Ricardinho, Cecílio e Portugal suplantam ansiedade
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
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Ricardinho ficou feliz pelo golo 100 por Portugal, mas diz que pode dar muito mais; Fábio Cecílio salientou que o mais importante ficou garantido, apesar da ansiedade.
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Portugal bateu a Eslovénia por 6-2 no Grupo A do UEFA Futsal EURO 2016 e garantiu, desde já, a presença nos quartos-de-final da prova. Jorge Braz, Ricardinho e Fábio Cecílio admitiram todos que a equipa sentiu alguma ansiedade inerente ao primeiro jogo numa fase final, mas salientaram a justeza do resultado.
Jorge Braz, seleccionador de Portugal
Foi um típico jogo de estreia num EURO. Não nos mostrámos muito organizados na primeira parte. Queríamos muito começar a competir, até talvez um pouco demasiado, sendo que em várias ocasiões durante o primeiro tempo não nos sentimos confortáveis. Quando conseguimos isso, quando fomos capazes de acalmar e ter mais controlo sobre o jogo para fazermos aquilo que fazemos bem, praticar um futsal organizado, então o resultado começou a aparecer e penso que foi merecido. O resultado ao intervalo era justo e o resultado no fim também.
O ponto-chave foi conseguirmos acalmar e jogar o nosso futsal, tendo sido isso mesmo que disse aos meus jogadores ao intervalo. Apenas venho aqui (a uma fase final) de dois em dois anos e quero desfrutar ao máximo, de preferência os cinco jogos, num recinto fantástico e com uma atmosfera incrível. Temos de nos sentir confortáveis numa fase final do EURO e tenho a certeza que nos vamos sentir ainda melhor no sábado. Quando a nossa equipa percebeu isso, os golos começaram a aparecer.
Ricardinho, ala de Portugal
É mais do que correcto dizer que fomos traídos pela ansiedade na primeira parte. Parece que, por mais experiência que tenhamos, nunca estamos preparados para estar aqui e temos de começar à Portugal: a perder. Felizmente conseguimos dar uma grande resposta e virar o jogo a nosso favor. Nos últimos cinco minutos da primeira parte perdemos um pouco o controlo do jogo e entrámos um pouco no jogo mais físico da Eslovénia. Nesse particular não temos qualquer hipótese porque eles são muito mais fortes. Na segunda parte fomos mais inteligentes, subimos de rendimento e soubemos controlar o encontros nos momentos mais importantes.
É muito bonito dizer que temos de ganhar a todos se queremos ser campeões, mas eu prefiro ser sincero e dizer que é melhor sermos primeiros do nosso grupo e evitar a Espanha nos quartos-de-final. Se eles ficarem em primeiro no grupo deles, claro. O que queremos, acima de tudo, é sermos suficientemente fortes para batermos qualquer equipa que tenhamos de defrontar. Estou muito feliz com o meu golo 100 pela selecção, mas a verdade é que não fiquei muito feliz com a minha exibição. Acho que posso dar muito mais e sou um jogador que vai crescendo à medida que a competição vai avançando.
Fábio Cecílio, ala/pivô de Portugal
Antes de mais é importante referir que defrontámos uma grande equipa. Talvez tenhamos acusado um pouco a ansiedade da estreia durante a primeira parte do encontro, mas penso que reagimos bem e o resultado final atesta isso mesmo. Vamos lutar pelo primeiro lugar do grupo com a Sérvia, mas acho que ainda não é altura de fazer contas. Vamos pensar num jogo de cada vez, com a certeza que o pensamento é sempre o mesmo: vencer.
Estou muito feliz por ter marcado dois golos e logo no meu primeiro jogo numa fase final do EURO, mas eu estou aqui para ajudar o grupo de trabalho a atingir os seus objectivos. O mais importante é sempre a equipa e não as individualidades. Acho que ainda podemos fazer melhor, mas é crucial trabalharmos arduamente. Sem trabalho não se consegue nada.
Andrej Dobovičnik, seleccionador da Eslovénia
Não é agradável ser a primeira equipa a dizer adeus ao torneio e é óbvio que não atingimos os nossos objectivos neste EURO. Se pudermos rodar mais de seis jogadores, então tudo se torna um pouco mais fácil. No entanto, tal não é o caso para uma equipa como a Eslovénia. O nosso banco de suplentes não é suficiente e é complicado disputar dois jogos muito intensos quase sempre com os mesmos jogadores. Mas também provámos contra Portugal que podemos jogar de igual para igual contra as melhores equipas, ainda que a Eslovénia seja uma selecção quase inteiramente amadora. Não podemos lamentar agora estas duas derrotas. Dei os parabéns aos meus rapazes pelo seu desempenho. O nosso próximo objectivo passar por nos apurarmos para o Campeonato do Mundo e vamos ver quais são as nossas hipóteses após o sorteio da próxima semana, aqui em Belgrado.
Alen Fetič, pivô da Eslovénia
É óbvio que estamos desiludidos, uma vez que o nosso primeiro objectivo era o apuramento para os quartos-de-final. No entanto, temos de estar contentes com a nossa abodagem, em especial nas duas primeiras partes dos nossos jogos. Falta de sorte e muitas lesões podem constituir as únicas desculpas para o nosso rápido adeus à prova. Contra Portugal jogámos muito bem até sofrermos o terceiro golo, mas a partir desse momento a diferença de qualidade e o melhor jogador do Mundo, Ricardinho, tornaram o encontro mais fácil para Portugal, sem dúvida a melhor equipa do nosso grupo. Temos de levantar as nossas cabeças, até porque há uma qualificação para o Campeonato do Mundo muito em breve. Quero agradecer a todos os eslovenos que vieram a Belgrado apoiar-nos.