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Reagir à Lei Bosman

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Dez anos depois da lei Bosman, o Director-Executivo da UEFA, Lars-Christer Olsson, falou sobre esta decisão histórica que transformou para sempre o futebol europeu.

Dez anos depois da decisão histórica sobre o caso Bosman, que mudou para sempre o futebol europeu, o Director-Executivo da UEFA, Lars-Christer Olsson, sublinhou esta terça-feira em Bruxelas a forma como o organismo responsável pelo futebol europeu se adaptou às mudanças impostas pelo Tribunal Europeu de Justiça a 15 de Dezembro de 1995.

Relatório à União Europeia
Olsson encontrou-se com os jornalistas em Bruxelas, depois de numa reunião em Leipzig, na semana passada, o presidente da FIFA, Joseph S Blatter, ter proposto que a UEFA assuma a liderança na discussão de todas as matérias que digam respeito à União Europeia (UE) e ao futebol europeu. Em consequência dessa decisão, Lars-Christer Olsson, em conjunto com Urs Linsi, Secretário-Geral da FIFA, vai presidir a um relatório sobre este deporto, cujas conclusões serão apresentadas à UE no próximo mês de Junho.

"Enorme impacto"
Como aconteceu num momento de grande expansão comercial do futebol, as implicações da lei Bosman foram muito grandes, pois os jogadores começaram a negociar os seus próprios contratos e os clubes das Ligas europeias mais importantes começaram a ter cada vez mais atletas de outros países europeus. "O carácter específico do desporto foi suplantado pelas regras comerciais", afirmou Olsson. "Ninguém poderá negar o enorme impacto que a lei Bosman teve no futebol europeu".

Detalhes do caso
O jogador belga Jean-Marc Bosman recorreu aos tribunais porque o RFC Liège não lhe permitia transferir-se para os franceses do USL Dunkerque sem receber uma contrapartida financeira. Como resultado da decisão do tribunal, os jogadores em final de contrato passaram a poder transferir-se livremente entre clubes da UE. Esta decisão implicou também o fim da regra 3+2, que existia entre a UEFA e a União Europeia e que permitia aos clubes utilizar nas competições europeias três jogadores estrangeiros e dois "assimilados". A partir de então, os clubes deixaram de ter limites à utilização de futebolistas provenientes de outros países da União Europeia.

Formação sem sentido
"A abolição da regra 3+2 foi ainda mais importante do que a liberdade de transferências", explicou Olsson. "Levou a que a formação e o treino deixassem de fazer sentido. Os clubes que tinham acesso às grandes receitas, provenientes das transmissões televisivas, passaram a roubar os clubes mais pequenos, que eram os verdadeiros formadores de jogadores e produtores de talento. Compravam os atletas não só para ficarem mais fortes, mas também para enfraquecer os adversários".

Perda de valores
"Ao longo deste processo perderam-se os valores tradicionais do desporto e, em consequência disso, um pequeno grupo de clubes, sem verdadeira ambição social ou educacional, mas com sucesso comercial e preocupação centrada no espectáculo, assumiram a liderança do desenvolvimento do futebol dos clubes. Nós queremos alterar isto".

"Inclusão social"
"Somos da opinião que a formação e o desenvolvimento de talentos, assim como o assumir das responsabilidade na sociedade em que estamos integrados, devem ser recompensados. Devemos combater o racismo e a discriminação e trabalhar para a inclusão social. Estas tarefas não são assumidas pelos clubes de elite, mas sim por aqueles que trabalham no futebol de formação".

"Temas comuns"
Como exemplos de iniciativas que a UEFA tomou com este objectivo, Olsson destacou o sistema de licenciamento de clubes da UEFA, o marketing centralizado da UEFA Champions League e o projecto de jogadores formados localmente. "Todos têm temas comuns: solidariedade, desportivismo, incentivo à formação e treino dos jogadores", concluiu.

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