Cary apostado em dar o último passo

O convincente triunfo de Portugal sobre o Azerbaijão, por 4-1, na sua estreia no Grupo D do UEFA Futsal EURO 2012, na quarta-feira, terá certamente funcionado com um sério aviso para a concorrência no que diz respeito à intenção dos comandados de Jorge Braz em fazerem ainda melhor do que há dois anos, quando foram batidos pela Espanha na final.

Portugal nunca olhou para trás depois de marcar dois golos madrugadores na Arena Zagreb e pode muito bem já estar apurado para os quartos-de-final antes sequer de entrar em campo no domingo para medir forças com a Sérvia, caso esta não seja derrotada esta noite pelo Azerbaijão. Tal cenário contrastará com o que se passou em 2010, quando apenas ultrapassaram a fase de grupos devido à diferença de golos, na sequência de um empate ante a Bielorrússia e de uma derrota contra a Espanha. Porém, Pedro Cary sabe que desta feita a caminhada da sua equipa será bem mais espinhosa.

"Penso que este vai ser um Europeu diferente porque, passando a fase de grupos, vamos encontrar adversários muito complicados," disse Cary ao UEFA.com. "Queremos passar como líder do nosso grupo, mas já sabemos que vamos ter pela frente a Rússia ou a Itália nos quartos-de-final e depois, provavelmente, a Espanha nas meias-finais. Não vai ser nada como foi em 2010, onde defrontámos uma boa equipa da Sérvia, mas que não está habituada aos grande palcos, e depois um conjunto do Azerbaijão que tinha aparecido há pouco tempo na alta roda do futsal."

Portugal não perde há 19 jogos, com essa série a incluir dois empates contra a Espanha e outros tantos ante a Itália, pelo que a equipa das "quinas" parece mais do que à altura do desafio que tem pela frente. "Esta quinta-feira realizámos uma reunião e relembrámos que Portugal nunca tinha vencido o Azerbaijão e que nunca sequer tínhamos vencido o nosso primeiro jogo num Europeu," revelou o talentoso jogador do Sporting.

"Acho que isso são pontos positivos e aos quais temos de dar ênfase. A nossa responsabilidade neste torneio é grande, mas penso que isso é benéfico porque nos ajuda a crescer como jogadores."

Jorge Braz disse que a organização evidenciada por Portugal fez toda a diferença no jogo contra o Azerbaijão e Cary não podia estar mais de acordo, ainda que tenha acrescentado mais um ingrediente à receita do sucesso. "Fomos capazes de manter a nossa concentração durante toda a partida e isso é, na maior parte das vezes, a chave da vitória", sustentou o atleta de 27 anos de idade. "Estivemos organizados e é nesse caminho que queremos continuar.

"Somos uma potência mundial do futsal e estamos conscientes da responsabilidade que recai sobre os nossos ombros. A nós compete-nos treinar e jogar aquilo que sabemos para, dessa forma, agradar às pessoas que gostam de nos ver jogar", fez questão de frisar Cary.

"O jogo contra a Sérvia vai ser diferente porque eles têm bastante qualidade individual. O Azerbaijão tem muita qualidade de passe, mas penso que a Sérvia é mais energética e perigosa. Os duelos individuais vão ser decisivos e vamos ter de ser capazes de jogar no erro do adversário. Estou confiante que, com maior ou menor dificuldade, vamos prevalecer e obter uma nova vitória", rematou.