Domínio milanês sob ameaça

O AC Milan terminou o reinado de cinco anos do FC Internazionale Milano na Serie A na época passada, levando a melhor com uma diferença de seis pontos. Mas quando a nova época começar, este fim-de-semana, a corrida ao título promete ser mais do que apenas um assunto entre rivais citadinos.

Para além dos gigantes de Milão, o SSC Napoli, também participante na UEFA Champions League – e que foi terceiro classificado a época passada – têm legítimas aspirações ao título, enquanto a Juventus, que esta época não vai participar nas competições europeias, espera melhorar o sétimo lugar anterior. Mas os napolitanos e a "vecchia signora" efectuaram contratações de peso, enquanto os rivais da capital, S.S. Lazio e AS Roma, também mostram ambição considerável.

O Milan de Massimiliano Allegri começa a sua campanha frente ao Cagliari Calcio, clube pelo qual deu nas vistas, o suficiente para convencer os "rossoneri" a contratá-lo o Verão passado, com os resultados que se conhecem. Allegri tem a responsabilidade de repetir o feito, mas agora sem o mesmo valor despendido em contratações; o "onze-base" deve permanecer inalterável, mas as opções a meio-campo ficaram reduzidas após a saída de Andrea Pirlo para a Juve.

"Temos o emblema do 'scudetto' na camisola, por isso vai ser diferente da época passada. Não porque sejamos favoritos, mas porque os meus jogadores, hoje, conhecem-se muito bem", disse Allegri. "Temos que melhorar alguns aspectos na nossa forma de jogar, mas estamos mais confiantes; podem pensar que é apenas um pequeno detalhe, mas não é."

Quanto aos seus rivais na luta pelo título, Allegri disse: "O Nápoles esteve muito bem a época passada, e agora conta com novos jogadores, como [Mario] Santana, [Miguel Ángel] Britos, [Marco] Donadel e, acima de tudo, [Gökha] Inler e [Blerim] Džemaili, que são jogadores de topo. Depois há a Juventus, mas também não menosprezaria a Lázio, que tenho a certeza que vai lutar pelo título. Conseguiu contratar [Miroslav] Klose e também tem o Hernanes, um jogador fantástico que pode evoluir ainda mais."

Taye Taiwo e Phillipe Mexès ingressaram no Milan a custo zero, oriundos de Olympique Marseille e Roma, respectivamente, mas o lateral-esquerdo vai ficar de fora durante dois meses, enquanto o defesa francês deve ser suplente. A estabilidade de Verão vai ser boa para a continuidade, mas também sugere menos surpresas para os adversários.

Também o Inter esteve pouco activo no mercado de transferências, e o novo treinador, Gian Piero Gasperini, vai ter que lidar com a perda do avançado Samuel Eto'o, recém-contratado pelo FC Anzhi Makhachkala. Se o plantel permanece quase o mesmo, a táctica vai mudar; o antigo técnico da Genoa CFC parece apostar numa defesa com três jogadores.

Sob o comando do novo treinador, Luis Enrique, a Roma também pode ter uma palavra a dizer – o espanhol tem mostrado ser uma lufada de ar fresco para os "giallorossi", apesar da eliminação no "play-off" da UEFA Europa League, frente ao ŠK Slovan Bratislava, não ter sido um bom começo. A integração das novas contratações – o guarda-redes Maarten Stekelenburg, os defesas Gabriel Heinze e José Ángel Valdés, o médio Erik Lamela e o avançado Bojan Krkić – pode demorar algum tempo.

Apesar de o número de verdadeiros candidatos ter aumentado, a recuperação do Milan na Supertaça de Itália, em que venceu o Inter, reforçou o estatuto do campeão como sendo o alvo a abater. E não faltarão equipas na Serie A a quererem fazer isso mesmo.