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Israel de luto pelo inovador Scheffer

Obituários

Mordechai Spiegler e Itzahak Shum não pouparam elogios a Emmanuel Scheffer, o treinador que conduziu Israel à única participação na fase final de uma grande competição, e que morreu aos 89 anos.

A selecção de Israel antes de defrontar o Uruguai no Campeonato do Mundo de 1970
A selecção de Israel antes de defrontar o Uruguai no Campeonato do Mundo de 1970 ©Getty Images

Emmanuel Scheffer, o treinador que levou Israel à fase final do Campeonato do Mundo de 1970, morreu esta sexta-feira, aos 88 anos, e as homenagens surgem de todos os quadrantes.

Scheffer nasceu numa região que, em 1924, pertencia à Alemanha e emigrou para Israel com 26 anos, tendo representado o Hapoel Haifa FC e o Hapoel Kfar-Saba FC, um clube que também treinou. Mas será sempre recordado como um treinador inovador, com a abordagem moderna do treino físico a render dividendos no México em 1968 e em 1970.

Tudo começou no Torneio de Futebol nos Jogos Olímpicos de 1968, onde o seleccionador, que tinha assumido o cargo há pouco tempo, conduziu Israel até aos quartos-de-final, onde foi afastado pela Bulgária num desempate por moeda ao ar. Dois anos depois conseguiu uma proeza ainda mais sensacional, ao regressar ao México para participar no Campeonato do Mundo, possibilitando a Israel a única participação na fase final de uma grande competição internacional até à actualidade.

Os israelitas surpreenderam pela positiva, ao empatarem com a Suécia e com a campeã europeia Itália, mas a derrota por 2-0 na estreia com o Uruguai acabou por ser comprometedora. Mordechai Spiegler, que marcou o único golo de Israel numa fase final, recordou: "Conseguiu levar-nos ao topo do futebol. Penso que nunca ninguém conseguirá repetir aquilo que alcançou e a forma como o fez. Era um líder especial e trouxe o profissionalismo ao futebol de Israel."

Itzahak Shum, que também jogou nessa equipa e é actual seleccionador de Israel, destacou a visão de Scheffer. "Ele já sabia há 45 anos aquilo que só começámos a perceber agora", destacou. "Foi um inovador e insistiu em fazer três treinos por dia, uma exigência que duvido que os jogadores actuais aceitassem. Foi uma honra ter sido treinado por ele."

Scheffer deixou o cargo em 1970, mas regressou para comandar a selecção por mais dois anos em 1978. O presidente da Federação Israelita de Futebol, Avi Luzon, reconhece que o treinador justificou os resultados que conseguiu. "Não é coincidência que ninguém tenha conseguido repetir as proezas de Scheffer. Ele acreditava no trabalho e isso permitiu que tenha sido um dos grandes nomes do futebol israelita."

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