2022: Inglaterra vence torneio recordista
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
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A anfitriã Inglaterra conquistou o seu primeiro grande título num torneio adiado por um ano, mas que levou o futebol feminino a outro nível com vários recordes batidos.
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Sarina Wiegman levou a selecção anfitriã ao título no UEFA Women's EURO 2017 e fez o mesmo no UEFA Women's EURO 2022. No entanto, a fase final de Inglaterra foi uma sucessão de feitos sem precedentes.
Adiada a fase final por um ano, devido à pandemia da COVID-19, o facto não diminuiu o entusiasmo, pois a venda antecipada de bilhetes deixava antever que o antigo recorde total de 240.055 espectadores fosse batido. O número final foi de 574.875, após 87.192 pessoas terem assistido à épica final de Wembley (um recorde para um jogo da fase final do EURO masculino ou feminino), onde a Inglaterra de Wiegman conquistou o seu primeiro título importante ao derrotar a Alemanha, por 2-1, após prolongamento.
Outra equipa do Reino Unido, a Irlanda do Norte, fez história na qualificação, ao começar no 32º lugar entre os participantes para chegar surpreendentemente ao "play-off", fase em que derrotou a Ucrânia para garantir a estreia num grande torneio. A britânicas perderam os três jogos disputados em Southampton, contra Noruega, Áustria e Inglaterra, mas o seu feito mostrou uma nova força em crescendo na Europa, e Julie Nelson entrou na história da competição ao torna-se na jogadora mais velha de sempre a marcar no EURO Feminino diante da Noruega, com 37 anos e 33 dias.
A Inglaterra terminou no topo do Grupo A, ajudada por uma vitória por 1-0 sobre a Áustria, diante de um recorde de assistência da competição, até então, de 68.871 pessoas, e um triunfo recorde de 8-0 frente à Noruega. A Áustria ultrapassou depois a Noruega no segundo lugar graças a uma vitória por 1-0 na terceira jornada.
Beth Mead marcou em todos os jogos da fase de grupos da Inglaterra, feito inédito no EURO Feminino, mas igualado depois no Grupo B pela alemã Alex Popp. Lesionada em 2013 e 2017, a estreia tardia de Popp na fase final aconteceu num triunfo por 4-0 sobre a Dinamarca, finalista vencida em 2017, antes de ter marcado também nas vitórias por 2-0 sobre a Espanha e por 3-0 contra a Finlândia. Tendo ambas derrotado a Finlândia, a Espanha venceu a Dinamarca por 1-0 com um golo no último minuto e seguiu em frente.
O campeão Países Baixos e a Suécia empataram 1-1 no jogo inaugural e depois derrotaram Portugal, que substituiu à última da hora a Rússia (suspensa), e a Suíça e seguiram em frente. A Suécia terminou em primeiro devido à diferença de golos, enquanto a vitória dos Países Baixos por 4-1 sobre a Suíça foi presenciada por 22.596 pessoas em Sheffield, o maior número de sempre num jogo da fase de grupos sem a presença da selecção anfitriã.
A França mostrou a sua força no encontro inaugural frente à Itália graças a Grace Geyoro, autora do primeiro "hat-trick" da competição, na primeira parte. As gaulesas venceram por 5-1 e ficaram no topo do grupo com uma jornada por disputar ao baterem a Bélgica por 2-1. No entanto, as belgas derrotaram a Itália por 1-0 e estrearam-se nos oitavos-de-final, de nada servindo oa igualdade da Islândia com a França que fez com que, pela primeira vez, uma equipa empatasse os três jogos da fase de grupos do EURO Feminino.
Os quartos-de-final foram bastante disputados. A Inglaterra venceu a Espanha por 2-1 após prolongamento com um golo de Georgia Stanway, Popp marcou novamente na vitória da Alemanha sobre a Áustria por 2-0, Linda Sebrant fez, nos descontos, o golo com que a Suécia bateu a Bélgica por 1-0 e a França pôs fim ao reinado dos Países Baixos ao ganhar por 1-0 no tempo extra.
Se a Inglaterra mostrou garra contra a Espanha, acertou o estilo contra a Suécia na meia-final ao vencer por 4-0, com destaque para o golo de Alessia Russo num remate de calcanhar que fez dela a primeira jogadora a marcar quatro tentos como suplente no EURO Feminino. Mead marcou o seu sexto golo na fase final e igualou o recorde de Inka Grings, feito imitado depois um dia depois por Popp, quando fez os dois remates certeiros na vitória por 2-1 da Alemanha contra a França e tornou-se na primeira jogada a facturar em cinco partidas consecutivas da fase final.
Mas enquanto Wembley ia enchendo para a final, Popp lesionou-se durante o aquecimento e falhou o jogo decisivo. A Inglaterra apresentou o mesmo "onze" pela sexta vez, mas foram novamente as suplentes a fazer a diferença. Ella Toone colocou as anfitriãs na liderança do marcador e, embora Lina Magull tenha forçado o prolongamento, Chloe Kelly entrou para marcar o golo da vitória.
A Inglaterra desforrou-se da derrota de 6-2 diante da Alemanha na final de 2009 e marcou 22 golos, ultrapassando o recorde estabelecido 13 anos antes pelas campeãs dessa edição. Wiegman tornou-se na primeira treinadora a vencer o torneio ao comando de dois países diferentes e disse: "O que fizemos é incrível. Eu sabia que tínhamos a Inglaterra toda a apoiar-nos — vimos isso na chegada ao estádio, mas durante todo o torneio tivemos muito apoio dos nossos adeptos. Estou muito orgulhosa da equipa."