Jogo de nervos em Kiev

Um golo sofrido no último minuto negou à Espanha a conquista de uma vitória sensacional sobre a Ucrânia, em Kiev.

Golo magnífico
A segundos do fim, Andriy Husin conduziu um ataque pela esquerda, servindo Olexandr Horshkov que, de longa distância, rematou forte e bateu Iker Casillas, permitindo à Ucrânia alcançar um merecido empate em jogo do Grupo 6 de apuramento para o UEFA EURO 2004™.

Final frenético
Um final frenético foi precedido por uma exibição inconformada da Ucrânia. Os ucranianos foram os primeiros a marcar, por intermédio de Andriy Voronin, vantagem que os espanhóis levaram tempo a inverter, com golos de Raúl González e Joseba Etxeberría.

Classe espanhola
Pela forma como entrou no jogo, a Espanha ainda fez acreditar que poderia espalhar a sua classe ao longo dos 90 minutos, e a Ucrânia até teve sorte de não sofrer um golo aos dois minutos, quando Guti, à entrada da área, pôs à prova os reflexos do guardião Olexandr Shovkovskiy, cuja defesa incompleta ainda obrigou um companheiro a aliviar.

Vantagem surpreendente
A Espanha pressionou bastante, mas foi a Ucrânia quem desfez o nulo, à passagem dos 11 minutos. Andriy Shevchenko escapou pela direita e cruzou largo para o flanco contrário, onde, na passada, Voronin rematou para o fundo da baliza.

Defesa sólida
Supreendidos pelo golo da Ucrânia, os espanhóis reagiram e intensificaram a pressão, mas sem conseguirem dar a melhor expressão ao futebol jogado, errando passes e evidenciando uma grande dificuldade a finalizar os lances de ataque. Além disso, a consistente defesa adversária, bem comandada pelo destemido Shovkovskiy, também criou muitos problemas à Espanha.

Boa oportunidade
Guti esteve perto de marcar aos 52 minutos, com um remate à entrada da área, que saiu ao lado do poste esquerdo da baliza de Shovkovskiy. O guarda-redes brilhou pouco depois, ao mergulhar para cortar uma combinação perigosa entre Etxeberría e Raúl.

Raúl reempata
A Ucrânia foi lentamente encostada à parede e não surpreendeu o momento em que a Espanha restabeleceu o empate, aos 84 minutos, ainda que o lance tivesse algo de cruel. Diego Tristán rematou contra o corpo de um defesa e a bola ressaltou para Raúl que, à boca da baliza, bateu Shovkovskiy.

Horshkov decisivo
Três minutos depois, Etxeberría fez o golo que poderia rendido a vitória à Espanha, a passe de Rubén Baraja e com um remate rasteiro, fora do alcance de Shovkovskiy. Até essa altura, a Ucrânia parecia derrubada, mas graças ao golo de Horshkov mantém-se no topo do Grupo 6, a um ponto de diferença sobre a Espanha e a dois à frente da Arménia, terceira classificada.

Buryak desapontado
Apesar do empate conquistado nos instantes finais da partida, o seleccionador da Ucrânia, Leonid Buryak, mostrou-se insatisfeito: "Tenho dois pontos de vista. Por um lado, estivemos perto da vitória e não soubemos segurar a vantagem. Por outro, conquistámos um ponto nos últimos instantes. O resultado é justo, mas estou desapontado. Esperávamos mais do que um empate".

Sáez elogia Raúl
O técnico da Espanha, Iñaki Sáez, também sublinhou pontos positivos e negativos da exibição conseguida em Kiev. "Dominámos quase o tempo topo", afirmou, "mas o golo sofrido na primeira parte afectou-nos, permitindo à Ucrânia defender bastante e responder em contra-ataque. Foi um jogo de nervos que nos esgotou a todos. Tivemos sorte quase no final, antes de a Ucrânia ter tido direito ao seu momento de felicidade. O Raúl foi o nosso melhor jogador em campo".