O momento decisivo de Van der Sar
quinta-feira, 22 de maio de 2008
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Edwin van der Sar pôde finalmente comemorar o "momento decisivo" da sua longa carreira, depois de ter sido o herói do triunfo do Manchester United.
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Edwin van der Sar pôde finalmente comemorar o "momento decisivo" da sua longa carreira, depois de ter sido o herói do desempate da final da UEFA Champions League, ajudando o Manchester United FC a bater o Chelsea FC.
"Ser o herói"
Na sua a longa carreira, o guarda-redes de 37 anos sofreu vários dissabores na decisão de jogos importantes nas grandes penalidades, já que saiu derrotado da final da UEFA Champions League de 1996, quando o AFC Ajax perdeu com a Juventus e, ao serviço da Holanda, foi eliminado no desempate nas meias-finais do Campeonato do Mundo de 1998 e do UEFA 2000™. Compreensivelmente, o guarda-redes da equipa de Cristiano Ronaldo e Nani fez tudo para desfrutar deste muito aguardado triunfo nas grandes penalidades. "Ninguém queria chegar até aos penalties mas é nestes momentos que temos oportunidade de ser heróis", explicou. "É uma das vantagens de ter uma longa carreira. Venci esta final em 1995, com o Ajax, e perdi outra nas grandes penalidades, por isso sei como custa perder assim. Fiquei destroçado pela derrota na final da UEFA Champions League de 1996, estive três dias sem sair de casa, por isso este triunfo soube ainda melhor".
Escorregadela fatal
Van der Sar defendeu o pontapé de Nicolas Anelka e levou o troféu pela terceira vez para Old Trafford, mas o holandês não teria tido o seu momento de glória se John Terry não tivesse escorregado, e rematado ao lado, quando teve a oportunidade de dar o título europeu ao Chelsea. "Tivemos a sorte de o John Terry escorregar, embora também nos tenha faltado a felicidade no golo do Chelsea, pois o Lampard beneficiou de vários ressaltos para fazer o empate", explicou. "Ainda bem que ele escorregou, senão o troféu teria ido para Londres e nesta altura seriam eles a fazer a festa. No futebol, tal como na vida, os pormenores podem ter grande influência. Nas grandes penalidades, o mais importante é a qualidade da execução, os guarda-redes limitam-se a tentar defender um dos remates".
Sem palavras
Van der Sar sofreu cinco penalties, mas conseguiu defender o remate de Anelka, um momento inesquecível que o holandês tem dificuldade em descrever. "Não sei o que dizer sobre a defesa. O que posso dizer? Foi espectacular. A bola veio, eu desviei-a e quando me levantei já sabia que o jogo tinha terminado. Fiquei dois ou três segundos sozinho, de braços no ar, e nesses momentos passaram muitas coisas pela minha cabeça. Os colegas correram na minha direcção e depois foi só comemorar. É sempre difícil, porque já tinha sofrido cinco penalties. Estive perto de defender alguns, devia ter detido o remate do Ashley Cole, pois cheguei a tocar na bola.
"Ainda não terminei"
O jogo do Estádio Luzhniki foi a nona final da Taça dos Clubes Campeões Europeus a ser decidida no desempate por grandes penalidades e o guardião holandês confessou que se inspirou numa exibição de um compatriota seu, há mais de 20 anos. "É sempre bom ganhar, principalmente quando o nosso contributo é decisivo. Em 1998, o Hans van Breukelen deu o título os PSV Eindhoven na final com o Benfica. Ele defendeu o último remate e sempre ambicionei também estar envolvido num momento decisivo como aquele, é fantástico ganhar um jogo desta forma. Estou grato ao Alex Ferguson por, aos 34 anos, me ter dado a oportunidade de jogar no Manchester United, por vezes penso que devia ter vindo mais cedo para este clube. Já tenho dois títulos ingleses e esta noite venci a UEFA Champions League e ainda não terminei".