Futebol para deficientes continua a evoluir na Turquia
terça-feira, 27 de março de 2012
Sumário do artigo
Treinadores turcos realizaram um curso em três fases que visa melhorar a qualidade do treino de jogadores com vários tipos de deficiências, em todo o país.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
A Federação Turca de Futebol (TFF) organizou um curso em três fases que visa formar treinadores para trabalharem com pessoas com deficiência. Este será um primeiro passo de um programa mais alargado de formação para o treino de pessoas portadoras de deficiência em toda a Turquia.
Em Março, decorreu a última das três sessões do curso que foi dedicada ao futebol para cegos. A formação durou dois dias, em Istambul, e foi liderada pelo especialista Ulrich Pfisterer, seleccionador da Alemanha de futebol para cegos e membro da Federação de Desporto para Cegos (IBSA). A sessão foi dividida em duas partes, teórica e prática, com a sessão prática a permitir que os treinadores presentes jogassem futebol sem ver, obrigando-os a jogar vendados e com bolas para cegos.
"Quando me falaram em jogar futebol sem ver, pensei que seria impossível", explicou o treinador da TFF, Ismet Kamak. "Coloquei a venda e, após algum tempo, percebi que o meu instinto e os meus sentidos indicavam-me o que fazer. Sou treinador profissional de futebol e, depois de assistir a estas três sessões do programa de formação, percebi que nada é impossível e que as pessoas com deficiência conseguem grandes proezas."
As primeiras duas sessões do curso, realizadas em Janeiro e em Fevereiro de 2011, centraram-se nas pessoas com deficiências mentais e com os portadores de deficiências físicas, incluindo amputados, afectados por paralisia cerebral e acidentes vasculares cerebrais. O curso contou com a participação de treinadores profissionais da TFF, coordenadores regionais do programa de futebol de "raízes" da TFF e académicos com experiência em desporto adaptado.
"Considero que o envolvimento da TFF deveria servir de exemplo para o trabalho do resto do mundo no futebol para cegos. Também gostaria de destacar que a Turquia foi o local onde me senti mais bem recebido. O facto de estarem presentes muitos antigos jogadores profissionais de futebol, como eu, contribuiu para que todos nos sentíssemos entre amigos", destacou Pfisterer na conclusão do curso.
"O tipo de perguntas colocadas pelos participantes indiciou um aumento crescente de interesse durante o curso. Para resumir o seminário, considero que a filosofia de 'treinar o treinador' é a mais indicada. Abordámos três vertentes do futebol para deficientes, os treinadores irão descobrir qual é a melhor para eles."