O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

O domínio europeu do Liverpool

O uefa.com recorda os anos de ouro do Liverpool nas competições europeias, coroados com a conquista de quatro Taças dos Campeões.

Por Patrick Hart

Numa altura em que o Liverpool FC viaja até à Turquia para disputar a final da UEFA Champions League, o uefa.com relembra as anteriores vitórias do clube inglês na Taça dos Clubes Campeões Europeus, com início na noite mágica de 1977, em Roma.

Liverpool 3-1 VfL Borussia Mönchengladbach
Portugal, Espanha, Itália, Holanda e Alemanha haviam dominado a Taça dos Campeões Europeus até à data, mas, a partir de 1976/77, chegou a vez do futebol inglês, através do Liverpool, se impor na Europa. Numa repetição da final da Taça UEFA de 1973, o clube de Anfield bateu o Borussia Mönchengladbach por 3-1, com golos de Terry McDermott, Tommy Smith e Phil Neal. Allan Simonsen ainda empatou a partida, mas o Mönchengladbach haveria de se arrepender do momento em que se cruzou com os homens de Bob Paisley. Tudo parecia perfeito para a equipa alemã suceder ao anterior campeão, o FC Bayern München, sendo que a equipa orientada por Udo Lattek havia restaurado o orgulho germânico nas meias-finais, ao eliminar o carrasco do Bayern nos quartos-de-final, o FC Dynamo Kyiv. A turma ucraniana foi a última barreira na caminhada para Roma. Por seu turno, o Liverpool estava a viver uma época de grande fulgor e procurava garantir a 'dobradinha', com a conquista da liga inglesa e da Taça de Inglaterra (embora tenha acabado por contentar-se apenas com a última). A candidatura ao título materializou-se nos quartos-de-final e, após eliminar, com naturalidade, o Crusaders FC e o Trabzonspor, o Liverpool recebeu o finalista vencido da temporada anterior, o AS Saint-Etienne. A formação inglesa ganhou, por 3-1, em casa e perdeu, por 1-0, em França. Nas meias-finais esmagou o FC Zürich, com 6-1 no conjunto das duas mãos e na final, Kevin Keegan esteve em plano de evidência, conseguindo, na sua última partida pelo Liverpool, brilhar mais alto do que o Futebolista Europeu do Ano, Simonsen.

Liverpool 1-0 Club Brugge KV
O Liverpool regressou ao topo do futebol europeu em 1977/78, graças a Kenny Dalglish, jogador que havia sido contratado ao Celtic FC para substituir Keegan. O golo aos 64 minutos apontado pelo internacional escocês fez a diferença entre a turma de Merseyside e a grande surpresa da competição desse ano, o Brugge, numa final em Wembley que desiludiu muitos dos adeptos. Em forma de desculpa, o treinador do Brugge, Ernst Happel, escudou-se numa longa lista de lesionados. Porém, ficou no ar a ideia que o Liverpool teria ganho de qualquer forma. Isto porque, em três jogos em casa, o Liverpool apontou 12 golos, ao 1. FC Dynamo Dresden, Benfica e Mönchengladbach. A turma alemã não conseguiu passar na deslocação a Anfield, apesar da vitória por 2-1 alcançada no seu terreno, na primeira mão. Ray Kennedy, Jimmy Case e Dalglish marcaram os golos ingleses. Um destino semelhante aguardava a equipa do Brugge, derrotada pelo Liverpool na final da Taça UEFA de 1976. A turma belga aproveitara a sua boa capacidade nos jogos em casa e venceu a Juventus FC por 1-0, beneficiando da derrota por 2-1 averbada em Turim, na primeira mão, nas meias-finais. Este resultado fez os adeptos belgas sonhar com o seu primeiro título de campeão europeu, algo que durou até Dalglish lhes estragar a festa.

Liverpool 1-0 Real Madrid CF
A Taça dos Campeões Europeus ficou em Inglaterra pelo quinto ano consecutivo em 1980/81, com o troféu a trocar as instalações do Nottingham Forest FC pelas de Anfield. O Forest caíra aos pés do PFC CSKA Sofia, na primeira eliminatória, abrindo caminho a quatro clubes que haviam conquistado 13 Taças dos Campeões, entre eles Real Madrid, FC Internazionale Milano, Bayern e Liverpool. A turma de Merseyside arrancou da melhor forma e após marcar 11 golos ao FC Oulu, a turma inglesa venceu e convenceu perante o Aberdeen FC, de Alex Ferguson, e o CSKA. O adversário das meias-finais, o Bayern, foi bem mais difícil de bater. Moralizado após ultrapassar o AFC Ajax por 6-3 nos quartos-de-final, a formação de Rummenigge e companhia beneficiou, ainda, de um empate a zero em Anfield Road. Todavia, duas semanas volvidas, Ray Kennedy marcou e o Liverpool empatou 1-1 em Munique, resultado suficiente para colocar a equipa britânica na final graças ao golo apontado fora. Noutras paragens, um embate entre gigantes determinou o outro finalista, com o Real Madrid a superiorizar-se por 2-1 ao Inter de Milão. Porém, a formação espanhola não possuía os meios necessários para levar o barco a bom porto, ao contrário da turma de Paisley. O defesa-lateral Alan Kennedy integrou-se no ataque e, aos 81 minutos de jogo, apontou o golo do triunfo inglês. O seu treinador tornou-se, assim, no primeiro a conseguir três títulos europeus ao serviço do mesmo clube.

Liverpool 1-1 AS Roma (Liverpool vence por 4-2 nas grandes penalidades)
O Liverpool regressou ao palco do primeiro triunfo numa final da Taça dos Campeões para erguer o troféu pela quarta vez, em 1983/84. A chave do sucesso da equipa esteve nos pés do internacional galês Ian Rush. Embora não tenha facturado frente ao Odense BK, na primeira eliminatória, os seus instintos de goleador decidiram três difíceis deslocações a favor dos de Anfield. Rush apontou o único golo da eliminatória frente ao Athletic Club Bilbao, na segunda mão e cimentou os triunfos por 1-0 em Anfield com dois tentos apontados no terreno do Benfica e outros tantos na viagem ao recinto do FC Dinamo Bucuresti. A turma romena havia eliminado o campeão europeu, o Hamburger SV, na segunda eliminatória, mas os dois golos de Rush acalmaram os nervos ingleses e garantiram a presença na quarta final em oito anos. Curiosamente, essa final esteve quase para ser disputada por duas formações britânicas, uma vez que o Dundee United FC bateu a Roma por 2-0 na primeira mão das meias-finais, antes de perder por 3-0 na capital italiana. Contudo, jogar a final em casa, no Stadio Olimpico, acabaria por ser uma faca de dois gumes para os transalpinos. Phil Neal inaugurou o marcador para o Liverpool e Roberto Pruzzo igualou para os italianos, mas, à medida que os minutos passavam, o peso da expectativa caía cada vez mais sobre os jogadores da Roma, até que o jogo chegou às grandes penalidades. Nessa altura, já os romanos estavam pouco confiantes, tendo Bruno Conti e Francesco Graziani falhado os penalties. Alan Kennedy teve nos pés a responsabilidade de converter a grande penalidade que daria a vitória à turma de Joe Fagan. Pela primeira vez, a competição foi decidida na 'lotaria' das grandes penalidades.