Decisão adiada para Oslo
sábado, 15 de novembro de 2003
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Uma combinação de sorte e inteligência deixou a Noruega a acreditar que pode afastar a Espanha.
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Por Graham Hunter, em Valência
A brava actuação da Noruega em Valência custou a presença no jogo da segunda mão a Henning Berg, cuja soberba actuação na defesa apenas foi manchada pelo lance que resultou no 2-1 para a Espanha. O norueguês viu um cartão amarelo na segunda parte e não vai marcar presença no duelo da próxima quarta-feira, em Oslo.
Muitas ausências
Steffan Iversen abriu o marcador, Raúl Gozález reempatou e o desvio de Rubén Baraja à boca da baliza embateu no desafortunado Berg e atravessou a linha de golo, já nos minutos finais. Mas com Ole Gunnar Solskjær, Andre Bergdølmo, John Carew e Eirik Bakke ainda ausentes, o impedimento do defesa do Rangers FC pode afectar esta organizada e muitas vezes equipa norueguesa.
Riise esperançado
John Arne Riise, do Liverpool FC, recusa-se a sentir-se derrotado. O jogador afirmou: "Penso que ainda podemos vencer por 1-0 em Oslo. A ausência do Henning Berg e o facto do Roar Strand estar dependente da evolução da sua lesão são motivos de frustração. Mas penso que, com este resultado, a Espanha continua sob pressão, até porque sabe que qualquer equipa de grande qualidade pode bater outra, por 1-0, numa noite de inspiração".
"Tivemos oportunidades"
"A verdade é que eles desfrutaram de muitas oportunidades, mas, da mesma forma, controlámos durante largos momentos do jogo e, na segunda parte, tivemos uma grande oportunidade de chegar à vitória, quando [Iker] Casillas defendeu um remate de Martin Andresen. Sabíamos que a Espanha nos atiraria com tudo, mas o nosso guarda-redes esteve fantástico e, no final, eles tiveram muitas oportunidades e não marcaram em nenhuma".
Guarda-redes herói
Apesar da exibição de líder protagonizada por Raúl, da bravura demonstrada por José Reyes e da astúcia de Joaquín Sanchez, criadores do golo do triunfo, foi Espen Johnsen quem mereceu a distinção de figura do jogo. Rubricou duas grandes defesas a remates de Reyes, ambas à queima-roupa, e mais uma, nos momentos finais, num lance em Raúl arrancou um rugido de agonia a um Estádio Mestalla lotado.
Grandes elogios
"Vi o Johnsen em vídeo", admitiu o seleccionador espanhol, Iñaki Sáez. "Mas não interessam as vezes que eu o vi, porque continuo sem perceber como é que ele foi capaz de fazer aquela exibição". O próprio Johnsen mostrou-se um pouco surpreso pelas reacções à sua actuação e confessou não saber muito como foi capaz de negar tantos golos.
"Sorte e inteligência"
"Foi uma mistura de sorte e inteligência", concluiu. "Foi muito bom fazer o jogo da minha vida numa noite tão importante. A defesa que mais me surpreendeu foi quando o Raúl se isolou e rematou directamente para as minhas mãos. Toda a gente me disse que os chapéus eram a sua grande especialidade e eu tinha a certeza que ele ia marcar". Durante todo o encontro ficou bem claro que foi a estranha incapacidade para concretizar que pode arruinar a qualificação da Espanha.
Ainda optimistas
Baraja, Fernando Torres, Carles Puyol e David Albelda também falharam excelentes oportunidades de golo, mas Joseba Etxeberría recusa-se a baixar os braços, analisando de forma realista as hipóteses espanholas. O extremo basco afirmou: "Estamos numa situação perigosa, mas, agora, a Noruega vai ter de jogar ao ataque".
Mudança na defesa
"Se jogarmos para ganhar e impusermos o nosso futebol, dificilmente eles voltarão a ter tanta sorte". Carlos Marchena vai falhar o jogo de quarta-feira, mas Sáez não se mostrou preocupado com esse facto: "Temos muitas opções. Posso jogar com o Puyol a central e o Raul Bravo a defesa-esquerdo".