Novo formato, velho campeão
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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A Espanha conquistou o terceiro título ccontinental consecutivo num torneio com muitas novidades, disputado na Hungria, no qual Portugal atingiu pela primeira vez a final da prova.
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Pela primeira vez com 12 selecções presentes na fase final, em vez das tradicionais oito, dividido por duas cidades (Budapeste e Debrescen), com algumas surpresas e jogado sob uma inovadora superfície negra, terminou no sábado, na Hungria, o Campeonato da Europa de Futsal de 2010. No entanto, apesar de todas as novidades, uma coisa não mudou: o país vencedor.
A Espanha bateu Portugal por 4-2 no encontro decisivo na final, em Debrecen, conquistando assim o seu terceiro título europeu consecutivo, o quinto da sua história em sete edições da competição. A selecção espanhola começou com uma goleada de 9-1 sobre a estreante Bielorrússia e bateu depois Portugal por 6-1, no segundo encontro da fase de grupos. A Rússia ainda conseguiu travar a avalanche goleadora dos espanhóis nos quartos-de-final, mas acabou afastada no desempate por penalties depois de uma igualdade a zero no fim do tempo regulamentar. A Espanha ganhou, de seguida, à República Checa, por 8-1, nas meias-finais e reencontrou Portugal na final. Dominou a selecção lusa durante 37 minutos, antes de apanhar um pequeno susto perto do final, ainda assim insuficiente para a impedir de revalidar o ceptro. O guarda-redes Luis Amado, Kike, Daniel e o capitão Javi Rodríguez sagraram-se campeões europeus pela quarta vez, com os dois últimos a dizerem adeus à selecção da melhor forma, assinando o seu nome entre os autores dos golos da final. Contudo, o emergir de nomes como Lin e Juanra deixa a ideia de que o domínio espanhol não ficará por aqui.
Portugal apurou-se para a final pela primeira vez, apesar de não ter entrado bem na competição e de apenas ter seguido em frente no Grupo D graças à melhor diferença de golos em relação à Bielorrússia, selecção frente à qual se estreou com um empate 5-5. As exibições menos conseguidas na fase de grupos, bem como a ausência de Ricardinho, devido a lesão, pareceram ser esquecidas pelos lusitanos a partir dos quartos-de-final, onde bateram a Sérvia por 5-1. Nas meias-finais, Portugal deixou pelo caminho o Azerbaijão no desempate por penalties, após igualdade a três golos no tempo regulamentar. A Espanha acabaria por levar a melhor sobre os pupilos de Orlando Duarte na final, mas, com jovens jogadores como Bebé (que conquistou a titularidade na baliza a João Benedito após a fase de grupos), João Matos e Cardinal a afirmarem-se, certamente outras finais se seguirão.
Surpreendentes para muitos foram as campanhas das duas selecções derrotas nas meias-finais. O Azerbaijão jogava a primeira fase final de um torneio de selecções da UEFA, mas a sua carismática selecção, com o guarda-redes Andrey Tveryankin, de 42 anos, os talentosos Biro Jade e Thiago e o encorpado pivot Serjão, nascidos no Brasil, em destaque, mostrou-se à altura. Derrotou a Hungria e a República Checa, vencendo com facilidade o Grupo A, antes de afastar a Ucrânia nos quartos-de-final, após desempate por penalties. Na memória ficou a corrida de Tveryankin ao longo do campo, depois de defender a segunda grande penalidade, quando Rizvan Farzaliyev ainda não tinha convertido o penalty que haveria de confirmar o apuramento. A República Checa começou por ser derrotada frente ao Azerbaijão por 6-1 e viu-se a perder por 4-0 frente à anfitriã Hungria, num jogo que acabou por ganhar, de forma sensacional, por 6-5. Depois, nos quartos-de-final, protagonizou talvez o maior choque da prova ao afastar a favorita Itália nos penalties. Na retina ficou a astúcia com que os pupilos de Tomáš Neumann souberam utilizar o guarda-redes avançado nestes dois últimos jogos, embora tal estratégia de nada tenha servido frente à Espanha, nas meias-finais.
Itália e Rússia chegaram à Hungria como as principais concorrentes a destronar a campeã Espanha, mas quedaram-se ambas pelos quartos-de-final. Para os italianos foi mesmo a sua eliminação mais prematura da história. Quanto à anfitriã Hungria, a equipa da casa esgotou por duas vezes o pavilhão em Budapeste e levou os adeptos ao rubro, primeiro, e depois ao desespero, na intensa e emocionante partida com os checos. Adeptos que, apesar disso, continuaram a comparecer em bom número, acabando mesmo por bater o recorde do número total de espectadores numa fase final de um Campeonato da Europa de Futsal.