"Um jogo viciado já é de mais"
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
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A UEFA reiterou o seu forte compromisso no combate à viciação de resultados no futebol, fenómeno que o organismo considera que atinge a alma e do espírito do futebol.
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A UEFA reiterou o seu enorme compromisso no combate à viciação de resultados no futebol, com o Secretário-Geral, Gianni Infantino, a destacar que "um único jogo viciado já é demais".
Na reunião que realizou em Bilbau, Espanha, esta quinta-feira, o Comité Executivo da UEFA apoiou uma resolução com 11 pontos para a integridade do futebol. O esboço do documento vai ser apresentado às 54 federações membros da UEFA no âmbito de um processo de consulta, com a votação da resolução definitiva agendada para o XXXVIII Congresso Ordinário da UEFA, marcado para Astana, no Cazaquistão, a 27 de Março de 2014.
A UEFA definiu o combate à viciação de resultados como uma das suas principais prioridades. O organismo está determinado em manter a integridade do futebol e o seu verdadeiro espírito através de um programa contínuo de formação de jogadores, árbitros e treinadores, um sofisticado sistema de monitorização, a cooperação com a indústria de apostas e ligações reforçadas com organismos policiais e autoridades nacionais. A UEFA está determinada em erradicar da modalidade aquilo que descreve como um "cancro" que ataca o coração de futebol.
"O combate à viciação de resultados é uma das principais prioridades da UEFA", explicou Infantino após a reunião do Comité Executivo. "Temos uma política de tolerância-zero em relação à viciação de resultados, mas também é importante que o combate a este flagelo seja realizado de forma uniforme nas diversos federações europeis."
"O Comité Executivo tem vindo a pedir às federações para terem políticas concretas e eficazes de combate à viciação de resultados, que devem ser também consistentes. Não podemos ter uma pena para uma sanção num dado país e uma sanção diferente noutro país para o mesmo crime."
"A viciação dos jogos atinge a alma do futebol", continuou Infantino, "pretendemos reforçar a parceria entre os organismos desportivos e autoridades nacionais. Estamos a monitorizar mais de 32.000 jogos por ano, nas competições europeias, mas também as primeiras e segundas divisões de todos os países. Sabemos que há um número muito limitado de jogos, cerca de 0,7 por cento, que criam alguma suspeição, mas um único jogo viciado já é demais."
Agentes de integridade foram colocados pela UEFA junto das suas federações-membro. Têm vindo a trabalhar no combate à viciação de resultados a nível nacional, ajudando a criar programas de formação para jogadores, dirigentes e administradores, e fazendo a ligação com a UEFA em relação a qualquer problema que surja relacionado com a integridade de um dos seus jogos ou das equipas dos seus países que participam nas competições europeias.
O Secretário-Geral da UEFA destacou os castigos aplicados pela UEFA por delitos relacionados com a viciação de jogos. "A UEFA excluiu três equipas de competições europeias desta época devido a resultados combinados nas provas nacionais. Também irradiou um árbitro por estar envolvido numa tentativa de viciação de resultados."
"Irradiámos alguns árbitros, não porque viciaram resultados, mas porque foram abordados por criminosos que queriam manipular jogos e não comunicaram a situação à UEFA. Temos castigos pesados e irradiações previstas para todos os indivíduos envolvidos."
O Comité Executivo da UEFA manifestou recentemente o seu apoio à adopção da fraude desportiva como crime nas legislações nacionais em toda a Europa, assim como a necessidade de cooperação entre as autoridades legais de forma a erradicar a viciação de resultados. "Aqui em Espanha, a viciação de resultados passou a ser crime", explicou Gianni Infantino, "isto permite aos procuradores agir no combate à manipulação de jogos, mas, infelizmente, isto não acontece em todos os países."