Regras alteradas
sexta-feira, 4 de março de 2005
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A partir da próxima temporada, os árbitros vão poder mostrar cartões amarelos ou vermelhos depois do final das partidas.
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Por Andrew Warshaw
Uma das regras mais antigas do futebol é que a decisão do árbitro é final. Mas... e se acontecer alguma incidência depois do seu derradeiro apito?
Nova regra
Até agora, os árbitros nada podem fazer depois de terem terminado a partida. A lei prevê que logo que o juiz da partida dê o derradeiro apito, este não poderá alterar uma decisão.
Mais autoridade
Mas agora a lei mudou. A partir da próxima temporada, o árbitro vai poder mostrar cartões vermelhos ou amarelos até à altura em que sair do campo. Esta regra tem o objectivo de acabar com todo o tipo de discussões, empurrões e outras querelas que muitas vezes ocorrem após o apito final.
Dez jogos
A Federação Inglesa de Futebol já advertiu os clubes para o facto de incorrerem em multa caso os seus jogadores, de alguma forma, desrespeitem os árbitros. Esta semana, por exemplo, o jogador do Southampton FC, David Prutton, foi suspenso por dez jogos por ter empurrado o árbitro depois da sua expulsão no jogo do fim-de-semana passado, frente ao Arsenal FC.
"Alteração importante"
O acto de Prutton ocorreu durante os 90 minutos, mas, muitas vezes, acontecem depois do jogo, altura em que os jogadores sabem que não podem ser sancionados. Assim, o International Football Association Board (IFAB), o órgão que regulamenta as regras do jogo, decidiu alargar o poder dos árbitros, dando-lhes a possibilidade de mostrarem cartões após o apito final em vez de apenas mencionarem os incidentes no relatório de jogo. "É uma alteração importante", disse Jim Boyce, presidente da Federação Irlandesa de Futebol. "Esperemos que, com esta medida, acabem muitas situações desagradáveis que acontecem no final dos encontros".
Outra alteração
Outra importante alteração diz respeito à introdução da regra que impede os jogadores de perturbarem a efectivação dos lançamentos de linha lateral. Esta proposta foi feita pela federação escocesa e tem por objectivo impedir que os adversários tentem dificultar a reposição da bola em jogo. Esta prática acontece com frequência em muitos estádios na Europa. A partir da próxima temporada, os jogadores terão de estar afastados, pelo menos, dois metros da linha lateral, sob pena de serem admoestados com o cartão amarelo.
Testes no Perú
No entanto, o principal tema da reunião do IFAB na semana passada, envolveu a introdução, a título experimental, de uma bola com um microchip que vai possibilitar verificar se o esférico ultrapassou totalmente a linha de baliza. Esta inovação vai ser usada pela primeira vez no Campeonato do Mundo de Sub-17, a disputar-se no Perú.
Punir jogo faltoso
Na constante procura de "limpar" o jogo, o órgão que regulamenta o jogo continua a dar passos rumo à defesa dos intervenientes e na punição do jogo faltoso. Até à data, apenas os desarmes por trás, eram considerados 'jogo violento', mas esse classificação vai ser alargada, a partir do próximo Verão, aos desarmes feitos de forma perigosa, pela frente ou de lado.
Ajudar os árbitros
"Qualquer coisa que ajude os árbitros a controlar situações complicadas em campo e que clarifique a lei no que respeita às faltas, só pode ser bem-vinda", disse o director executivo da federação inglesa, Brian Barwick.
Mudança
Nem todas as inovações, no entanto, resultam na prática. A IFAB decidiu que não haverá mais penalizações de avançar a bola dez metros nos livres directos para os jogadores que discutam com os árbitros. Esta medida, copiada do râguebi, tem sido usada em Inglaterra há quatro anos, mas foi agora considerada desajustada.
Única voz contra
O líder da federação inglesa, David Davies, não escondeu a sua decepção ao assistir ao final desta regra. "Temos sido a única voz contra neste assunto, mas, aparentemente, esta regra não foi entendida por todos aqueles que não fazem parte do mundo ligado ao râguebi", disse.