Federação Portuguesa de Futebol
segunda-feira, 9 de julho de 2018
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O futebol chegou a Portugal na segunda metade do século XIX e tem-se desenvolvido desde então.
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O futebol foi trazido para Portugal, na segunda metade do século XIX, por jovens lusos educados nas melhores escolas de Inglaterra e por súbditos de Sua Majestade que trabalhavam nas principais cidades portuguesas. Os registos mais credíveis dizem que o primeiro jogo disputado em Portugal decorreu em Cascais, em Outubro de 1888.
Os primeiros movimentos associativos tendo em vista a criação de competições e a estruturação do futebol nacional tiveram lugar na primeira década do século XX, com a primeira associação regional – a Associação de Futebol de Lisboa – a ser fundada em 1910. Nessa altura, contava apenas com três clubes filiados: Sport Clube Campo de Ourique, Sport Clube Império e Sport Lisboa e Benfica. Dois anos depois, já outras duas associações haviam sido fundadas: as de Portalegre e do Porto.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) – nome oficial desde 28 de Maio de 1926 – ganhou vida sob a denominação de União Portuguesa de Futebol (UPF), entidade fundada a 31 de Março de 1914 após iniciativa das três associações regionais existentes. Durante a I Guerra Mundial (1914-1918), as suas actividades resumiram-se à organização anual de jogos entre equipas representativas do Porto e de Lisboa, mas as suas ambições iam muito para além de tão redutor papel. O pedido de adesão da UPF à FIFA foi provisoriamente aceite em Agosto de 1914, mas a confirmação formal da filiação apenas surgiu em Maio de 1923. Só pouco depois foi adoptada a designação de Federação Portuguesa de Futebol, uma das entidades fundadoras da UEFA, em 1954.
O primeiro Campeonato de Portugal realizou-se em 1933, em Lisboa e no Porto. Um ano mais tarde, foi criado o campeonato nos moldes actuais, cuja primeira edição foi ganha pelo FC Porto. Desde então, o título tem sido conquistado por Sporting, Benfica e FC Porto, tendo Belenenses e Boavista conseguido romper, uma vez cada um, o monopólio dos chamados "três grandes".
O Benfica conquistou a Taça dos Clubes Campeões Europeus em duas épocas consecutivas, ao vencer, em 1961, o FC Barcelona, por 3-2, e, no ano seguinte, o Real Madrid CF, por 5-3. Ainda nos anos de 1960, o Sporting necessitou de uma finalíssima para impor-se, por 1-0, ao MTK Budapeste e triunfar na Taça dos Vencedores de Taças. A partir da década de 1980 assistiu-se à emergência do FC Porto, que, em 1987, venceu a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao bater o FC Bayern München, por 2-1, em Viena. Na temporada seguinte, os "dragões" venceram a SuperTaça Europeia derrotando o AFC Ajax em duas mãos e, mais recentemente, conquistaram a Taça UEFA de 2003 com 3-2 frente ao Celtic FC e a UEFA Champions League de 2004 graças ao triunfo por 3-0 sobre o AS Mónaco FC na final realizada na Arena AufSchalke, em Gelsenkirchen.
A estreia da selecção portuguesa aconteceu a 18 de Dezembro de 1921, num jogo particular realizado em Madrid, frente à Espanha, no qual os anfitriões venceram por 3-1. O primeiro grande feito da selecção lusa foi o apuramento para o Torneio Olímpico de 1928, que teve lugar em Amesterdão, mas foi necessário esperar quase quatro décadas para se assistir a nova grande proeza de Portugal: o apuramento para o Campeonato do Mundo de 1966, onde alcançou o terceiro lugar, muito por força da capacidade concretizadora de Eusébio da Silva Ferreira, o "Pantera Negra". O dianteiro do Benfica, nascido em Moçambique, sagrou-se o melhor marcador da prova com nove tentos, quatro dos quais apontados na partida dos quartos-de-final, ante a Coreia do Norte.
Portugal voltou a qualificar-se para o Campeonato do Mundo em 1986, 2002, 2006 e 2010. Na prova que teve lugar na Alemanha, a selecção nacional juntou duas gerações de grande talento, lideradas cada uma delas por Luís Figo e Cristiano Ronaldo, ambos agraciados com o troféu de Melhor Jogador do Mundo da FIFA. Registam-se ainda seis presenças em fases finais de Campeonatos da Europa. A selecção lusa participou em cinco fases finais do Campeonato da Europa, tendo-se estreado com uma presença nas meias-finais do EURO ’84, onde perdeu, nas meias-finais, com a vencedora (e anfitriã) França, por 3-2, após prolongamento.
Em 1996, 2000, 2008 e 2012 Portugal atingiu, respectivamente, os quartos-de-final, as meias-finais, os quartos-de-final e as meias-finais. Foi em solo luso que a selecção portuguesa atingiu o seu primeiro momento alto, com a chegada à final do UEFA EURO 2004, perdida para a Grécia. Apesar de tudo, o Europeu em Portugal foi uma competição única, com grandes espectáculos de futebol realizados em modernos estádios e sob um constante ambiente de festa que só o hospitaleiro povo português sabe oferecer.
O ano de 2016 foi memorável para a FPF. Primeiro, com a inauguração, em Março, da Cidade do Futebol, uma infra-estrutura de alto nível que inclui a sede da federação e instalações de treino para as selecções nacionais de Portugal. Depois, veio o sucesso a nível desportivo – a começar com a conquista do Campeonato da Europa de Sub-17 da UEFA, em Maio, seguido, dois meses mais tarde, pela vitória no UEFA EURO 2016, em França – o primeiro grande troféu de selecções de futebol erguido por Portugal, conquistado com um triunfo frente à anfitriã na final disputada no Stade de France, com uma equipa coesa orientada por Fernando Santos a crescer em estatuto e confiança ao longo do torneio. Outro feito inédito coube à selecção principal feminina com a qualificação para o UEFA Women's EURO 2017, garantindo assim a estreia em fases finais da prova.
Presidente
Fernando Gomes
Nacionalidade: Portuguesa
Data de nascimento: 21 de Fevereiro de 1952
Presidente da federação desde: 2011
• Licenciado em economia, Fernando Gomes deixou o cargo de presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) quando foi eleito como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Dezembro de 2011.
• Antigo jogador de basquetebol e presidente da Liga da modalidade, Fernando Gomes teve uma longa carreira no FC Porto, onde começou como director de basquetebol do clube. Tornou-se membro da administração do FC Porto em 2000 e assumiu cargos nas áreas de marketing, comercial e financeira, antes de deixar o emblema portuense em Fevereiro de 2010.
• Fernando Gomes foi membro do Comité das Competições de Clubes da UEFA e afirmou, sobre a sua eleição: "Este é um momento importante para o futebol português. O nosso objectivo é o de promover o futebol nacional, aproveitando os feitos positivos que foram alcançadas nos últimos 15 anos." Foi reeleito em Junho de 2016, pouco antes de Portugal se sagrar campeão da Europa, no UEFA EURO 2016. Em Abril de 2017, na sequência do 41º Congresso Ordinário da UEFA, em Helsínquia, Fernando Gomes tornou-se vice-presidente do órgão que gere o futebol europeu.
Secretário-Geral
Tiago Craveiro
Nacionalidade: Portuguesa
Data de nascimento: 5 de Julho de 1975
Director Geral da FPF (CEO) desde: 2012
• Tiago Craveiro iniciou a sua vida profissional como jornalista, tendo trabalhado nos mais prestigiados órgãos de comunicação social portugueses. Em 2002, dá início à sua ligação ao mundo do desporto e do futebol, tornando-se, primeiro, conselheiro do ministro da Presidência, órgão que tutela a política desportiva no seu país e, depois, chefe de gabinete do secretário de Estado do Desporto e Juventude.
• Em 2006, assume o lugar de Secretário-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, trocando uma promissora carreira política pela paixão do futebol. Ocupa o lugar durante seis anos nas presidências de Hermínio Loureiro e Fernando Gomes, o actual Presidente da FPF.
• O gosto pela comunicação e pelo detalhe, a sua capacidade de liderança e a especialização nas áreas do marketing e dos eventos desportivos, levam à sua nomeação como Director Geral da FPF, depois da tomada de posse, em 2012, de Fernando Gomes como Presidente da Federação. Numa Federação inclusiva e que tem como mote o Futebol Para Todos, Tiago Craveiro considera que o desenvolvimento do futebol em todas as suas vertentes – feminino, futebol de praia e futsal – é o caminho a trilhar nos próximos anos: "O futebol moderno tem de combinar os valores da ética e do fair-play com uma organização profissional e imaginativa. O futuro do futebol e a enorme responsabilidade social inerente a este fenómeno exige a nós todos a capacidade de pensarmos 'fora da caixa'."