1995: Alemanha confirma superioridade
domingo, 26 de março de 1995
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O início do domínio alemão sobre a Suécia aconteceu na final da edição de 1995.
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Apesar de o Campeonato Europeu de Futebol Feminino de 1995 ter registado um número recorde de nações participantes, as candidatas pareciam ser, uma vez mais, as suspeitas do costume - a Noruega, campeã em título, a Itália, vice-campeã em 1993, a bi-campeã Alemanha, a Suécia, primeira selecção a erguer o ceptro, e a Inglaterra, cuja nova Premier League tinha conhecido um desenvolvimento assinalável.
O tempo de jogo foi aumentado, de duas partes de 40 minutos para 90 minutos, o que, adicionado à presença de várias selecções estreantes, conduziu a alguns resultados volumosos na fase de qualificação. A Alemanha apontou 55 golos e não sofreu nenhum nos seis jogos de qualificação, enquanto que a Eslovénia perdeu duas vezes por 10-0 com a Inglaterra e sofreu uma derrota recorde, ao ser batida, por 17-0, pela Espanha, eliminada pelas inglesas não obstante não ter perdido nenhum encontro.
Noruega, Rússia, Dinamarca, Suécia, Inglaterra e Alemanha apuraram-se sem qualquer desaire, mas os dois restantes grupos foram muito disputados. A Itália venceu o Grupo 6 mas foi surpreendentemente derrotada, por 2-1, em casa, pela selecção de Portugal, na derradeira partida de qualificação. O resultado abria as portas da qualificação à França, que ultrapassaria as transalpinas caso conseguisse vencer por nove golos de diferença a Escócia, três meses depois. No entanto, as gaulesas apenas conseguiram triunfar por 3-0 e a Itália seguiu em frente. O Grupo 8 foi ganho pela Islândia, graças a um triunfo, por 1-0, na Holanda.
Todavia, as islandesas tiveram vida mais difícil nos quartos-de-final, perdendo ambos os jogos pelo mesmo parcial, 2-1, frente à Inglaterra. Numa reedição da final de 1993, a Noruega superiorizou-se à Itália, vencendo por 3-1 fora e por 4-2 em Oslo, enquanto que a Alemanha, após um triunfo por 1-0 na Rússia, sentenciou o apuramento em casa, ao vencer por 4-0. No outro duelo, Dinamarca e Suécia encontraram-se pela terceira vez nos quartos-de-final, sendo que, no passado, registavam uma vitória cada. As dinamarquesas, bem sucedidas em 1992, ganharam vantagem em Hjorring, no jogo da primeira mão, graças a um triunfo por 2-0, mas três golos apontados na primeira metade da partida disputada em Malmo deram às suecas o apuramento, com um resultado de 3-2 no cômputo da eliminatória.
Com o segundo Campeonato do Mundo de Futebol Feminino agendado para o Verão, na Suécia, as meias-finais passaram a ser disputadas a duas mãos no Inverno, com o jogo da final a ter lugar em Março. A Alemanha eliminou facilmente a Inglaterra, ao vencer por 4-1 em Watford e 2-1 em Bochum, mas a Suécia esteve envolvida numa disputa emocionante com a Noruega, a sua eterna rival.
A Noruega tinha batido a Suécia na final de 1987 e nas meias-finais de 1989, e tentava manter o orgulhoso recorde de ter atingido a final em todas as edições. Apesar de ter estado por três vezes em desvantagem no encontro da primeira mão, disputado em Kristiansand, o golo de Anita Waage, apontado no derradeiro minuto, permitiu-lhe uma vantagem de 4-3. E quando Linda Medalen colocou a Noruega na frente, aos 28 minutos do jogo da segunda mão, disputado uma semana depois em Jonkoping, tudo parecia voltar a rolar sobre esferas para as norueguesas.
No entanto, a entrada, ao intervalo, da atacante Lena Videkull marcou o ponto da viragem para o lado da Suécia, que empatou oito minutos após o reatamento, por intermédio de Ulrika Kalte. A anfitriã Noruega continuava vulnerável e dois golos de Videkull, aos 59 e 61 minutos, deixaram as suecas no comando. A suplente consumou o "hat-trick" e o triunfo da Suécia a 14 minutos do final.
A final de Kaiserslautern acolheu uma multidão de 8,500 espectadores e, aos seis minutos, Malin Andersson colocou a Suécia na dianteira. Os adeptos da casa não tinham razões para ficarem tão preocupados, uma vez que, pouco depois da meia-hora de jogo, Maren Meinert restabeleceu a igualdade, e aos 65 minutos a estreante Birgit Prinz, de apenas 17 anos de idade, deu às germânicas uma vantagem que não mais deixariam escapar.
A sete minutos do final, Bettina Wiegmann fez o 3-1 e, não obstante Anneli Andelen-Andersson reduzir a desvantagem, a Alemanha susteve o ímpeto do ataque sueco e conquistou o terceiro título europeu. Entretanto, em Junho, a Noruega, campeã destronada, recebia um belo prémio de consolação, ao bater a Alemanha em Estocolmo para se tornar na primeira selecção europeia a vencer o Campeonato do Mundo.