"O centro das atenções tem de ser o futebol"
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
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Michael van Praag, membro do Comité Executivo da UEFA, sublinhou os desafios colocados pelas questões de segurança numa conferência sobre Segurança nos Estádios, em Varsóvia.
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A UEFA e a família do futebol estão empenhadas em enfrentar os inúmeros desafios referentes às questões de segurança que rodeiam os jogos de futebol – com o organismo a reiterar a opinião de que governos, autoridades públicas e forças policias têm também de contribuir para ajudar a assegurar que os encontros das competições da UEFA decorrem numa atmosfera segura.
Num discurso dirigido a todas as partes envolvidas, durante a mais recente Conferência UEFA-UE sobre Segurança nos Estádios, em Varsóvia, esta quinta-feira, Michael van Praag, membro do Comité Executivo da UEFA, destacou a determinação de enfrentar todos os desafios de forma a que o futebol possa continuar a ser o centro das atenções.
"No futebol nunca podemos parar e, com o passar de mais um ano desde o nosso último encontro, deparamo-nos rapidamente com um ambiente de mudança", referiu Van Praag a uma audiência na qual se encontravam representantes da polícia europeia, de agências governamentais, agentes de segurança dos clubes, das federações e da UEFA, bem como proprietários de estádios, com o intuito de discutirem questões de segurança actuais e encontrarem soluções duradouras. "Neste momento, o futebol europeu enfrenta vários desafios. Esses desafios são de uma natureza mais diversa do que nunca no que diz respeito à relativamente curta história das competições da UEFA."
"Essa amplitude de desafios vai desde conflitos internacionais entre nações até simples conflitos entre grupos rivais de adeptos", destacou. "O recente conflito em Israel e a situação que se vive actualmente na Ucrânia causaram inúmeros problemas de calendarização dos jogos das provas da UEFA. Como se tal não fosse suficiente, vemos cada vez mais o futebol a ser utilizado como plataforma para diversos protestos políticos e como meio para alguns expressarem visões extremamente racistas."
"Perante este panorama, temos de enfrentar estes desafios de frente e garantir que o centro das atenções continua a ser o jogo de futebol. Por mais complicadas que sejam as circunstâncias, a bola não pode parar de rolar."
Van Praag sublinhou que a Europa está a viver um período de significativa turbulência política e que o futebol não pode fugir ao impacto daí resultante. "Na conferência de há um ano destacámos o facto de as 54 federações nacionais que compõem a UEFA terem de actuar como uma força colectiva não ser suficiente", lembrou. "Para sermos bem-sucedidos necessitamos do apoio dos governos, das autoridades públicas e da polícia, bem como dos clubes, para assegurar que as nossas competições decorrem num local seguro e num ambiente acolhedor."
"A UEFA acredita que os governos devem ter um papel central na garantia de que o futebol decorre num ambiente apropriado. Tal requer empenho político ao mais alto nível para a criação de uma plataforma de trabalho eficaz a nível nacional, dentro da qual deve existir uma abordagem integrada para questões tão importantes como a segurança e os serviços."
"No actual clima político e económico, onde as ameaças ao futebol surgem das mais diferentes fontes, há o imperativo de desenvolver parcerias entre diferentes agências. Tudo isto aplica-se igualmente ao desenvolvimento e partilha de soluções para problemas mais práticos que enfrentamos diariamente nos nossos jogos."
Van Praag falou ainda do aumento anual de incidentes de desordem ocorridos dentro e fora dos estádios, bem como nas cidades onde os jogos decorrem. "Apesar da consciencialização sobre o assunto e apesar de, em termos gerais, saberem quem são os responsáveis, os países a título individual têm encontrado dificuldades a desenvolver estratégias eficazes que excluam essas pessoas, impedindo-as de viajar para assistirem a jogos no estrangeiro", afirmou durante o seu discurso.
"Enquanto essas pessoas conseguirem deslocar-se livremente a outros países para assistirem a jogos, vamos encontrar dificuldades para colocar o futebol no centro das atenções", afirmou. "O desenvolvimento de uma estratégia de exclusão eficaz tem de ser uma componente central da estratégia nacional de que vos falei. As boas práticas a este nível, ainda assim, existem e é fundamental que sejam destacadas e partilhadas internacionalmente, para que todos possamos trabalhar eficazmente rumo a soluções pan-europeias."
Há notícias positivas no âmbito desta cooperação internacional entre a UEFA e os seus parceiros europeus. "Talvez o desenvolvimento mais significativo resida nos trabalhos levados a cabo para a revisão da Convenção sobre a Violência e os Excessos dos Espectadores no Desporto, que data de 1985", explicou Van Praag. "A UEFA conferiu todo o seu apoio ao alinhamento dessa revisão e espera-se que haja acordo entre os ministros para a redacção de uma nova convenção em Maio de 2015."
"Quando for adoptada, espera-se que a nova convenção sirva de alicerce para a promoção das melhores práticas na resolução dos problemas com que nos deparamos agora e no futuro. Estamos ansiosos por começar a adoptá-la."