Proteger os jogadores: carta de concussão da UEFA para clubes e selecções
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
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A UEFA deu mais um passo importante para proteger a saúde e segurança dos jogadores ao lançar uma carta de concussão para as equipas que participam nas competições europeias de clubes e selecções femininas e masculinas.
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A medida é a mais recente etapa do esforço da UEFA para educar jogadores, treinadores, árbitros, médicos e o público em geral sobre os perigos das concussões no futebol, na sequência da implementação de uma campanha de sensibilização sobre o tema em 2019.
A carta sobre as concussões foi elaborado pelo Comité Médico da UEFA. Tem como objectivo reforçar a importância das boas práticas na gestão de concussões e realçar os procedimentos a seguir em caso de concussão nos jogos de clubes e de seleções da UEFA masculinos e femininos.
A carta promove igualmente a formação de jogadores, treinadores e "staff" sobre os procedimentos em vigor no caso de concussão nos jogos da UEFA.
Salvarguardar a saúde dos jogadores
Os clubes e as selecções nacionais estão a ser incentivados a assinar a carta, não só para apoiar a campanha de conscientização da UEFA, mas também para sublinhar o seu compromisso em proteger a saúde dos seus jogadores e jogadoras.
Ao fazê-lo, os signatários prometem o seu total apoio às orientações da UEFA sobre como reconhecer e gerir uma lesão na cabeça, desde o momento da lesão até ao regresso do futebol em segurança.
Sessões de formação
Como parte das disposições do regulamento, os médicos de clubes e selecções nacionais estão a ser solicitados a organizar sessões de formação para informar os jogadores, treinadores e equipa técnica sobre o procedimento a ser seguido nos jogos da UEFA em caso de concussão.
Procedimento da UEFA em caso de lesão na cabeça
•No caso de suspeita de uma concussão, o árbitro interromperá o jogo para permitir que o jogador lesionado seja avaliado pelo médico da equipa. Os jogadores devem permanecer calmos durante a situação e não interferir na avaliação.
• A avaliação não deve, em princípio, levar mais de três minutos, a menos que determinado incidente sério exija que o jogador seja tratado ou imobilizado no relvado para transferência imediata para o hospital.
• Se a avaliação não puder ser feita após os três minutos e/ou surgir a suspeita de uma concussão, o jogador não deve ser autorizado a continuar em campo.
• Um jogador que sofra uma lesão na cabeça que requeira avaliação sobre uma potencial concussão apenas poderá continuar em campo após a avaliação e mediante a confirmação específica do médico da equipa ao árbitro sobre a aptidão do jogador para o fazer.
A decisão é inteiramente tomada pelo médico da equipa. Treinadores, árbitros e jogadores não podem interferir na avaliação e decisão do médico.
Durante as sessões de formação, os médicos das equipas devem explicar e apresentar aos jogadores, treinadores e equipa técnica o vídeo desenvolvido para a campanha de sensibilização sobre concussões da UEFA, e podem também apresentar um cartaz de sensibilização da UEFA (em inglês) produzido para a campanha (versão masculina e feminina).
Sistema de avaliação médica por vídeo
Outra estipulação incluída na carta é o facto de a UEFA encorajar fortemente as suas 55 federações-membro a implementarem nas competições da UEFA, sempre que possível, um sistema de avaliação médica por vídeo nos seus estádios, de modo a permitir avaliações imediatas e informadas sobre as lesões.
A UEFA irá facilitar a instalação do referido sistema com o transmissor anfitrião. As equipas locais que usam um sistema de avaliação médica devem oferecer à equipa visitante o mesmo sistema.
“Todos devem saber como reagir e o que fazer” – Tim Meyer, presidente do Comité Médico da UEFA
“A concussão é, sem dúvida, uma lesão grave que precisa de ser tratada adequadamente. A saúde e a segurança de todos os jogadores que participam nas competições de clubes e selecções da Europa são de extrema importância, não só para a UEFA, mas também para as federações nacionais de todo o continente."
"Embora alguns estudos relatem uma baixa incidência no futebol, todos devem saber como reagir e o que fazer no caso de haver uma concussão no relvado."
"Ao assinar esta carta, os clubes e as selecções demonstram o seu apoio às actividades de sensibilização sobre concussões da UEFA e dão um passo considerável para ajudar a proteger os seus jogadores."
Postura pró-activa da UEFA
A UEFA lançou a sua campanha de sensibilização sobre as concussões em Outubro de 2019, focando-se na melhoria da gestão das concussões no futebol.
A campanha seguiu-se a análises médicas efectuadas nas principais competições da UEFA e visa tornar as questões relacionadas com as concussões mais amplamente compreendidas.
Com base nesse trabalho, o Comité Executivo da UEFA decidiu levantar o problema junto da FIFA e dos legisladores do futebol mundial, o International Football Association Board (IFAB), solicitando a ambos que revissem as Leis do Jogo de modo a considerarem a introdução de medidas adequadas, como substituições temporárias que ajudariam a reduzir a pressão sobre a equipa médica – dando aos clínicos mais tempo para avaliar uma potencial concussão fora do campo, para que nenhum jogador com uma concussão possa voltar ao relvado.
Em Dezembro de 2020, o IFAB aprovou testes com substituição extra em caso de concussão até ao final de Julho de 2022, confirmando a sua decisão em Março deste ano.