Do outro Mundo: superstições no futebol europeu
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
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É 29 de Fevereiro, dia cheio de significado mágico em muitas culturas; o UEFA.com veste o seu fato da sorte para lhe trazer um compêndio de superstições do futebol europeu.
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Preparativos para os jogos
Kolo Touré tinha de ser sempre o último jogador a entrar em campo quando jogava no Arsenal – uma situação que causou problemas no jogo da edição de 2009 da UEFA Champions League frente à Roma, quando o colega de equipa William Gallas se atrasou para receber tratamento a uma lesão, ao intervalo. Touré não conseguiu entrar em campo até Gallas o fazer, e o jogo reiniciou-se sem ambos os atletas, com o costa-marfinense a ser admoestado com cartão amarelo por reentrar em campo sem a autorização do árbitro.
O capitão da República Checa, Tomáš Rosický, nunca canta o hino nacional em voz alta, depois de perceber, quando fazia parte das selecções jovens, que sempre que cantava o hino a plenos pulmões a equipa perdia.
O capitão do Chelsea, John Terry, também tem os seus rituais; durante bastante tempo ouviu o mesmo CD de Usher no carro antes de cada jogo, estacionou no mesmo sítio, sentou-se no mesmo banco do autocarro da equipa e até usou o mesmo par de caneleiras durante dez anos – antes de as perder no jogo em Camp Nou com o FC Barcelona.
Laurent Blanc deu um beijo na cabeça do guarda-redes Fabien Barthez antes de cada jogo de França no Campeonato do Mundo de 1998. Menos conhecido foi o facto de a sua equipa, alegadamente, ter ouvido a canção de Gloria Gaynor, "I Will Survive", no balneário antes de cada compromisso.
A República Checa decidiu não fazer a barba durante o UEFA EURO 2012 para dar sorte, com o guarda-redes Petr Čech a recusar-se a pegar numa lâmina mesmo depois de a sua mulher lhe telefonar para dizer que tinha mau aspecto.
Segredos de avançado
Nos tempos áureos do Ajax, Johan Cruyff, consta, costumava bater no estômago do guarda-redes Gert Bals antes de cada jogo, e não se esquecia de cuspir uma pastilha para o meio-campo adversário antes do pontapé-de-saída.
O avançado de Inglaterra, Gary Lineker, não rematava à baliza durante os aquecimentos antes dos encontros, pois não queria desperdiçar golos. E também mudava de camisola ao intervalo sempre que não marcava na primeira parte.
O avançado da Juventus, Milan e Itália, Filippo Inzaghi, tinha um ritual pré-jogo doce; antes de cada partida tinha o hábito de "atacar" uma caixa de bolachas para criança, deixando sempre, porém, duas lá dentro.
Manias de guarda-redes
Durante a passagem pelo Liverpool, Pepe Reina – agora no Nápoles – tinha por hábito encher o depósito do carro na mesma estação de serviço antes de cada jogo (quer precisasse de combustível ou não) e insistia em estacionar sempre no lugar número 39 de Anfield.
Roupas
O falecido seleccionador de Espanha, Luis Aragonés, tinha um problema com o amarelo, e uma vez obrigou o atacante Raúl González a mudar de roupa quando este apareceu no hotel da equipa com uma camisola totalmente amarela.
O ponta-de-lança da Croácia e da Juventus, Mario Mandžukić, tem uma rotina pré-jogo que envolve enrolar as mãos em fita adesiva – um ritual inspirado nos preparativos dos praticantes de boxe antes de um grande combate.
O médio croata do FC Barcelona, Ivan Rakitić, também tem um ritual pré-jogos; liga a perna esquerda, coloca a meia esquerda e a bota do mesmo pé, mas quando entra em campo fá-lo sempre primeiro com o direito.
Em Malta, o guarda-redes do Mosta, Omar Borg, carrega dois amuletos – uma imagem religiosa que pertencia à sua avó e uma tira cor-de-rosa oferecida à sua filha ainda bebé.
Maldições
Após levar o Benfica à conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1961/62, o treinador húngaro Béla Guttmann terá deixado o clube lisboeta em desagrado, dizendo aos dirigentes "encarnados" que as "águias" não seriam novamente campeãs europeias nos 100 anos seguintes. O certo é que a equipa perdeu as oito grandes finais europeias que disputou depois desse episódio.
Energias negativas
O ex-seleccionador de França, Raymond Domenech, era, aparentemente, um crente na astrologia, surpreendendo os jornalistas antes do UEFA EURO 2008: "Quando tenho um Leão na defesa, tenho sempre a arma pronta porque sei que vai querer exibir-se em algum momento e prejudicar-nos."
Ensinamentos técnicos
O treinador do Shakhtar Donetsk, Mircea Lucescu, e os compatriotas Anghel Iordănescu e Victor Pițurcă (também técnicos) respeitam todos a tradição que diz que os autocarros das equipas não podem fazer marcha-atrás com os atletas a bordo. Manobras desse tipo podem apenas ser feitas com os jogadores fora do veículo.
O lendário treinador do Dynamo Kyiv e da Ucrânia, Valeriy Lobanovskiy, era conhecido pelas suas excentricidades. A sua equipa do Dínamo não tinha camisola 13 e não podiam entrar mulheres nos autocarros – fazia uma excepção com as hospedeiras de bordo nos aviões.