2007-até à data: Início de uma nova era
quinta-feira, 30 de junho de 2005
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Em Janeiro de 2007 a UEFA entrou numa nova era. Michel Platini, um dos melhores jogadores do Mundo na década de 1980, foi eleito Presidente da UEFA no XXXI Congresso Ordinário, realizado em Düsseldorf. Na mesma altura, Lennart Johansson tornou-se Presidente Honorário da UEFA após 17 anos a servir de forma extraordinária o futebol europeu.
Michel Platini chegou à Presidência da UEFA após uma brilhante carreira de jogador a nível de clubes, no AS Nancy-Lorraine, AS St.Etienne e Juventus, tendo sido eleito três vezes Melhor Jogador do Ano na Europa. Platini marcou 48 golos em 71 internacionalizações pela selecção francesa, tendo-se sagrado campeão europeu em 1984, na qualidade de capitão de equipa do país organizador. Foi seleccionador francês entre 1988 e 1992, fazendo uma transição para o papel de político e dirigente do futebol, ocupando o cargo de co-presidente do comité de organização do Campeonato do Mundo de 1998, que teve lugar em França.
As evoluções na UEFA e no futebol europeu continuaram a bom ritmo. Em Abril de 2007, o Comité Executivo da UEFA decidiu atribuir a organização da fase final do UEFA EURO 2012™à Polónia e à Ucrânia. Esta decisão leva a que, pela terceira vez, o Europeu seja organizado por dois países, tal como aconteceu com a Bélgica e a Holanda, em 2000, e com a Áustria e a Suíça, em 2008.
No X Congresso Extraordinário da UEFA, que decorreu em Zurique, em Maio de 2007, foram feitas alterações estatutárias que, entre outras coisas, levaram à criação de um Conselho Estratégico para o Futebol Profissional dentro da UEFA, que reúne vice-presidentes da UEFA e os representantes de clubes europeus, Ligas e jogadores. Para além disto, o Secretário-Geral voltou a ser o responsável máximo pela administração da UEFA. A 1 de Junho de 2007, David Taylor, antigo director-executivo da Federação Escocesa de Futebol, tomou posse como novo Secretário-Geral da UEFA para liderar a organização rumo a um futuro fascinante. Gianni Infantino foi nomeado Secretário-Geral adjunto de David Taylor. Em conjunto com uma administração leal e forte, a equipa de líderes tem tido a paciente tarefa de colocar a UEFA no rumo certo para os próximos anos.
A presidência de Michel Platini começou com um apelo no Congresso Extraordinário de Zurique, em Maio, ao final dos conflitos que afectam a saúde do futebol. A criação de um Conselho Estratégico para o Futebol Profissional foi visto por Michel Platini como "um passo crucial na união de todas as famílias do futebol. Faço um apelo oficial aos maiores e mais importantes clubes do futebol europeu para se juntarem a todos os outros emblemas num diálogo proveitoso, produtivo e democrático com os outros membros da família do futebol europeu", afirmou. "A porta da UEFA está aberta – juntem-se a nós e prometo que não ficarão desiludidos".
A criação da Associação Europeia de Clubes (ECA) e a assinatura, em Janeiro de 2008, de um Memorando de Entendimento entre o novo organismo, que representa os interesses dos clubes europeus, e a UEFA, a organização que tutela o futebol no velho continente, abriu caminho para o regresso da harmonia entre a UEFA e os clubes de futebol. O Memorando de Entendimento prevê que todos os quatro anos a UEFA distribua parte das receitas dos Campeonatos da Europa pelos clubes que contribuíram para o êxito da realização do Europeu. O diálogo continuou a produzir frutos e no Outono de 2007 foi assinado um Memorando de Entendimento com a secção europeia do sindicato de jogadores profissionais, a FIFPro.
O diálogo produtivo entre a UEFA e todos os parceiros do futebol também levou a alterações no formato das competições europeias de clubes, que foram aprovadas pelo Comité Executivo da UEFA em Novembro. Entre 2009 e 2012, 22 equipas terão acesso directo à fase de grupos da UEFA Champions League, que será disputada por 32 clubes, - os terceiros classificados das Ligas cujas federações estão classificadas entre o primeiro e o terceiro lugar do "ranking", bem como os campeões dos países entre o décimo e o 12º posto - em vez das anteriores 16, com a final da prova a ser disputada num sábado, a partir de 2010. Para a época 2009/10, a respeitada Taça UEFA foi substituída pela UEFA Europa League, que conta com uma fase de grupos de 48 equipas e que tem como objectivo o aumento da competitividade e maior expressão comercial, assumindo-se como a segunda maior competição de clubes da Europa.
Em termos de selecções nacionais, a fase final do UEFA EURO 2008, organizado pela Áustria pela Suíça, revelou-se um enorme sucesso, tanto em termos comerciais, como desportivos. Além disso, quando o trabalho preparatório para o Europeu de 2008 estava no seu ponto alto, a UEFA já olhava mais à frente, mais concretamente para a Europa de Leste, pois o Comité Executivo atribuiu a organização da fase final do UEFA EURO 2012 à Polónia e à Ucrânia. Em Setembro de 2008, o Comité Executivo da UEFA decidiu alargar a fase final do Campeonato da Europa de 16 para 24 selecções, a partir da edição de 2016, no que foi encarada como a evolução natural do futebol europeu de selecções. Em Maio de 2010, França foi eleita pelo Comité Executivo da UEFA para receber o UEFA EURO 2016.
A UEFA continuou a lutar de forma incasável em prol de várias causas para o bem-estar do futebol. Foi instaurada uma política de "tolerância zero" no que diz respeito à violência e ao racismo em particular. A responsabilidade social não é uma expressão vã para a UEFA. Está a ser dado um apoio crucial à Rede Pan-Europeia Contra o Racismo no Futebol (FARE), e o apoio da UEFA às vítimas de minas terrestres foi o ponto fulcral do trabalho com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) no UEFA EURO 2008. Tem sido ainda dado apoio aos jogadores sem-abrigo, deficientes e com dificuldades de aprendizagem, assim como aos jovens que vivem em regiões de conflito. Para além disto, as 53 federações filiadas têm vindo a beneficiar do ambicioso programa HatTrick.
A lista de trabalhos a decorrer parece interminável. O intenso diálogo político e diplomático com a União Europeia continua em diversas áreas. A UEFA também está atenta aos adeptos e em 2007 teve lugar um encontro inédito entre grupos de adeptos e o organismo responsável pelo futebol europeu, pois a UEFA quer estar perto do público, que é a alma da modalidade. A batalha contra o doping, a corrupção e as apostas ilegais no futebol não pára. A guerra contra o doping - com análises ao sangue dentro e fora da competição - foi levada a cabo no UEFA EURO 2008 pela primeira vez. A luta contra a corrupção e apostas ilegais prossegue o seu caminho, tendo culminado com a criação do Sistema de Detecção à Fraude e Apostas, reforçada em 2009, com mais de 29.000 jogos analisados todas as épocas. Em Setembro de 2009, o Comité Executivo aprovou o conceito de Fair Play Financeiro, com o objectivo de melhorar a justiça financeira em toda a Europa. Na UEFA Champions League e na UEFA Europa League foram introduzidos dois novos árbitros na UEFA Europa League, com o objectivo de assistir o juiz principal nas decisões mais importantes. Os árbitros de topo do futuro recebem agora indicações valiosas do Centro de Excelência de Arbitragem da UEFA (CORE), em Nyon, que foi lançado no Verão de 2010.
A campanha Respeito, que foi criada por Michel Platini antes do início da fase final do Campeonato da Europa de 2008, procura promover o respeito entre jogadores, treinadores, árbitros e adeptos, tendo sido uma constante ao longo do torneio. A sua exposição nas cidades anfitriãs contribuiu para uma atmosfera alegre e de sã convivência dentro e fora dos relvados na Suíça e Áustria. Como consequência da sua aceitação positiva, a campanha Respeito foi estendida a todas provas e eventos da UEFA. A mensagem da UEFA passa por transmitir um sinal de respeito pelas diferenças que enriquecem a Europa, com especial atenção no racismo, violência, xenofobia e homofobia, bem como dar todo o apoio necessário aos nossos parceiros para promoverem o desporto para pessoas com deficiência.
Em Setembro de 2009, o Comité Executivo da UEFA reformulou a estrutura das operações comerciais e de marketing da UEFA, tendo aprovado a criação de uma nova empresa detida na totalidade pelo órgão que tutela o futebol europeu. A nova empresa - UEFA Events SA - será responsável pelas operações comerciais e negociais da UEFA. David Taylor foi nomeado como chefe executivo dessa nova empresa a 1 de Outubro de 2009. O secretário-geral adjunto Gianni Infantino foi nomeado Secretário-Geral da UEFA, tendo assumido o cargo na mesma data.
A UEFA trabalha de acordo com 11 valores-chave – apropriadamente o mesmo número que numa equipa de futebol – que deveriam servir como base para as actividades do organismo e diálogo, em nome do futebol europeu, com o mundo político, económico, social e desportivo. Michel Platini apresentou os 11 valores-chave no seu discurso durante o XXXIII Congresso Ordinário em Copenhaga, Dinamarca, em Março de 2009. Os 11 valores-chave cobrem a totalidade das actividades da UEFA – desde a unidade e liderança, passando pela boa governação e autonomia, até à protecção dos jovens e educação, integridade desportiva e "fair play" financeiro – com a promessa de que o futebol estará sempre em primeiro lugar em todas as acções da UEFA.
A 22 de Março de 2011, no XXXV Congresso Ordinário da UEFA, em Paris, Michel Platini foi reeleito por aclamação para um segundo mandato de quatro anos. O Presidente da UEFA indicou a luta contra a corrupção, o "fair play" financeiro e a necessidade de proteger os valores essenciais do futebol para as futuras gerações como as suas principais prioridades para o período que aí vem.
Após cinco décadas de existência, a voz da UEFA continua a ouvir-se bem alto, orgulhosa e nítida, continuando a trabalhar sempre com o pensamento no bem-estar do futebol