Treinadores de topo à conversa com a UEFA

Os treinadores dos principais clubes europeus vão estar reunidos em Nyon esta quarta e quinta-feira para o seu encontro anual com a UEFA. Uma reunião que contribui de forma importante para o processo de tomada de decisão e actividades do órgão máximo do futebol europeu e que confere aos treinadores a oportunidade de conversarem e trocarem ideias fora da agitação da sua rotina diária.

O XIII Fórum de Treinadores de Elite da UEFA oferece aos técnicos dos maiores clubes europeus a oportunidade de discutirem as mais recentes tendências e expressarem à UEFA os seus pontos de vista sobre as principais questões que afectam actualmente o futebol de clubes. Em contrapartida, a UEFA escuta as opiniões dos treinadores e implementa algumas das propostas retiradas desse diálogo. A UEFA abraçou, nos últimos anos, muitas dessas ideias no que diz respeito ao formato das suas competições e vê com bons olhos a oportunidade de conversar com os mais proeminentes técnicos de clubes europeus, de forma a trocar opiniões e avaliar possíveis desenvolvimentos nas suas políticas.

Muitos dos principais treinadores europeus foram convidados e entre os que já confirmaram a sua presença encontram-se: Josep Guardiola (FC Barcelona), Alex Ferguson (Manchester United FC), André Villas-Boas (Chelsea FC), Arsène Wenger (Arsenal FC), Roy Hodgson (West Bromwich Albion FC), Rémi Garde (Olympique Lyonnais), Didier Deschamps (Olympique de Marseille), Massimiliano Allegri (AC Milan), Ralf Rangnick (FC Schalke 04), Thomas Schaaf (SV Werder Bremen), Frank de Boer (AFC Ajax), Jorge Jesus (Benfica), Felix Magath (VfL Wolfsburg), Vítor Pereira (FC Porto), Mircea Lucescu (FC Shakhtar Donetsk), Unai Emery (Valencia CF), Thorsten Fink (FC Basel 1893) e Rudi Garcia (LOSC Lille Métropole).

O Fórum de Treinadores de Elite da UEFA realizou-se pela primeira vez em 1999 e tornou-se num evento anual do calendário da UEFA no arranque de cada temporada europeia. "Através do Fórum oferecemos aos treinadores a oportunidade de trocarem impressões fora do ambiente competitivo," explicou Andy Roxburgh, director-técnico da UEFA. "A UEFA recebe, também, informações sobre a sua organização e outros elementos ligados em particular à UEFA Champions League. Podemos, depois, usar o 'feedback' que recebemos por parte dos treinadores nos nossos eventos de formação e nos nossos relatórios técnicos. Trata-se de um evento multi-facetado – não é apenas uma simples reunião."

"Nos anteriores encontros, os treinadores deram o seu aval a aspectos que a UEFA pensava introduzir e despoletaram a introdução de outros aspectos. Por exemplo, o facto de termos uma só bola para a Champions League surgiu a partir de uma dessas discussões. Eles acharam que deveria haver uma só bola para uma competição como esta. Os treinadores centram-se nos detalhes, não vêem apenas o panorama geral. E isso é extremamente útil para nós."

O encontro deste ano, em Nyon, vai centrar-se fundamentalmente na edição de 2010/11 da UEFA Champions League, a mais prestigiada competição europeia de clubes. Outra das sessões vai debruçar-se sobre a importância das substituições (que tantas vezes podem mudar o rumo de um jogo), as razões para as fazer, quando efectuá-las e os problemas que lhes são inerentes. "A questão das substituições é fundamental para qualquer treinador de topo," destacou Roxburgh.

As tendências de lesões na UEFA Champions League estarão também em discussão, em particular os seus efeitos sobre o desempenho e os factores que a elas conduzem. Um tópico de discussão regular nestes fóruns é, igualmente, o perfil de um treinador de topo nos dias que correm, face aos seus principais deveres e à exigência sobre ele colocada.

O Fórum de Treinadores de Elite da UEFA serve ainda para oferecer aos técnicos mais jovens a possibilidade de ouvirem os colegas mais experientes, aprenderem com eles e conhecerem-se tanto profissional como pessoalmente. "Quando os treinadores chegam às competições europeias, a sua relação é diferente quando se encontram porque já se conheceram no nosso evento," acrescentou Roxburgh. "Onde antes existia formalidade, passa a existir um maior espírito de amizade, pois os treinadores tiveram, antes, a oportunidade de falar entre si num contexto diferente."