Holanda procura reviravolta
terça-feira, 18 de novembro de 2003
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Roy Makaay exortou os seus companheiros a darem a volta ao resultado trazido da Escócia. A Holanda tem que ganhar por dois golos.
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Por Pete Sanderson, em Amesterdão
Na antevisão da segunda mão do "play-off" de acesso ao UEFA EURO 2004™, a disputar no ArenA de Amesterdão, Roy Makaay admitiu que a Holanda pode aprender muito com os seus adversários escoceses.
"Atmosfera incrível"
O avançado do FC Bayern München, cuja selecção necessita de recuperar de uma desvantagem de 1-0, após a derrota sofrida no jogo da primeira mão, confessou que os jogadores holandeses
ficaram perplexos perante a exuberância e o querer demonstrado pela jovem equipa escocesa em Hampden Park. "Encontrámos
uma atmosfera incrível na Escócia e os seus jogadores aproveitaram para se empolgarem - especialmente os defesas", afirmou Makaay.
Importante marcar cedo
"Falhámos muitas oportunidades e tivemos dificuldades em jogar como equipa. Contudo, está apenas disputada a primeira parte e, se conseguirmos aproveitar o factor-casa, tal como fizeram os escoceses, então poderemos vencer este jogo. No ArenA, tenho a certeza que os nossos adeptos serão tão efusivos como os escoceses, e os jogadores estão apostados em provar que a exibição de sábado foi apenas um acidente de percurso. Se marcarmos um golo cedo, acredito que estaremos em Portugal no próximo Verão".
Dilema no ataque
O jogo da segunda mão está a concentrar as atenções da nação holandesa. Toda a gente, desde o lavador de janelas ao motorista de táxi, dá o seu palpite sobre a melhor estratégia a aplicar pelo contestado técnico Dick Advocaat, que deverá fazer alinhar dois avançados de raiz. Ruud van Nistelrooij, que integrou a equipa inicial em Glasgow, admitiu que, por vezes, o facto de existirem muitos avançados deixa de ser uma ajuda, tornando-se num obstáculo.
Pressão acrescida
"O facto de termos tantos e tão bons avançados é um problema", declarou o ponta-de-lança do Manchester United ao uefa.com. "Coloca demasiada pressão sobre quem joga no ataque e, se não marcamos, somos muito criticados; surgem imediatamente comentários de que está a ser usada a dupla de avançados errada, como sucedeu após a partida de Hampden Park".
Alterações no ataque
Advocaat, que se recusa a divulgar se continuará ao leme da selecção holandesa, mesmo caso esta se qualifique, não abre o jogo, preferindo manter em segredo as suas escolhas. No entanto, a opinião generalizada é que entre Van Nistelrooij e Patrick Kluivert, um irá para o banco de suplentes, abrindo
espaço para a entrada de Rafael van der Vaart, do AFC Ajax.
Stam suspenso
Uma das principais preocupações de Advocaat será, sem dúvida, a ausência do castigado Jaap Stam, uma pedra fundamental na manobra defensiva da equipa. Depois, existe outro problema no meio-campo, devido à indisponibilidade de Marc Van Bommel, patrão daquele sector. Michael Reiziger, defesa do Barcelona FC, terá pela frente a missão de colmatar a vaga aberta pela saída de Stam, mas falta saber quem será o eleito para conferir maior poder à zona intermediária que, na Escócia, esteve sob enorme pressão. As chamadas de Arjen Robben e Wilfred Bouma indiciam que Advocaat poderá ter um ou dois trunfos na manga.
Dailly ausente
Berti Vogts, seleccionador escocês, também se debate com algumas indefinições. A suspensão do pêndulo do meio campo, Christian Dailly, deixa um buraco enorme à frente do quarteto defensivo. Steven Caldwell, Don Hutchison e Graham Alexander lutam para preencher o lugar de Dailly.
Golo mortífero
Apesar de partir com uma vantagem de um golo, Vogts defende que a sua equipa deverá procurar marcar um golo fora, que deixe os holandeses a necessitarem de marcar três para vencer. "Este poderá ser um dia histórico para o futebol escocês", afirmou o alemão. "A última coisa que queremos é jogar só à defesa. Temos de marcar um golo, é tão simples quanto isso. Fizemo-lo na Alemanha e espero que consigamos repetir a façanha em Amesterdão".