O que pode Conte dar à Itália?
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
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O UEFA.com reage à nomeação de Antonio Conte como seleccionador de Itália e explica os desafios que o antigo treinador da Juventus vai encontrar e o que poderá trazer aos "azzurri".
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Antonio Conte vai comandar a Itália na fase de qualificação para o UEFA EURO 2016, após assinar um contrato de dois anos para render Cesare Prandelli.
O treinador de 45 anos deixou surpreendentemente a Juventus em Julho, após três anos de enorme sucesso no comando da equipa. Conte jogou durante 13 anos no meio-campo da Juventus e foi contratado como treinador do clube em 2011, depois de promover AS Bari e AC Siena à Serie A em 2010/11 e 2008/09, respectivamente. Sétimo classificado na época anterior à sua chegada, a Juventus conquistou o "scudetto" na campanha de estreia de Conte, e sem qualquer derrota.
A "vecchia signora" confirmou a hegemonia na Serie A nas duas épocas seguintes, e temporada transacta estabeleceu um novo recorde no escalão principal, ao somar 102 pontos. Conte, que foi 20 vezes internacional pela Itália, vai substituir Prandelli, que abandonou o cargo após a eliminação na fase de grupos do Campeonato do Mundo de 2014.
Natural de Lecce, Conte vai fazer a estreia como seleccionador na região de Puglia, onde nasceu, num encontro particular com a Holanda, marcado para Bari a 4 de Setembro. Finalista vencida do UEFA EURO 2012, a Itália vai iniciar a campanha no Grupo H de qualificação cinco dias depois, na Noruega.
Porquê Conte?
Depois de cair na fase de grupos dos dois últimos Mundiais, a Itália tem pouca margem de erro e Conte é, sem dúvida, a opção mais segura. A Juventus estava numa situação semelhante quando recorreu ao treinador, pois tinha sido sétima classificada nas duas temporadas anteriores. Conte rapidamente transformou a equipa numa potência dominante, algo com que os "azurri" sonham.
A vantagem
A qualificação para o UEFA EURO 2016 está quase a começar, e tendo em conta a forte representação da Juventus na selecção italiana, Conte tem a vantagem de conhecer muito bem a maioria dos jogadores com quem vai trabalhar. Um deles, Andrea Pirlo, deixou entender que poderia mudar de ideias em relação à sua renúncia internacional caso o treinador lhe agradasse. Quem melhor do que Conte para convencer o maestro italiano a continuar?
O que pode trazer?
Na passagem pelo comando da Juventus, Conte não só provou ser um grande estratega, como também se afirmou como um líder natural e um motivador capaz de encontrar formas inovadoras de manter a equipa concentrada, nos treinos e nos amigáveis. Recentemente, a Itália empatou com Haiti e Luxemburgo em jogos de preparação. Não se pode garantir que isso também não aconteça com Conte no comando, mas com certeza o centro de estágio de Coverciano vai ser agitado se tais resultados se verificarem.
O maior desafio
Mario Balotelli teve muitos altos e baixos ao serviço da Itália, mas o avançado continua a ser a maior esperança da seleção. Conte conseguiu extrair o melhor da maioria dos jogadores nos clubes por onde passou, será que conseguirá fazer o mesmo com o polémico atacante?
Algo a provar
Como jogador, Conte teve uma relação infeliz com o Campeonato da Europa. A lesão que sofreu na final da UEFA Champions League de 1996, frente ao AFC Ajax, obrigou-o a falhar o EURO '96, em Inglaterra. Quatro anos mais tarde, Conte começou bem a fase final, marcando à Turquia na fase de grupos com um sensacional pontapé de bicicleta. No entanto, uma nova lesão, sofrida frente à Roménia, antecipou o final da participação no torneio e o médio teve de assistir do banco à derrota dos "azzurri" com a França, na final. O UEFA EURO 2016 é uma oportunidade para esquecer definitivamente as más recordações?