Henry contra a intolerância
terça-feira, 24 de maio de 2005
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Thierry Henry juntou-se a um vasto grupo de jogadores de topo que lutam contra o racismo no futebol.
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Por Kevin Ashby e Mark Chaplin
Thierry Henry, avançado do Arsenal FC e da selecção francesa, é um exemplo típico de uma grande estrela que apoia a campanha para erradicar o racismo do futebol.
Apoio das estrelas
A UEFA e um dos seus maiores parceiros de caridade, a Rede Pan-Europeia Contra o Racismo no Futebol (FARE), bem como outras organizações, estão fortemente empenhadas nesta campanha e sabem que a ajuda dos melhores jogadores do mundo é fundamental para apoiar o grande esforço que está a ser feito.
"Stand Up, Speak Up"
Henry tem sido o principal impulsionador da campanha contra o racismo "Stand Up, Speak Up", e recebeu o apoio de outras estrelas para a divulgação da mensagem contra o racismo. "Às vezes as pessoas pensam que os futebolistas não têm ideias ou não conseguem tomar decisões, mas esta ideia é minha e não uma acção de marketing", afirmou ao uefa.com. "Fui vítima de racismo. Pensei que seria fácil reunir o apoio de outros jogadores famosos, pois os atletas de futebol podem ser mais poderosos do que os políticos e as autoridades".
A solução de Henry
Henry tem uma solução para calar os racistas. "Eu nunca perdi a calma" explicou. "Tento sempre fazer o melhor, embora nem toda a gente o consiga. Se perdesse o controlo, deixaria a minha equipa reduzida a dez jogadores e também eu me sentiria mal comigo próprio. Esta não é a solução. O único caminho é marcar golos. Basta olhar para as multas que são aplicadas pelos actos de racismo. É como apanhar um ladrão e dizer-lhe 'não volte a fazer isto'. Pensam que ele não voltará a roubar?
Banir os desordeiros
"É impressionante como a situação mudou em Inglaterra. Antigamente as pessoas tinham medo, sendo que as mulheres e as crianças não iam aos jogos por causa da violência. Agora, se alguém fizer algo negativo, a segurança expulsa os desordeiros, que são banidos dos estádios para sempre. Se virmos alguém a ser banido, isso funciona como um incentivo para não violarmos as regras. Esta pode ser a solução: banir os desordeiros para sempre e os actos não se voltarão a repetir".
Afastar o racismo
"Se alguém expressar a sua opinião com um cartaz na rua e for visto pela polícia, essa pessoa será presa", concluiu Henry. "Se assim é, não vejo porque é que alguém deve ter o direito de o fazer num estádio, que é um lugar onde as pessoas vão para assistir a um jogo? Não é um lugar para manifestações políticas ou racistas. Os adeptos podem expressar opiniões contra o Arsenal, mas as mensagens racistas não devem ser permitidas. Se isto é reprimido nas ruas, a polícia também deve fazer o mesmo nos estádios".
Empenhado
Com Henry tão empenhado no combate ao racismo como em marcar golos, a exigência subiu na tentativa de afastar do futebol aqueles que tanto fazem para o destruir.