"UEFA preparada para enfrentar o futuro"
sábado, 27 de março de 2010
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Dirigindo-se ao XXXIV Congresso Ordinário da UEFA, em Telavive, o Presidente da UEFA, Michel Platini, destacou os desafios enfrentados pela UEFA e a família do futebol, e enalteceu os feitos alcançados no ano passado.
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O futebol vem em primeiro lugar – e uma determinação inabalável para fazer avançar o futebol europeu e enfrentar os desafios do futuro. Na sua mensagem ao XXXIV Congresso Ordinário da UEFA, em Telavive, Israel, Michel Platini, Presidente da UEFA, destacou o trabalho desenvolvido durante o ano passado e prometeu que o organismo que superintende o futebol europeu está pronto para entrar no próximo período com confiança e determinação.
Dirigindo-se aos delegados das 53 federações filiadas da UEFA, bem como aos convidados do mundo político e desportivo, Platini relembrou os principais desafios identificados no Congresso da UEFA no ano passado, em Copenhaga, Dinamarca, e assinalou o progresso realizado por uma família do futebol europeu encorajada e unida que na altura se reuniu.
O primeiro desafio, disse o Presidente da UEFA, dizia respeito ao UEFA EURO 2012, na Polónia e Ucrânia. "Em Copenhaga tinha dito, e vou repeti-lo palavra por palavra, ter sido uma decisão que devemos e queremos implementar, e vamos fazê-lo, apesar da dificuldades que enfrentamos serem numerosas e reais. Desde então, como sabem, continuámos a enfrentar bastantes dificuldades nestes dois países".
"Ainda assim, hoje posso dizer-vos: sim, mantivemo-nos fiéis a essa decisão. E sim, como decidimos e prometemos, o EURO 2012 terá lugar na Polónia e Ucrânia. Estes dois países vão ser anfitriões do futebol europeu em Junho de 2012, numa celebração da sua prova de selecções mais representativa".
O Presidente da UEFA virou depois atenção para o segundo desafio identificado em 2009 – o "fair play" financeiro. "Disse-vos que era vital, para o futebol e para o futuro dos nossos clubes, que eles respeitassem regras claras na gestão das respectivas finanças", declarou. "Disse-vos, palavra por palavra, que vamos actuar nesta área porque se trata de uma questão de ética, credibilidade e mesmo de sobrevivência do desporto. Hoje posso dizer-vos que agimos em conformidade".
"Agimos porque, desde Copenhaga, todas as famílias do futebol, sem excepção, aprovaram o nosso conceito e os princípios do 'fair play' financeiro. Princípios que são apoiados e encorajados pelas instituições da União Europeia".
"Foi criado um Painel de Controlo Financeiro de Clubes, envolvendo alguns dos melhores peritos europeus nestes assuntos... Neste momento está definido que, a partir da época 2012/13, os clubes participantes nas competições europeias têm de seguir uma simples mas exigente regra: não vão ser autorizados a gastar mais do que aquilo que ganham".
"Hoje, graças a este conjunto de decisões sobre o 'fair play' financeiro e, especialmente, tendo em atenção a reacção de todos os membros da família do futebol a estas medidas, é claro que o futebol amadureceu".
O terceiro desafio oriundo do Congresso de Copenhaga, explicou o Presidente da UEFA, dizia respeito à transferência de menores. "Disse-vos, palavra por palavra, que devemos ter sucesso em persuadir as instituições políticas a permitirem-nos proibir transferências de jogadores com menos de 18 anos. É, sem dúvida, a área de acção em que o progresso é mais difícil de concretizar. Mas estamos a progredir. Acredito firmemente que é nosso dever proteger as crianças. Salvaguardar a sua educação. É uma batalha social, nobre e justa a que temos travado".
O quarto desafio envolve as apostas ilegais. "Acredito que esta é a maior ameaça que enfrentamos", revelou Platini ao Congresso. "Aquela que pode matar o futebol. Será que agimos a tempo? Só o tempo o dirá, mas julgo que sim".
"Graças ao sistema de detecção de fraudes que foi estabelecido depois do Congresso do ano passado, sistema que foi aprovado por vós, foram descobertos vários casos. Fomos capazes de ajudar as autoridades públicas nas suas investigações, fornecendo-lhes uma série de provas sobre certos jogos suspeitos de terem sido previamente combinados".
"Resumindo, no espaço de poucos meses, reunimos os meios necessários para sermos bem sucedidos. Os batoteiros sabem agora que vão ser perseguidos e as suas actividades vigiadas – e que quando forem apanhados isso deve servir de exemplo. Treinadores, dirigentes, jogadores e árbitros devem ajudar-nos nesta luta. Desenvolvemos uma política de tolerância zero e vamos continuar a fazê-lo até ao fim. Juntos".
Centrando a sua atenção no futuro, Platini falou de outros assuntos que fazem parte da agenda da UEFA. "Doping, violência, a qualidade das infra-estruturas e as relações entre as diferentes famílias do futebol são assuntos que estão permanentemente na agenda e sobre os quais também agimos com força e determinação diariamente".
"Estou ciente que ainda não conseguimos cumprir na plenitude os quatro principais desafios que vos apresentei no Congresso do ano passado. Mas temos vindo a progredir constantemente na mesma direcção e agindo com a mesma convicção e confiança. Sempre fomos fiéis aos nossos ideais e valores. E assim vamos permanecer. Por isso estamos prontos. Prontos para enfrentar o futuro".