Queiroz confia em Portugal
quarta-feira, 3 de março de 2010
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Portugal defronta a China na quarta-feira, num encontro em que Carlos Queiroz vai procurar mais sinais da melhoria da equipa antes do Mundial, após a complicada campanha de qualificação.
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Portugal inicia a respectiva preparação para a fase final do Campeonato do Mundo de 2010 com um encontro amigável frente à China, em Coimbra, na próxima quarta-feira, sendo que Carlos Queiroz espera que a equipa continue a demonstrar o nível exibido no "play-off", depois da complicada campanha de qualificação.
A partida ante os chineses deverá permitir a Queiroz e aos seus pupilos sentirem, de certa forma, o que esperar quando medirem forças com a Coreia do Norte no Grupo G do Mundial da África do Sul, no qual também terão pela frente o Brasil e a Costa do Marfim. Mas a selecção asiática poderia muito bem estar a ajudar a preparação de outra selecção europeia. Portugal somou apenas seis pontos nos primeiros cinco jogos do apuramento e só uma forte ponta final lhe permitiu chegar ao segundo lugar no respectivo agrupamento. Essa posição valeu um lugar nos "play-offs", fase onde Portugal deixou pelo caminho a Bósnia-Herzegovina, fruto de duas vitórias por 1-0.
Esses dois triunfos aumentaram para cinco o número de vitórias consecutivas de Portugal em jogos oficiais e Queiroz acredita ter sido o forte espírito de equipa que a ajudou a lutar contra as adversidades. "Quando se sofre e se luta como nós lutámos, com toda a gente – jogadores, equipa técnica e dirigentes – a acreditar em nós e nas nossas capacidades e, depois, se chega à fase final, é impossível haver maior espírito de união no seio do conjunto", salientou o seleccionador português ao UEFA.com. "A união dentro da equipa é hoje muito mais forte. Confiamos uns nos outros. Estivemos dependentes dos resultados de outras equipas durante a fase de qualificação, mas agora sabemos o que temos de fazer no Campeonato do Mundo".
O antigo técnico do Real Madrid CF, que celebrou o seu 57º aniversário esta segunda-feira, salienta ainda que, para além dessa união, existe também muita qualidade nos jogadores portugueses. "No arranque da fase de qualificação, a equipa não conseguiu obter os resultados que as boas exibições justificavam", lembrou. "Mas a verdade é que, por vezes, quando se ganha, as pessoas pensam que tudo está bem e não está – e, por vezes, quando se perde um jogo, é apenas um passo atrás e uma razão para fazer melhor da próxima vez".
A esperança, agora, é que os jogadores concluam a época em boa condição, apesar das exigências das campanhas das respectivas equipas a nível interno e nas competições europeias de clubes. "Queremos os jogadores frescos e de cabeça limpa, porque será um final de temporada fatigante", alertou Queiroz. "Temos jogadores em clubes como o Real Madrid, Manchester United, Inter, Benfica, Chelsea etc. – grandes clubes europeus, com temporadas muito desgastantes".
Simão Sabrosa concorda com as palavras de Queiroz. O extremo do Club Atlético de Madrid mostra-se convicto de que ele e os restantes atletas chegarão à África do Sul preparados para deixar marca. "Tivemos muitas dificuldades para garantir a presença na fase final do Campeonato do Mundo, mas ao longo destes dois anos a equipa tornou-se mais forte, mais unida e acabámos por alcançar o nosso objectivo", frisou. "Sem dúvida que vamos estar ainda mais fortes e preparados no Mundial".
Recordando o turbulento arranque de Portugal rumo à qualificação para a fase final, Simão acrescentou: "[Queiroz ] chegou à selecção num período de renovação de jogadores. [Luís] Figo tinha-se retirado, tal como outros nomes importantes. Tentou lançar jovens, que irão impressionar e praticar bom futebol. Penso que, ao cabo de dois anos, juntou um grupo de 25 ou 26 jogadores com o qual sabe que pode contar".