Johann Cruyff celebra o seu 65º aniversário
quarta-feira, 25 de abril de 2012
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Tido como um dos melhores futebolistas de todos os tempos, o mestre holandês Johan Cruyff celebra hoje o seu 65º aniversário - ocasião para o UEFA.com fazer uma retrospectiva da sua fantástica carreira.
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Ídolo do mundo do futebol nos anos 70, treinador de sucesso e, actualmente, um respeitado observador do jogo, Johan Cruyff celebra esta quarta-feira o seu 65º aniversário.
Juntamente com Rembrandt e Vincent van Gogh, é um dos mais famosos holandeses de sempre e um dos melhores futebolistas de todos os tempos. Um estudo chegou a provar que mais de dois mil milhões de pessoas conheciam o nome Johan Cruyff. O UEFA.com recorda agora a sua contribuição para o futebol.
Nascido em Amesterdão a 25 de Abril de 1947, Hendrik Johannes Cruyff maravilhou os adeptos do futebol, primeiro ao serviço do AFC Ajax. Venceu três Taças dos Clubes Campeões Europeus, em 1971, 1972 e 1973, as SuperTaças Europeias de 1972 e 1973, assim como oito títulos de campeão holandês. Cruyff, que ingressou na equipa de Amesterdão ainda criança, era o maestro em campo da orquestra de "futebol total" do Ajax – um estilo de jogo bastante arriscado de jogo ofensivo no qual os atacantes e os defesas trocavam de posições com resultados tremendamente eficazes.
"Vencer [a Taça dos Clubes Campeões Europeus] é tão importante que se torna tão difícil de entender quando acabamos por conquistá-la", dissera ao UEFA.com em 2011. "Sabemos que é algo grande, mas é muito maior do que aquilo que imaginamos. E descobrimos isso, não nessa altura, mas depois. Quando viajamos pelo Mundo e jogamos aqui e ali, as pessoas continuam a falar disso".
O "futebol total" holandês também brilhou a grande altura no Mundial de 1974, qual o conjunto "laranja" cativou as atenções dos entusiastas do futebol com o seu estilo de jogo bastante fluído. Cruyff voltou a liderar a "Oranje" na caminhada até à final, perdida para a anfitriã República Federal da Alemanha. Cruyff, que se estreou pela principal selecção holandesa em 1966, representou o seu país em 48 ocasiões, nas quais apontou 33 golos.
Três vezes vencedor da Bola de Ouro, Cruyff era capaz de operar a partir do ataque, mas muitas vezes iniciava os ataques a partir de posições mais recuadas ou derivava para os flancos, o que tornava bastante difícil a missão dos adversários em vigiá-lo de perto. Em 1973, transferiu-se para o FC Barcelona, onde se tornou no menino querido dos adeptos do Camp Nou, por cujo clube marcou 48 golos em 143 partidas, ajudando-o, em 1974, a conquistar o seu primeiro título espanhol em 14 anos.
Após uma passagem de dois anos pelos Estados Unidos, Cruyff regressou, em 1981, à Europa, antes de pendurar as chuteiras na Holanda. Primeiro, regressou ao Ajax e, depois, partiu para o Feyenoord, onde, em 1984, terminaria a carreira. No total, fez 704 jogos pelos clubes e apontou 392 golos, 266 dos quais ao serviço do Ajax.
Cruyff iniciou, então, a carreira de treinador e, em 1985, assumiu o comando do Ajax, que levou à conquista da Taça dos Clubes Vencedores de Taças. Em 1988, Cruyff retomou outro amor e regressou a Barcelona, cuja equipa levou, em 1992, à conquista da sua primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Mesmo depois de ter deixado o comando técnico dos catalães, Cruyff continuou ligado ao futebol, especialmente como conselheiro, comentador na comunicação social e consultor técnico. A sua atitude como jogador e, mais tarde, como treinador granjeou-lhe muitos admiradores. O espectáculo era a sua principal prioridade.
"Onde quer que joguei ou trabalhei, sempre quis que as pessoas falassem e pensassem em futebol", disse uma vez. Para ajudar a assinalar o Jubileu da UEFA, em 2004, cada federação nacional nomeou o seu jogador mais notável nos 50 anos anteriores. A Holanda, sem grande surpresa, escolheu Johan Cruyff como o seu Jogador de Ouro.
A consciência social de Cruyff também deu os seus frutos. Lançou a Fundação Johan Cruyff e o Instituto Johan Cruyff para Estudos Desportivos, com centros espalhados pela Holanda, Espanha, Suécia, México e Peru. O instituto criou um sistema escolar, feito à medida de desportistas masculinos e femininos que pretendam estudar ao mesmo tempo que prosseguem as respectivas carreiras de desportistas.
Com a fundação, adoptou cerca de 100 projectos de apoio a crianças pobres ou com deficiências e usou o futebol como meio para melhorar as suas vidas. Um dos projectos mais assinaláveis tem sido a iniciativa Cruyff Courts, de promoção ao futebol de rua. A UEFA reconheceu o seu impacto positivo nos mais jovens ao seleccioná-lo para o Prémio Raízes da UEFA, quando, no final de 2009, inaugurou o seu 100º campo.
Jogador emocionante, treinador inovador e amante do jogo bonito: Muitos parabéns para Johan Cruyff.