Taça Amizade da UEFA 2025: mais do que um torneio

A edição masculina da Taça Amizade da UEFA deste ano foi um evento verdadeiramente global, reunindo na sede da UEFA, na Suíça, oito equipas em representação de cinco confederações.

Tal como outras competições jovens da UEFA, a Taça Amizade da UEFA oferece aos jovens uma oportunidade única de experimentar o futebol internacional e de se testarem contra outros estilos de jogo, mas acrescenta oportunidades inestimáveis de intercâmbio cultural e de convívio com outras equipas fora de campo.

"É uma experiência fantástica. Significa tudo para nós", disse o jogador australiano Alessio Genova. "É sempre uma honra representar o nosso país, especialmente num desporto que amamos e contra adversários a nível mundial. Ouvir o hino, com a minha família na bancada, dá-me arrepios".

"Através de bom desenvolvimento conseguimos resultados"

Ao mesmo tempo que os EUA celebram merecidamente a sua vitória, a Taça Amizade da UEFA tem tanto a ver com desenvolvimento, futebolístico e pessoal, como com resultados.

"É maravilhoso vir até à Europa para participar num torneio internacional de topo, mas, para nós, o que importa é o lado do desenvolvimento, a exposição a algo novo e ajudar os jogadores a crescerem", explicou Marlon LeBlanc, seleccionador da formação americana.

"Não temos a oportunidade regular de ver, digamos assim, a qualidade dos jogadores franceses ou o estilo de jogo argentino. Expor os jogadores do escalão Sub-18 a um evento como este vai ser-lhes útil para os próximos anos", acrescentou LeBlanc. "Claro que queremos obter resultados, mas também acreditamos que através de um bom desenvolvimento conseguimos resultados".

O seu homólogo Papa Ibrahima Faye, do Senegal, resumiu esta ideia de forma clara: "No desenvolvimento dos jovens jogadores, torneios como este são muito importantes".

"'Fair play' sempre"

Faye resumiu o conceito em que se baseia a Taça Amizade da UEFA. "No desporto, umas vezes ganha-se e outras perde-se. Para mim o futebol é um jogo e não uma guerra. O 'fair-play' é sempre o mais importante".

Esse compromisso com a união foi evidente durante o torneio, em que a competitividade em campo se aliou de forma harmoniosa ao espírito de amizade e solidariedade. As equipas ficaram no mesmo hotel, participaram em excursões culturais nas folgas – como uma visita ao Museu Olímpico de Lausanne – e participaram em sessões formativas conduzidas por especialistas na sede da UEFA, tudo para oferecer aos jogadores oportunidades de aprendizagem, experiências de viagem e a oportunidade de criar laços com os seus pares.

Jogadores da Austrália participam numa sessão de formação na sede da UEFAUEFA

"Tivemos um jogo muito disputado e difícil contra a Argentina. No final, todos os jogadores argentinos abraçaram e felicitaram os nossos jogadores à saída do relvado", disse LeBlanc. "Ver os jogadores a confraternizarem foi realmente gratificante. Ver o sorriso no rosto dos jogadores das duas equipas foi fantástico".

Crescimento colectivo

Oferecer às equipas uma rara oportunidade de viajar, competir e coexistir durante um período de tempo mais alargado é fundamental para os objetivos da Taça Amizade da UEFA. "Estar neste ambiente, em que estamos todos juntos durante duas semanas, não é muito frequente", explicou LeBlanc. "Permite-nos crescer como grupo".

Além disso, para além de poderem testar os seus jogadores em jogos de elevada competitividade, os treinadores têm também a oportunidade de aprender uns com os outros.

"Houve uma noite em que existiu a oportunidade de todos os treinadores se reunirem. Quem não soubesse, ao ver-nos diria que nos conhecíamos muito bem", disse LeBlanc. "Actualmente o Mundo passa por situações desafiantes. Acho que todos estão realmente orgulhosos do facto de podermos reunir todas estas nações e elas poderem sentar-se juntas, jantar juntas e criar novas amizades".