Sub-19 alertados para os perigos do doping

As oito selecções presentes no Campeonato da Europa de Sub-19 interromperam por momentos a sua preparação para escutarem os mais recentes desenvolvimentos na luta da UEFA contra o doping.

Todas as selecções assistiram a uma palestra educativa de cerca de uma hora, apresentada por Mogens Kreutzfeldt e Richard Grisdale, da Unidade Antidoping da UEFA, com o objectivo de aumentar a consciência em relação aos trabalhos desenvolvidos pela UEFA na área. A apresentação contou com a exibição de um vídeo, um questionário e perguntas e respostas de esclarecimento, de forma a oferecerem a jogadores e respectivo "staff" toda a informação de que necessitam.

A sessão começou com a exibição de um vídeo filmado durante o UEFA EURO 2008, mostrando aos presentes todos os procedimentos durante um controlo antidoping desde a notificação ao jogador requerido para o teste, até à colheita da amostra de sangue, embalo e transporte das amostras e consequentes análises em laboratório.

A Agência Mundial Antidoping (WADA) é a responsável pela regulação dos controlos antidoping em todo o Mundo e apresenta uma lista de substâncias proibidas, a qual todos os desportistas devem respeitar. "As regras são iguais para todos," salientou Grisdale. "Existem muitos produtos da lista de substâncias proibidas que podem nem sequer potenciar a vossa performance desportista, mas que, ainda assim, vos causarão problemas. Agora que estão a chegar ao mais alto nível devem ter sempre bem presente que estas regras se aplicam a vocês."

Seguiu-se um questionário que abordou assuntos como o papel do Agente de Controlo Antidoping (a única pessoa que pode permitir que um jogador não faça o teste), as penalizações por adulterar um controlo antidoping, os tipos de violações de doping e as condutas impróprias durante um controlo. "Se estiver no vosso corpo, vocês são os responsáveis por isso," relembrou Grisdale aos presentes.

São efectuados mais de 30 mil controlos antidoping por ano a nível do futebol em todo o Mundo, com 60 por cento dos que acusam positivo a dizerem respeito a substâncias recreacionais, como o cannabis e a cocaína. "É um grande problema no futebol," frisou Grisdale. "Vocês agora são futebolistas e seria muito estúpido arruinarem assim a vossa carreira."

Mogens Kreutzfeldt lembrou, depois, os perigos de tomar medicamentos comuns e suplementos alimentares, destacando que tanto uns como outros podem conter substâncias proibidas - um estudo realizado em 2001 pelo Comité Olímpico Internacional descobriu que 15 por cento dos suplementos nutricionais analisados continham esteróides anabolizantes. Kreutzfeldt realçou que a ignorância não é desculpa, acrescentando: "Não podemos saber se estão a mentir ou não. Os jogadores são, em última instância, os responsáveis e serão eles a pagar o preço."

Após Kreutzfeldt reiterar os perigos dos esteróides anabolizantes, em especial para a saúde do indivíduo, Grisdale falou aos presentes da Excepção para Uso Terapêutico (TUE), através da qual um jogador pode ver ser-lhe permitido tomar uma substância proibida por motivos de saúde. Deixou, contudo, um aviso: "Se tomarem algo, mesmo que de forma totalmente inocente, e não tiverem as licenças adequadas, serão igualmente castigados. Em caso de dúvida, perguntem; é o vosso corpo e a responsabilidade é vossa."

A apresentação terminou com o fornecimento de uma lista de pessoas que podem dar informação aos jogadores - entre elas médicos das equipas, associações nacionais antidoping, ou a Unidade Antidoping da UEFA - e de um panfleto com os procedimentos dos controlos antidoping levados a cabo pela UEFA e de outro intitulado "Ler Esta Brochura Pode Salvar a Tua Carreira". A mensagem final foi deixada por Mogens Kreutzfeldt: "Mantenham-se limpos, fiquem longe dessas coisas e procurem sempre tomar as atitudes certas."