Portugal festeja Dia do Futebol Feminino

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com a ajuda da UEFA, mostrou o seu forte empenho no desenvolvimento do futebol feminino através de um evento especial realizado no fim-de-semana.

O Dia do Futebol Feminino coincidiu com a realização da final da Taça de Portugal Feminina, na qual o 1º de Dezembro bateu por 3-0 o Clube Futebol Benfica, no Estádio Nacional.

O dia serviu para festejar o futebol feminino e homenagear as jogadoras e clubes que têm investido na versão feminina da modalidade. Mais de 500 jovens participaram no evento que decorreu no Complexo Desportivo do Jamor. Cerca de 40 equipas femininas de clubes e escolas participaram em 108 encontros que foram disputados nos relvados adjacentes ao Estádio Nacional, com as festividades a terminarem uma hora antes da final da Taça.

Portugal é uma das 53 federações nacionais que beneficia da importância de estar ligado ao futebol feminino através da UEFA, com a ajuda do seu Projecto de Partilha de Conhecimentos (KISS) e dos projectos HatTrick, que têm o apoio do Comité Executivo da UEFA.

O Programa da UEFA para o Desenvolvimento do Futebol (WFDP) está a ser suportado através de pagamentos anuais de 100 mil euros, entre 2012 e 2016, vindos do programa HatTrick III. O grande dia de sábado constitui um projecto-piloto do WFDP para avaliar o impacto dos passos do investimento da UEFA.

As jovens jogadoras almoçaram no complexo desportivo e, a seguir, assistiram ao encontro, dando-lhe um colorido e ambiente especiais. A FPF organizou outras actividades em paralelo com a final, com destaque para uma mostra fotográfica sobre a selecção nacional feminina, que foi inaugurada na sexta-feira.

A selecção principal e a de Sub-19 têm, ultimamente, feito bons resultados. Desde que Mónica Jorge se tornou seleccionadora principal, a equipa das "quinas" subiu oito lugares no ranking da FIFA, e a treinadora foi uma espectadora especial de todas as festividades. Um dos objectivos em Portugal é desenvolver o futebol feminino com a ajuda dos principais clubes do país, à semelhança do que está a ser feito no futsal, que teve um crescimento exponencial nos tempos mais recentes.

"Houve uma vontade de alterar a situação do futebol feminino em Portugal, porque o número de jogadoras federadas é de três por cento - o que não é bom se atendermos a que mais de 50 por cento da população portuguesa são mulheres," disse o secretário-geral da FPF, Angelo Brou, ao UEFA.com.

Brou fez um apelo às raparigas e mulheres que gostam de futebol e que considerem a possibilidade de o praticarem. "Sejam activas com o futebol," pediu. "Porque no futebol, pode-se combater a obesidade e outros problemas de saúde, podendo-se também aprender a estar dentro duma equipa. O futebol é uma disciplina onde se pode aprender muito."

Carlos Godinho, director-desportivo da Federação Portuguesa de Futebol, também falou dos esforços feitos em Portugal para difundir o futebol feminino. "Estamos a tentar implementar um programa ao nível do desporto escolar, dedicado em exclusivo ao futebol feminino," afirmou. "A nossa prioridade é apoiar os clubes. É isto que a FPF tem feito nos últimos dois anos, que é apoiar as viagens das equipas que disputam o campeonato nacional e também criar as divisões secundárias. Acima de tudo, investir em novas áreas, como o desporto escolar. É aqui que as raparigas começam a jogar e a descobrir o futebol."

"A nossa intenção é tentar criar e desenvolver a competição interna no desporto escolar," acrescentou. "É um projecto ambicioso, para o qual precisamos da cooperação das associações regionais de futebol e das edilidades. Tudo isto é, para mim, fundamental para aumentar a base de recrutamento e aproximarmo-nos das maiores potências europeias do futebol feminino europeu."