CORE potencia talento dos jovens árbitros

O bem-sucedido Centro de Excelência de Arbitragem da UEFA (CORE) está a entrar na sua terceira temporada de existência, que decorrerá até Agosto de 2013, e mantém-se fiel ao objectivo de desenvolver os atributos técnicos e físicos dos potenciais futuros árbitros internacionais do continente europeu.

O programa CORE, conduzido a partir do Centro Desportivo Colovray, junto à sede da UEFA, em Nyon, arrancou em 2010. Até à data, foram quase 300 os árbitros e árbitros assistentes a marcarem presença nos cursos do CORE, e mais de 60 foram entraram já para a lista de árbitros internacionais da FIFA.

Tal como qualquer projecto inovador, o CORE continua a evoluir e, neste seu terceiro ciclo, conta com a introdução de dois cursos de desenvolvimento para árbitras e árbitras assistentes que integrem já a lista da FIFA que, sente o Comité de Arbitragem da UEFA, poderão beneficiar com o projecto CORE.

Para além disso, o Comité de Arbitragem aprimorou o seu programa de Talentos e, sob a égide do CORE, irá desenvolver dois cursos para árbitros de Categoria 2 e 3 do sexo masculino. O objectivo passa sempre por elevar os padrões da arbitragem dentro das federações nacionais de futebol da Europa, a pensar no futuro.

"O programa CORE nasceu do sentimento existente entre o Comité de Arbitragem de que os árbitro estavam a chegar ao nível internacional sem que todos tivessem os índices físicos e de língua inglesa esperado. Assim, os seus primeiros tempos como árbitros internacionais acabavam por se perder, por não estarem devidamente preparados", referiu ao UEFA.com David Elleray, antigo árbitro internacional e membro do Comité de Arbitragem da UEFA.

"Sentimos a necessidade de preparar a um melhor nível os jovens árbitros e árbitros assistentes de todos os países. A ideia é ajudarmos aqueles que as federações nacionais sentem que têm potencial para se tornarem árbitros internacionais FIFA no espaço de cinco anos".

Os cursos CORE envolvem duas fases: Fase Introdutória e Fase de Consolidação. "Em temos simples, ensinamos os árbitros no primeiro curso e, depois, testamo-los no segundo curso. No curso introdutório os árbitros assistem a várias apresentações sobre o que esperar nos jogos que a UEFA conta que eles venham a dirigir, como lidar com faltas duras, como lidar com os confrontos entre jogadores, como trabalhar enquanto equipa e como tratar do seu físico e do seu estilo de vida.

"Os árbitros têm a possibilidade de ter aulas de inglês entre esses dois cursos e realizam também muito trabalho prático. Os clubes locais emprestam-nos jogadores e nós efectuamos algumas simulações de situações de jogo, as quais filmamos e analisamos. No fim-de-semana eles arbitram jogos na França e Suíça, filmados por duas câmaras, que seguem o árbitro e um dos árbitros assistentes em cada parte do encontro.

"No final do curso Introdutório, guiados pelos formadores, os árbitros estabelecem vários objectivos para os quais trabalhar e vão apresentado relatórios mensais sobre os seus progressos aos respectivos formadores e preparadores físicos. No curso de Consolidação, avaliamos os progressos verificados no nível da sua arbitragem, no seu inglês, na sua capacidade física e, no final, recebem ou um diploma ou um certificado de participação".

Os formadores dos árbitros são outro elemento essencial das actividades do CORE. Cerca de 80 formadores de árbitros, oriundos de 47 federações nacionais de futebol, trabalharam já nos cursos do CORE e viram as suas capacidades como professores e mentores refrescadas e potenciadas. A qualidade da filosofia e da estrutura do programa CORE provou ser de tal forma elevada que algumas federações nacionais adoptaram elas próprias programas de formação de árbitros que seguem na mesma linha.

A UEFA expressou a sua satisfação pelos progressos alcançados pelos árbitros e árbitros assistentes desde as duas primeiras temporadas do programa CORE, em especial em termos dos níveis técnicos e físicos das actuações dos árbitros e dos conhecimentos por estes apresentados a nível da língua inglesa, a língua comum dos árbitros da UEFA

"Estamos a assistir na UEFA a um elevar do nível das arbitragens, dos níveis físicos dos árbitros e dos conhecimentos destes no que toca à língua inglesa", explicou Elleray. "Em termos simples, tudo isto passa por planificar, identificar potenciais futuros talentos e apoiar a convenção de arbitragem da UEFA, de forma a melhorar a qualidade dos árbitros, dos seus formadores e, consequentemente, melhorar a qualidade da arbitragem em todos os países. Como resultado, estes árbitros que chegam, depois, aos jogos da UEFA encontram-se mais bem preparados e podemos apostar neles mais cedo, como que exponenciando o seu progresso"

David Elleray retira grande prazer em ajudar os árbitros da UEFA e amanhã através da iniciativa CORE. "Toda a minha vida estive envolvido na educação, pelo que de certa forma sempre me concentrei em ajudar as pessoas a atingirem o seu potencial", reflectiu. "Dá uma enorme satisfação ajudar outras pessoas; de repente, abrem os olhos e percebem que toda a sua atitude perante a vida se transformou".

"Dizemos sempre que o ponto alto será quanto tivermos pela primeira vez um árbitro que tenha passado pelo programa CORE a arbitrar um jogo da UEFA Champions League. São tantos os árbitros com os quais mantemos o contacto e que fazem questão de nos dizer sempre como foi fantástica a sua experiência no CORE".