco. Não jogarei muito mais anos, mas certamente que nos que ainda jogar, pretendo fazê-lo em Espanha”.

Estrela mundial
Tendo feito parte de uma equipa de estrelas mundiais em Turim, Tacchinardi sabe detectar rapidamente um jogador de qualidade. E certamente que Juan Román Riquelme é um deles. “Román lembra-me de Zinédine Zidane há cinco anos. Agora, creio que o ‘Zizou’ está um pouco mais desgastado, tanto física como mentalmente e pode ser que ele termine a carreira após o Mundial. É uma pena, porque joguei com ele quando estava no seu melhor e era um jogador fantástico. Riquelme também pode fazer a diferença a todos os níveis e espero que brilhe no Mundial ao mais alto nível.

Objectivo ambicioso
O Villarreal é a maior surpresa na presente campanha da UEFA Champions League, apesar de estar somente na oitava posição na liga espanhola. “Queremos apurar-nos para a Taça UEFA, mas a UEFA Champions League é muito mais importante. Empenhámo-nos bastante para chegar até aqui e agora o objectivo é chegar à final de Paris e levantar a taça”.