O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

Ronaldinho reina em Milão

O Milan tem em Kaká um digno sucessor ao trono de Ronaldinho, mas o jogador do Barcelona continua a reinar tranquilamente.

Muito do que foi dito em torno da tão aguardada meia-final da UEFA Champions League, entre o AC Milan e o FC Barcelona, centrou-se nas capacidades dos brasileiros Ronaldinho e Kaká. No que acabou por ser uma primeira mão empolgante, foi o visitante que justificou o estatuto de Jogador Europeu e Mundial do Ano, com uma actuação repleta de classe.

Primeiro sinal
O Milan esteve inquestionavelmente melhor no primeiro tempo, com um remate de Alberto Gilardino ao poste e uma defesa de Víctor Valdés que negou o golo a Andriy Shevchenko, pouco depois. Mas a qualidade acaba por vir ao de cima e é inegável que Ronaldinho tem bastante. O internacional brasileiro esteve na origem de quase todos os ataques dos campeões espanhóis e deu o primeiro ar da sua graça aos 15 minutos, quando serviu Mark van Bommel, que rematou fraco à figura de Dida.

Despertar no segundo tempo
Os visitantes foram subjugados durante o restante da primeira parte, apesar de Ronaldinho ter assistido Samuel Eto'o, que rematou para a defesa de Dida, e Ludovic Giuly, que lhe seguiu o exemplo. No entanto, o Barcelona regressou do intervalo com outra disposição, com Ronaldinho a desmarcar-se várias vezes para receber a bola, explorando os espaços deixados por Gennaro Gattuso, em nítida quebra de rendimento, e Andrea Pirlo que, depois de uma excelente primeira parte, quase desapareceu do jogo. Para além do apagado Pirlo, o Milan também não teve muito mais a mostrar, ao contrário do Barcelona, que aproveitou a "explosão" de Ronaldinho no segundo tempo.

Golo merecido
O único golo do jogo foi completamente merecido por parte da equipa forasteira e serviu para abrilhantar uma exibição magnífica na meia-final. O Milan tinha afastado mais um ataque do Barcelona e a jogada parecia não representar qualquer perigo, mas a bola acabou nos pés do número 10 do Barça e, com Gattuso rápido na pressão, Ronaldinho cruzou, de primeira, para o único espaço descurado pela defesa "rossoneri". O tempo de passe foi tal que até Giuly parecia surpreendido ao ver uma oportunidade surgir-lhe na frente. Depois de escapar ao fora-de-jogo, o francês entrou na área e desfeiteou Dida.

Segunda oportunidade
À excepção dos 3,000 adeptos espanhóis atrás da baliza de Dida, o resto do estádio ficou em silêncio e, com o Milan apático depois do contratempo, a equipa de Carlo Ancelotti quase sofreu o segundo tento pouco depois. Clarence Seedorf perdeu a bola no seu meio-campo e o Barcelona avançou no terreno, com Giuly a servir Ronaldinho, que fugiu a dois adversários e rematou ao poste. O Milan sabia que estava vencido. Na realidade, os adeptos da casa voltaram a respirar de alívio quando Ronaldinho teve uma oportunidade para demonstrar as suas capacidades em lances de bola parada. O livre saiu por cima da barreira e passou muito perto da trave.

Kaká em crescendo
Kaká foi a ameaça mais real do Milan e esteve na origem das duas melhores ocasiões da equipa da casa. O passe para o coração da área, já perto do fim, foi um bom exemplo da sua grande visão de jogo. Mas Massimo Ambrosini rematou ao lado, quando tinha apenas Valdés pela frente. Depois, Kaká optou por rematar, após ter deixado para trás três defesas do Barça, mas sem efeitos práticos.

Jovem sucessor
O jogador, de 23 anos de idade, é, certamente, um dos maiores talentos que alinham na Europa e, talvez, o sucessor ao trono de Ronaldinho, mas não há dúvidas sobre quem é o "monarca" no activo, mesmo apesar de toda a modéstia. "Não penso que tenha ganho o duelo pessoal com Kaká, especialmente porque disputámos apenas uma parte da eliminatória", afirmou, depois do jogo. "Ele jogou muito bem". Infelizmente para o Milan, Ronaldinho também.

Seleccionados para si