Antevisão da meia-final: Espanha - Cazaquistão
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
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Seis vezes campeã, a Espanha procura recuperar o título perdido na última edição mas, para tal terá de ultrapassar, nas meias-finais, o estreante Cazaquistão, que não contará com o guarda-redes Huguita.
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Corpo do artigo
- Onde ver a fase final
- Corrida pela Bota de Ouro
- Outra meia-final de quinta-feira: Sérbia - Rússia (17h30)
- Sábado: "Play-off" do terceiro lugar (17h30), Final (20h00)
Defrontar a seis vezes campeã Espanha na meia-final de quinta-feira seria sempre uma missão muito complicada para o estreante Cazaquistão, mas a tarefa assume contornos de "improvável" face à ausência do seu jogador-chave.
A ascensão do Cazaquistão e do duas vezes vencedor da UEFA Futsal Cup, Kairat Almaty, sob o comando técnico de Cacau deve muito ao papel desempenhado pelo guarda-redes Higuita, cuja capacidade para actuar como jogador de campo e ajudar na posse de bola por longos períodos se tem revelado preponderante. Contudo, Higuita viu o seu segundo cartão amarelo no torneio por ocasião do sensacional triunfo por 5-2 sobre a campeã Itália nos quartos-de-final, ficando dessa forma suspenso para o embate ante a Espanha.
Chingiz Yesenamanov também saiu lesionado dessa partida e vai falhar o encontro, algo que reforça a ideia de que a Espanha tem tudo para prevalecer. Os espanhóis foram derrotados pela Rússia nesta fase da prova há dois anos, colocando dessa forma um ponto final num reinado de nove anos como campeões, mas têm impressionado pela positiva em solo sérvio, especialmente na vitória de segunda-feira nos quartos-de-final, frente a Portugal, a quem de nada valeram os dois golos de Ricardinho.
Voz aos treinadores:
José Venancio López, seleccionador da Espanha
Vai ser um jogo muito difícil para nós. O Cazaquistão está nas meias-finais por mérito própro e eles têm feito um torneio muito interessante. Cacau é um grande estratega e tenho a certeza que ele vai fazer uso de todos os pontos fortes da sua equipa no jogo de amanhã.
Eles tentam sempre ao máximo controlar os seus jogos e contra nós vai acontecer exactamente o mesmo, mesmo que não possam contar com o Higuita. Eles vão tentar esperar pelo momento certo para nos surpreender. Higuita não vai jogar, mas de certeza que o Cacau irá apresentar uma surpresa contra nós. O que vamos ter de fazer é estar muito bem preparados, de forma a evitarmos sermos surpreendidos. Ao mesmo tempo, será igualmente necessário da nossa parte aproveitarmos todas as oportunidades que surgirem para chegarmos ao golo.
Cacau, seleccionador do Cazaquistão
Defrontar a Espanha com o Higuita já seria sempre muito difícil, mas sem ele torna-se ainda mais complicado. Não ter o Higuita significa muito mais do que perder o jogador-chave do nosso jogo ofensivo, significa não contar com o melhor guarda-redes do planeta. Não há como fugir disso, mas vamos ter de continuar a acreditar no nosso trabalho e na nossa qualidade.
É claro que a Espanha é favorita, mas por vezes os resultados aparecem quando se trabalha arduamente e bem. Higuita é o jogador que torna a nossa equipa diferente das demais, mas temos alternativas para a sua ausência e vamos ver isso mesmo amanhã. Posso assegurar desde já que não vamos deixar de jogar o nosso habitual futsal de cinco contra quatro. Essa é a minha estratégia de jogo e não a vou mudar só porque o Higuita não pode jogar. Não tenho medo de jogar dessa forma. Não tive medo contra a Itália e não vou ter medo contra a Espanha. Já venci muitos troféus na minha carreira, incluindo duas edições da UEFA Futsal Cup com o Kairat, mas a vitória frente à Itália foi a mais importante para mim. Bater o campeão da Europa com o Cazaquistão... nada chega a isso.
A Espanha é muito perigosa nas bolas paradas e especialmente forte quando se vê em vantagem no marcador. Quando tal acontece, nenhuma outra equipa no Mundo é tão boa a gerir os jogos como eles. Vamos ter de fazer tudo para evitar isso. Temos de marcar primeiro tal como fizemos contra a Itália.
Percurso até às meias-finais
Espanha: Hungria 5-2, Ucrânia 4-1 (vencedora do Grupo B), Portugal 6-2
Cazaquistão: Rússia 1-2, Croácia 4-2 (segundo do Grupo C), Itália 5-2
Confronto directo: Em dois jogos, a Espanha venceu ambos, marcando 12 golos e não sofrendo nenhum.
Factores-chave
- Como irá o Cazaquistão fazer face à ausência de Higuita? O guarda-redes não é apenas importante entre os postes, mas também determinante quando a equipa está na posse da bola e na construção do seu jogo atacante.
- A confirmar-se, a lesão de Yesenamanov complica ainda mais as coisas para o Cazaquistão, que tem apostado quase exclusivamente em seis ou sete jogadores ao longo do torneio. Yesenamanov é fundamental no ataque da equipa, algo que ficou bem patente frente à Itália.
- A Espanha ainda não mostrou fraquezas em qualquer sector, denotando ser especialmente letal sempre que se acerca da baliza contrária. Paco Sedano tem estado entre os melhores guarda-redes em Belgrado e, mesmo com a equipa completa, o Cazaquistão iria ter sempre muitos problemas frente aos espanhóis.
- Isto não é território completamente novo para o Cazaquistão: antes de se juntar à UEFA, o país alcançou duas meias-finais do Campeonato Asiático de Futsal em 1999 e em 2000, antes de ser finalista vencido no ano seguinte.
Jogadores a seguir
Espanha: Alex – com tantas lesões no ataque na antecâmara do torneio, alguns interrogaram-se como iria a Espanha solucionar esse problema, mas tal não se tem vindo a sentir, com a veia goleadora de Alex em destaque.
Cazaquistão: Grigori Shamro – O habitual guarda-redes suplente Shamro era titular antes da chegada de Higuita e da ascensão do Cazaquistão, mas nunca teve pela frente um desafio como este.
Falha a final final/"play-off" do terceiro lugar se admoestado
Espanha: Lin
Cazaquistão: Dinmukhambet Suleimenov, Chingiz Yesenamanov (Higuita estará disponível no sábado)