Dez anos a combater o racismo
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
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A UEFA e a rede Futebol Contra o Racismo na Europa (FARE) trabalham juntas há dez anos e a luta contra o flagelo vai estar em destaque esta semana, durante as provas de clubes da UEFA.
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Racismo, intolerância, discriminação – três fenómenos negativos que continuam a fazer-se sentir no futebol, dentro e fora de campo. Desde há dez anos, a UEFA tem trabalhado em conjunto com a rede Futebol Contra o Racismo na Europa (FARE), numa campanha sem tréguas para irradiar tais influências do jogo.
A UEFA tem vindo a reforçar progressivamente a sua posição contra o racismo e, juntamente com a FARE e o sindicato dos jogadores (FIFPro), tem apoiado activamente iniciativas que tentam banir este mal do futebol e da sociedade.
A rede FARE engloba grupos e organismos que trabalham contra a intolerância e a discriminação no continente. Ao longo da última década, desde a assinatura de um acordo formal em 2001, a UEFA tem fornecido apoio financeiro considerável à FARE e os dois organismos têm cooperado na organização de eventos, emissão de publicações e uso da plataforma comercial e de massa que constituem os mais importantes jogos europeus. Tudo isto no sentido de transmitir uma mensagem de tolerância-zero contra qualquer tipo de racismo e discriminação, a favor de mais respeito pela diversidade.
Esta semana, os jogos das duas principais competições europeias de futebol, a UEFA Champions League e a UEFA Europa League, também vão ser palco para a UEFA aumentar a consciencialização do público sobre a sua própria campanha Unidos Contra o Racismo e para sublinhar a política de tolerância-zero contra aqueles que incorram nesses comportamentos. As actividades fazem parte da 12ª edição da Semana de Acção da FARE, que decorre até 25 de Outubro e inclui eventos com adeptos, jogadores, clubes, federações e imprensa desportiva.
Em todos os 16 jogos da UEFA Champions League serão exibidos nos ecrãs gigantes dos estádios anúncios de 30 segundos, intitulados "Não ao Racismo", para além de comunicações através do sistema sonoro antes de cada jogo. Cada equipa será acompanhada na entrada no relvado por crianças envergando "t-shirts" Unidos Contra o Racismo e os capitães vão utilizar uma braçadeira com o logótipo Unidos Contra o Racismo. As actividades seãor testemunhadas por milhares de adeptos presentes nos estádios e milhões através da televisão.
Têm-se registado inúmeras vitórias no combate ao racismo no futebol, mas a luta continua. O director-executivo da FARE, Piara Powar, expressa a sua satisfação com aquilo que tem sido alcançado, mas sublinha, no entanto, que a batalha prossegue. "Penso que para nós tem sido uma década de trabalho muito produtivo com o órgão que tutela o futebol europeu, por dois motivos", disse ao UEFA.com.
"Primeiro, possibilita-nos transmitir a nossa mensagem de forma mais eficiente, direccioná-la no sentido correcto, trabalhando com a família do futebol numa frente unida para dizer: ‘temos este problema e estas são as coisas que estamos a fazer para o resolver'. Em segundo lugar, porque infelizmente o racismo e outras formas de discriminação continuam a assolar a modalidade. Por isso, de um ponto de vista prático, é um problema que precisa de ser tratado. Penso que fizemos bons progressos na transmissão de algumas mensagens muito fortes, misturando-as com soluções positivas e mostrando esse tipo de frente unida."
Esta união vai estar no centro das atenções ao mais alto nível do futebol de clubes nesta semana semana, como parte da Semana de Acção, que já provou a sua utilidade como catalisador para tornar o público mais consciente sobre o facto de o racismo e seus derivados não terem lugar no futebol nem na sociedade. Os clubes por todo o continente têm sido encorajados, mais uma vez, a combaterem a discriminação e a fomentarem iniciativas que confrontem esses problemas.
"Penso que para a FARE a Semana de Acção é um bom exemplo da forma como queremos trabalhar; por isso é que existe uma onda de acção ao nível das 'raízes' do futebol", disse Powar. "Temos a participação de grupos comunitários comuns, adeptos e pequenos clubes, desde as 'raízes' do futebol até ao topo. E depois, a partir do topo, temos a mensagem da UEFA, a utilização das suas competições – especialmente a UEFA Champions League – e das audiências televisivas que geram, para transmitir esta mensagem muito forte e decisiva. Por isso penso que é um grande exemplo da parceria."