Diálogo dá frutos
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
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O secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, explicou ao UEFA.com a importância que tem para o órgão máximo do futebol europeu a recente comunicação da Comissão Europeia sobre desporto.
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A comunicação da Comissão Europeia sobre desporto, emitido na passada semana, recebeu os aplausos da UEFA. O documento vem sublinhar os objectivos por detrás dos permanentes diálogos entre o organismo máximo do futebol europeu e as autoridades políticas da Europa, destacando a força e a importância de muitos dos valores-chave da UEFA.
A Comissão Europeia deu o seu apoio a muitas das políticas fundamentais da UEFA, entre as quais as medidas de "fair play" financeiro, a campanha contra as apostas ilegais e resultados combinados e alguns elementos importantes do modelo europeu do desporto. O secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, deu a sua opinião ao UEFA.com.
"O sentimento geral é, obviamente, positivo", destacou o responsável. "E é positivo porque percebemos realmente que a comissão, nesta sua comunicação, sublinha os aspectos fundamentais da especificidade do desporto, que temos vindo a discutir há já largos anos."
"Estamos, igualmente, muito satisfeitos por ver a Comissão Europeia apoiar também as regras de 'fair play' financeiro, de extrema importância para o futuro do futebol europeu de clubes. A Comissão Europeia reconheceu ainda a necessidade de combater a fraude desportiva, as apostas ilegais e os resultados combinados, problemas que afectam a alma do futebol. Para além disso, a Comissão Europeia dá ainda o seu claro apoio à venda centralizada de direitos de transmissão, o que constitui um importante avanço a nível da legislação europeia no que ao desporto diz respeito."
Ao longo dos últimos anos, a UEFA desenvolveu uma relação próxima com a União Europeia. A UEFA é uma realidade a nível legal e político, com uma crescente influência no funcionamento não só da UEFA, como das suas 53 federações-membro. Nos diálogos levados a cabo com as autoridades da UE, a UEFA tem procurado, em particular, reforçar a noção da especificidade do desporto e construir as bases para um modelo europeu do desporto. Questões como a protecção de menores, o "fair play" financeiro, as apostas no desporto e os direitos de transmissão constituem assuntos urgentes e têm sido sujeitos a vários debates a nível da UE.
O apoio conferido ao modelo europeu do desporto por parte da Comissão Europeia é visto como crucial, dado este constituir os alicerces sobre os quais se encontra edificado o futebol europeu. "Estamos extremamente satisfeitos, pois o modelo europeu do desporto faz parte da nossa cultura", salientou Gianni Infantino. "O apoio dado pela Comissão Europeia a alguns dos seus pilares-chave, como os princípios da subida e descida, a pirâmide estrutural do desporto, a abertura das competições desportivas, o facto de o desporto ser organizado a nível nacional, solidariedade financeira, redistribuição dos dinheiros do futebol profissional pelas 'raízes' ... tudo isto é muito importante para nós."
O diálogo entre a UEFA e a UE é visto como benéfico para ambas as partes, e o presidente da UEFA, Michel Platini, tem-se deslocado a Bruxelas em inúmeras ocasiões para apresentar os pontos de vista e as ideias da UEFA. "O presidente Platini encontrou-se já com vários comissários europeus, com o próprio presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e com o presidente do Parlamento Europeu", recordou Infantino. "O diálogo é muito importante, pois estamos na Europa, somos o órgão responsável pela gestão do futebol europeu e pensamos ser um valioso parceiro da Comissão Europeia...julgo que eles pensam o mesmo em relação a nós."
A relação entre a UEFA e a UE vai, certamente, continuar a dar frutos nos próximos anos. "Vai continuar a ser uma relação positiva", garantiu o secretário-geral da UEFA. "Necessitamos, naturalmente, do apoio e da ajuda das autoridades políticas na nossa luta contra a fraude desportiva, as apostas ilegais e a violência no desporto. Todas estas são questões contra as quais não podemos lugar sozinhos e sentimos que podemos encontrar na UE o apoio de que necessitamos."